A glutamina é um dos aminoácidos mais abundantes no organismo, que atua na imunidade, na saúde intestinal e na manutenção da glicemia. Mas, afinal, para que serve a glutamina como suplemento, e como tomar corretamente?
A glutamina é um aminoácido que pode beneficiar o corpo quando ele passa por um período de grande estresse físico, como em casos de traumas, grandes queimaduras, sepse e doenças graves. No entanto, os estudos são controversos, sendo essencial avaliar a necessidade de suplementação, caso a caso, com a ajuda de um nutricionista.
Para que serve a glutamina e como tomar
Para que serve a glutamina, afinal? A glutamina é um aminoácido não essencial, pois o organismo é capaz de produzi-lo naturalmente em quantidades suficientes, que variam de 40 a 80g por dia. Ela é um dos aminoácidos mais abundantes no corpo humano, fundamental para diversos processos metabólicos, como:
- Manutenção da glicemia: a glutamina participa do processo de gliconeogênese, ajudando na síntese de glicose a partir de compostos não carboidratos, principalmente no fígado.
- Suporte ao sistema imunológico: essencial para a proliferação de linfócitos, produção de citocinas, função dos macrófagos e atividade fagocítica dos neutrófilos.
- Saúde intestinal: o intestino é um dos órgãos que mais consome glutamina, pois esse aminoácido é essencial para a integridade da mucosa intestinal e o funcionamento adequado das células epiteliais.
- Recuperação muscular: em atletas e praticantes de exercícios intensos, a glutamina é importante para a recuperação muscular e redução do catabolismo.
- Metabolismo de aminoácidos: a glutamina participa do metabolismo intertecidual de aminoácidos, ajudando na manutenção da homeostase proteica.
Mas, apesar das suas funções no organismo, será que a suplementação é válida?
A forma de consumo da glutamina depende das necessidades individuais e do contexto clínico, o que varia de acordo com cada situação:
- Para pessoas saudáveis: não há evidência de que a suplementação traga benefícios significativos. As necessidades diárias são facilmente supridas por uma alimentação equilibrada.
- Para atletas de alta performance: a suplementação pode ser considerada em situações de treinamento intenso para reduzir o risco de imunossupressão e favorecer a recuperação muscular, como no caso de atletas profissionais, que treinam várias horas do dia – diferente de praticantes de exercícios físicos. As doses usuais variam entre 5 a 10g ao dia.
- Para pacientes em estado catabólico: em casos de traumas, queimaduras, sepse e doenças graves, a glutamina pode se tornar essencial. A suplementação pode ser feita por via oral, enteral ou parenteral, com doses entre 0,3 e 0,5 g/kg de peso corporal.
- Para saúde intestinal: pode ser usada em quadros de doenças intestinais inflamatórias ou síndrome do intestino irritável, sempre sob orientação profissional.
É importante destacar que alguns estudos sugerem benefícios do uso da glutamina para determinadas condições, enquanto outros não demonstram efeitos significativos.
Embora a glutamina seja um aminoácido naturalmente abundante no corpo humano e, em geral, não apresente contraindicações para pessoas saudáveis, é fundamental ter cautela em casos de doenças renais e hepáticas avançadas ou câncer. Nessas situações, o uso da glutamina deve ser realizado sob a orientação de um nutricionista, garantindo um acompanhamento adequado.
Fontes naturais de glutamina
Antes de considerar a suplementação, vale lembrar que muitos alimentos são ricos em glutamina, o que dispensa a suplementação em pessoas saudáveis, praticantes ou não, de exercícios físicos, como:
- Carnes magras (frango, carne bovina, peixe)
- Ovos
- Laticínios (queijo, iogurte, leite)
- Leguminosas (feijão, ervilha, lentilha, soja, grão-de-bico)
- Vegetais (espinafre, repolho, beterraba)
- Nozes e sementes
Uma dieta equilibrada já fornece quantidades adequadas desse aminoácido para a maioria das pessoas.
Conclusão
Gostou de saber para que serve a glutamina e como tomar?
Como vimos, a suplementação depende do contexto de cada indivíduo. Em pessoas saudáveis, a suplementação não traz benefícios significativos, pois a glutamina é facilmente obtida pela alimentação e é produzida naturalmente pelo corpo. No entanto, em situações de estresse metabólico intenso, como doenças graves e treinos extenuantes, a suplementação pode ser recomendada.
Sempre consulte um profissional de saúde antes de iniciar qualquer suplementação.
E aproveite para conferir mais posts relacionados a esse assunto:
- Suplementos são realmente necessários?
- Vale a pena tomar multivitamínicos? Veja a indicação e os riscos
- As diferenças entre os tipos de whey e como escolher
- Confira 10 dicas para fortalecer a imunidade
Livia Freitas (CRN/SP 3 82983) e Fernanda Furmankiewicz (CRN/SP 6042) – Nutrição e Curadoria da Boomi.