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Doença celíaca: sintomas, diagnóstico e tratamento

doença celíaca

Maio é considerado o mês da conscientização sobre a doença celíaca. A conscientização é importante para alertar as pessoas sobre os sintomas, diagnóstico, tratamento e também sobre a hospitalidade para com quem possui a doença.

De acordo com a Organização Mundial de Gastroenterologia (WGO), 1% da população mundial possui doença celíaca.

No Brasil, segundo a Federação Nacional das Associações de Celíacos do Brasil (FENALCEBRA) a doença afeta essa mesma porcentagem, que equivale a 2 milhões de pessoas, mas ainda há muitas delas sem diagnóstico.

 

O que é a doença celíaca?

A doença celíaca é uma doença autoimune grave que afeta pessoas que possuem predisposição genética, nas quais a ingestão de glúten causa danos no intestino delgado.

Quando as pessoas com doença celíaca consomem alimentos que contém glúten (proteína encontrada no trigo, no centeio e na cevada) ou com traços de glúten por contaminação cruzada (aveia, malte, etc.), o corpo desenvolve uma resposta imunológica inflamatória que ataca o intestino delgado.

Essas inflamações causam danos nas vilosidades, pequenas projeções que revestem o intestino delgado, responsáveis por absorver os nutrientes.

Quando as vilosidades são danificadas, os nutrientes não são absorvidos adequadamente pelo corpo, o que gera outras consequências sérias para a saúde.

Geralmente, a doença se manifesta em crianças de 1 a 2 anos, quando o glúten é introduzido na dieta pela primeira vez, e em adolescentes, mas também pode se manifestar em qualquer fase da vida.

Como a doença celíaca é hereditária, pessoas com parentes de primeiro grau (pai, mãe ou irmão) portadores, têm uma probabilidade maior de desenvolvê-la.

 

Sintomas

Os sintomas variam muito de pessoa para pessoa, que podem apresentar apenas um deles ou combinações diferentes:

  • Diarreia crônica que pode durar mais de 30 dias
  • Prisão de ventre
  • Distensão e dor abdominal
  • Vômitos
  • Falta de apetite
  • Anemias (pela má absorção de ferro, ácido fólico ou vitamina B12)
  • Retardo no crescimento, puberdade tardia ou baixo peso
  • Irritabilidade ou desânimo
  • Osteomalácia, osteopenia ou fraturas (pela deficiência de vitamina D, que afeta a absorção de cálcio)
  • Doenças neurológicas
  • Emagrecimento
  • Erupções na pele (Dermatite herpetiforme)
  • Dentre outros, decorrentes da má absorção de nutrientes.

 

Diagnóstico

O diagnóstico pode ser confirmado por vários tipos de exames:

  • Exame de sangue: dosa a quantidade de anticorpos contra o glúten – geralmente a imunoglobulina A (IgA) e a imunoglobulina G (IgG).

 

  • Endoscopia: para verificar se há ausência de vilosidades e outros danos nos tecidos.

 

  • Biópsia do intestino delgado: embora custosa e invasiva, é possível verificar se as vilosidades estão atrofiadas.

 

  • Teste genético: por ser uma doença hereditária, realiza-se um teste genético para o gene HLA-DQ8.

 

 

Alergia ao trigo, intolerância ao glúten (ou sensibilidade ao glúten não celíaca) e síndrome do intestino irritável

A alergia ao trigo é uma reação imunológica para diferentes proteínas do trigo, cujos sintomas são: urticária, irritação na pele, na boca, na garganta e/ou nas vias respiratórias, como a asma ocupacional (asma do padeiro) e rinite.

Já a intolerância ao glúten (ou sensibilidade ao glúten não celíaca) caracteriza-se por pessoas que, após excluída a possibilidade de doença celíaca e alergia ao trigo, apresentam melhora nos sintomas gastrointestinais quando o glúten é retirado da dieta.

Por outro lado, muitas vezes os sintomas gastrointestinais podem ser confundidos com a síndrome do intestino irritável (SII), o que é muito comum.

A SII é ocasionada pela ingestão de açúcares fermentáveis conhecidos como FODMAPS. Esses açúcares são encontrados geralmente em frutas, legumes, tubérculos, bulbos, feijões e alimentos contendo adoçantes naturais (sorbitol, mailtitol, xilitol, eritritol, entre outros).

Muitas vezes, sem saber ao certo, as pessoas retiram o glúten da dieta e, com isso, há o risco de diminuir a ingestão de algum outro nutriente importante, como o ácido fólico e o ferro, por exemplo, presentes na farinha de trigo.

Por isso, em qualquer suspeita, é imprescindível acompanhamento médico e nutricional.

 

Tratamento

O único tratamento para a doença celíaca é uma alimentação sem glúten por toda a vida.

Alimentos preparados com trigo, centeio, cevada, aveia e malte (pão, farinha de rosca, macarrão, bolachas, biscoitos, bolos e outros) devem ser excluídos da dieta.

Na verdade, o glúten não está presente na composição da aveia. Mas, em geral, é considerada como se tivesse glúten, por causa do plantio e manipulação, que são feitos em ambientes junto a outros cereais que contém glúten, o que é chamado de contaminação cruzada. Algumas marcas que garantem a isenção de gluten, têm todo o processo isolado, desde o plantio.

A contaminação cruzada pode ocorrer em qualquer etapa da produção de alimentos: plantio, colheita, pré-preparo, tratamento, armazenamento, transporte, serviço, utensílios, manipulação, etc.

O mesmo ocorre com o malte. Uma cerveja, por exemplo, para ser considerada de fato sem glúten precisa ser produzida com maltes que não contêm glúten, como o do arroz, milho, sorgo, quinoa, etc., e em equipamento próprio.

Embora a Lei Federal nº 10.674 de 16/05/2003 torne obrigatória a informação sobre a presença ou não de glúten nos rótulos, nem todos os estados do Brasil possuem leis que determinam a separação dos produtos com e sem glúten nas gôndolas dos mercados.

Muitas vezes um produto como a farinha de arroz fica acondicionado ao lado da farinha de trigo – o que é um problema, já que existem pessoas menos e mais sensíveis ao glúten, e mesmo o pó da farinha de trigo pode fazer mal.

Portanto, pessoas com doença celíaca têm que estar sempre atentas quanto a isso. Ao comer fora, é importante que os estabelecimentos sejam específicos para manipulação de alimentos sem glúten.

A FENALCEBRA disponibiliza uma tabela completa com os alimentos que devem ser evitados e os que podem ser consumidos sem problema algum.

 

Maio: o mês da conscientização sobre a doença celíaca

Nos Estados Unidos, dia 13 de setembro é comemorado o Dia da Doença Celíaca. A data escolhida para honrar o dia de nascimento do Dr. Samuel Gee, primeiro pesquisador a reconhecer que os sintomas da doença estavam relacionados à dieta.

No entanto, a Celiac Disease Foundation, uma organização americana, considera todo o mês de maio como o mês da conscientização sobre a doença celíaca.

No Brasil, há um projeto de lei que sugere a data do dia 20 de Maio, mas, ainda assim, todo o mês de maio é considerado como o mês da conscientização sobre a doença celíaca.

 

Livia Freitas e Fernanda Furmankiewicz (CRN/SP 6042) – Nutrição e Curadoria da Boomi.

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