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9 mitos e verdades sobre o glúten

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“É verdade que o glúten inflama o corpo?”, “Tirar o glúten da alimentação emagrece?”, “É prejudicial tirar o glúten da alimentação?” “É possível ser saudável mesmo com uma dieta isenta de glúten?” – tire essas e mais dúvidas no post de hoje com os maiores mitos e verdades sobre o glúten.

 

9 mitos e verdades sobre o glúten

O glúten é uma proteína encontrada no trigo, no centeio e na cevada. No entanto, outros alimentos como aveia e malte, podem conter traços de glúten por contaminação cruzada.

Em pessoas saudáveis, o glúten não é prejudicial. Mas para pessoas que têm doença celíaca, o corpo desenvolve uma resposta imunológica inflamatória que ataca o intestino delgado, causando danos nas vilosidades, que são pequenas projeções que revestem o intestino delgado, responsáveis por absorver os nutrientes.

Outras condições, como a intolerância ao glúten (ou sensibilidade ao glúten não celíaca) caracteriza-se por pessoas que, após excluída a possibilidade de doença celíaca e de alergia ao trigo, apresentam melhora nos sintomas gastrointestinais quando o glúten é retirado da dieta.

Por outro lado, muitas vezes os sintomas gastrointestinais podem ser confundidos com a síndrome do intestino irritável (SII), o que é muito comum.

A SII é ocasionada pela ingestão de açúcares fermentáveis conhecidos como FODMAPS, encontrados geralmente em frutas, legumes, tubérculos, bulbos, feijões e alimentos contendo adoçantes naturais (sorbitol, maltitol, xilitol, eritritol, entre outros).

Às vezes, sem saber ao certo o seu diagnóstico ou quando em uma dieta para perda de gordura, muitas pessoas retiram o glúten da alimentação e, a partir daí, surgem os mais diversos mitos e verdades sobre o glúten.

 

  1. Glúten faz mal à saúde.

Mito. O glúten faz mal à saúde apenas em pessoas que foram diagnosticadas com doença celíaca ou com algum tipo de intolerância / sensibilidade ao glúten, o que é raro. De acordo com a Organização Mundial de Gastroenterologia (WGO), 1% da população mundial tem doença celíaca. No Brasil, segundo a Federação Nacional das Associações de Celíacos do Brasil (FENALCEBRA) a doença afeta essa mesma porcentagem, que equivale a 2 milhões de pessoas.

Pessoas que têm doença celíaca devem retirar o glúten ou qualquer alimento com traços dessa proteína, a fim de evitar sintomas graves decorrentes da sua ingestão.

As pessoas que não têm essa condição, podem incluir alimentos com glúten na alimentação normalmente, em porções como 2 pães de forma integral ou 1 pão francês, e meia xícara de chá de aveia, por dia, por exemplo, sem problema algum.

 

  1. O glúten inflama o corpo.

Mito. A afirmativa de que o glúten inflama o corpo é falsa. Em pessoas saudáveis o glúten não causa nenhum processo inflamatório.

Em pessoas que têm doença celíaca, o corpo desenvolve uma resposta imunológica inflamatória contra o glúten. Essa resposta inflamatória ataca o intestino delgado, causando danos nas vilosidades, que são pequenas projeções que revestem o intestino delgado, responsáveis por absorver os nutrientes.

 

  1. Tirar o glúten da alimentação emagrece.

Mito. Muitas pessoas, quando estão em uma dieta para perda de gordura, retiram o glúten da alimentação. No entanto, a ideia de que tirar o glúten da alimentação emagrece, é falsa.

Na verdade, quanto se retira o glúten da alimentação, retira-se, automaticamente, alimentos fonte de farinha de trigo refinada, como pães, biscoitos, macarrão, entre outros. A retirada de carboidratos refinados da alimentação, diminui a retenção hídrica, mas não necessariamente a gordura corporal. Além disso, uma alimentação sem glúten acaba retirando alimentos mais calóricos, ricos em gorduras e/ou açúcares da alimentação,  como salgadinhos, doces, etc, facilitando o emagrecimento.

Mesmo em uma dieta para perda de gordura, é possível incluir quaisquer alimentos fonte de carboidratos complexos, inclusive o pão, ou seja, não é preciso tirar o glúten da alimentação para perder gordura. Veja mais detalhes no post “Comer pão todo dia engorda? Mitos e verdades sobre pão“.

 

  1. É prejudicial tirar o glúten da alimentação.

Verdade. Ao tirar o glúten da alimentação, automaticamente, se reduz a ingestão de grãos integrais, como o trigo e a aveia, ricos em fibras do tipo betaglucanas, importante para a saúde cardiovascular, além de vitaminas do complexo B, como o ácido fólico, e minerais, como ferro e zinco.

Portanto, é prejudicial tirar o glúten da alimentação, quando não há diagnóstico de qualquer condição relacionada ao glúten.

 

  1. Quem tem síndrome do intestino irritável (SII) pode ter sensibilidade ao glúten.

Verdade. Segundo os estudos, a frequência de sensibilidade ao glúten não celíaca pode aumentar em até 30% em pacientes diagnosticados com SII.

 

  1. Glúten atrapalha a digestão.

Mito. O glúten não traz malefício algum ao sistema digestivo de pessoas saudáveis. No entanto, vale ressaltar que o consumo dos alimentos fonte, como pães, biscoitos, macarrão, entre outros, deve ser moderado, dentro de uma dieta equilibrada com base em frutas, legumes e verduras.

Se você,ou alguém que você conhece, não tem doença celíaca e acredita que esta proteína esteja atrapalhando a digestão, vale consultar um nutricionista para avaliar e ajustar a alimentação, se necessário.

 

  1. É possível ser saudável mesmo com uma dieta isenta de glúten.

Verdade. É possível ser saudável mesmo com uma dieta isenta de glúten, tanto que, pessoas que têm doença celíaca, fazem a adequação de nutrientes que deixam de ser obtidos em alimentos fonte de glúten, bem como vitaminas e minerais, cuja absorção pode ser prejudicada. Por isso, se é o seu caso ou o de alguém que você conhece, não deixe de buscar a avaliação de um nutricionista de sua confiança. No entanto, tirar qualquer alimento da dieta sem motivo, pode ser prejudicial.

 

  1. O glúten tem alto índice glicêmico.

Mito. O índice glicêmico indica a rapidez com que o organismo transforma o alimento em glicose. No entanto, o glúten é uma proteína, e esse índice  vai depender de outros fatores, principalmente do tipo e quantidade de fibras que cada alimento contém. Nem todo alimento fonte de glúten e, consequentemente, fonte de carboidratos, têm alto índice glicêmico como, por exemplo, o macarrão, um alimento de médio índice glicêmico.

Alguns produtos, como biscoitos e pães salgados e doces, devem ser evitados por pessoas que têm diabetes, porém, o ideal é optar por farinhas integrais, ricas em fibras, e consumidas com moderação, no contexto de uma alimentação baseada em vegetais.

 

  1. Tirar o glúten da alimentação reduz a fome e o comer impulsivo.

Mito. Alguns alimentos fonte de glúten também podem conter farinhas refinadas e açúcares, os quais, ao ser diminuída a sua ingestão, diminui-se o índice glicêmico da refeição e, consequentemente, a fome. Mas isso não vai depender da presença do gluten. Alimentos feitos sem glúten, como farinhas de arroz ou de amêndoas, por exemplo, também podem elevar o índice glicêmico. Por isso, seja um alimento com ou sem glúten, ao consumi-lo eventualmente e moderadamente, não será prejudicial.

 

Conclusão

Gostou de saber quais são os maiores mitos e verdades sobre o glúten?

Como vimos, muitos dos mitos sobre o glúten, na verdade, tem mais a ver com o consumo exagerado de alimentos fonte de carboidratos refinados e açúcares.

Além disso, o glúten, e mesmo traços de glúten, só é realmente prejudicial à saúde das pessoas diagnosticadas com doença celíaca. Pessoas saudáveis podem consumir alimentos fonte na porção recomendada sem problema algum.

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Livia Freitas e Fernanda Furmankiewicz (CRN/SP 6042) – Nutrição e Curadoria da Boomi.

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