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O que é o comer intuitivo e como funciona?

O que é o comer intuitivo e como funciona

“O que é o comer intuitivo e como funciona” é uma indagação cada vez mais frequente hoje em dia, onde dietas restritivas e padrões alimentares rígidos parecem dominar quando o assunto é alimentação saudável.

O comer intuitivo não se trata de uma tendência passageira, muito menos de simplesmente seguir a intuição e comer desenfreadamente toda vez que se acredita estar com fome.

Na verdade, o comer intuitivo nada mais é do que um conceito que utiliza técnicas para identificar a intensidade da fome e da saciedade, estabelecendo uma relação mais saudável com a comida.

 

O que é o comer intuitivo e como funciona?

O que é o comer intuitivo e como funciona, afinal?

O conceito do comer intuitivo foi proposto pelas nutricionistas norte-americanas Evelyn Tribole e Elyse Resch, com o objetivo de encorajar as pessoas a se alimentarem confiando em seus corpos e distinguindo entre as sensações físicas, como a fome, a vontade de comer e a saciedade.

Como o nome sugere, o comer intuitivo é baseado na intuição, na percepção de sensações naturais do corpo, como a vontade de dormir, de ir ao banheiro, e de comer – e não na compreensão racional dos fatos (como quando se segue uma dieta rígida com horários e quantidades exatos, por exemplo)

O comer intuitivo nada mais é do que uma abordagem que resgata os sinais naturais do corpo, através de técnicas e ajustes na alimentação, que ajudam a como diferenciar a fome da vontade de comer, percebendo a fome real e fisiológica, além de ajudar a como identificar a intensidade da fome.

Respaldada por evidências científicas, a técnica do comer intuitivo deve ser aplicada em um contexto, com a devida orientação nutricional, através das estratégias adequadas, sendo uma alternativa às abordagens prescritivas.

 

Quem pode utilizar essa técnica?

Adotar uma alimentação intuitiva pode ser benéfico especialmente para pessoas que já seguiram diversas dietas restritivas e, por consequência, se desconectaram de seus próprios corpos, deixando de reconhecer os sinais de fome e saciedade e perdendo a harmonia com a comida.

Nesse sentido, o comer intuitivo pode ser uma ferramenta valiosa para ajudar a restabelecer essa conexão e promover uma relação mais saudável com os alimentos.

Para isso, o Comer Intuitivo tem dez princípios básicos a fim de conduzir a pessoa a atingir uma sintonia entre seus sinais internos de fome e de saciedade, e normalizar sua relação com a comida.

Esses princípios não têm uma ordem certa a serem trabalhados. Cada pessoa ou profissional vai identificar pontos que sejam desafiadores na relação com o comer e que merecem ser trabalhados e tratados. São eles:

 

  1. Rejeitar a mentalidade de dieta

Para comer de forma intuitiva, é fundamental abandonar a mentalidade de dieta, que é decidir sobre o quê, quando e quanto comer por regras externas. Afinal, uma série de crenças e pensamentos sobre dieta acaba ficando internalizada, especialmente para aquelas pessoas que já seguiram muitas dietas.

Não é possível atender à fome nem à saciedade quando se julga que há uma hora, um tipo ou uma quantidade certa para comer. Quanto mais acessarem suas crenças sobre comida, mais se torna possível mudar o comportamento alimentar.

 

  1. Honrar a sua fome

Nossas sensações internas devem ser nosso guia para comer, e atender à fome é fundamental para comer uma quantidade e qualidade que atendam às necessidades de nossos corpos.

Honrar traz o sentido de respeitar, confiar nesses sinais. Seguir uma regra externa sobre alimentação é se distanciar dos sinais internos.

As prescrições alimentares são geralmente feitas na tentativa de emagrecer e são rígidas sobre horários, qualidades e quantidades, mas, na prática e no dia a dia, não necessariamente as pessoas sentem a mesma intensidade de fome no mesmo horário. Para se respeitar a fome, é preciso identificá-la e aceitá-la sem julgamentos, pois não existe fome errada, a fome é fisiológica.

 

  1. Fazer as pazes com a comida

As pessoas vão fazendo listas de permitidos e proibidos, de certo e errado, de calórico e não calórico e tentam comer a partir dessas regras. No entanto, é preciso encontrar um equilíbrio, uma proporção de consumo, mas evitar a demonização e a culpa ao comer, pois essa relação pode justamente desencadear gatilhos para exagerar quando se come um alimento considerado proibido. Fazer as pazes com a comida ajuda as pessoas a equilibrarem mais sua alimentação, sem privações ou compensações.

 

  1. Desafiar o policial alimentar

Os pensamentos de culpa e julgamento não ajudam a comer de forma mais saudável, pelo contrário, podem gerar reações do tipo “tudo ou nada”. Há uma estação de polícia normalmente em nossas mentes, ou de pessoas próximas. O ideal é identificar quais são as crenças alimentares e de onde elas vêm (família, médicos, cultura, religião, dietas etc.) e, a partir daí, poder refletir que as crenças afetam os pensamentos e os sentimentos que desencadeiam comportamentos.

Desafiar o policial alimentar é ter consciência e mudar as distorções cognitivas e suas regras alimentares.

 

  1. Sentir a saciedade

Da mesma forma que se deve honrar a fome, é preciso aprender a sentir a saciedade e respeitá-la. O que é possível quando se come com atenção e calma, prestando atenção aos sinais do corpo, pois distrações como comer vendo televisão, no celular ou na mesa de trabalho interferem nessa percepção. Diferentes refeições promovem tempos de saciedade diferentes no corpo, e isso explica por que alguns dias sentimos fome mais rápido após uma refeição do que em outros e que não é errado; por isso não deveríamos seguir uma dieta que propõe que as pessoas comam todos os dias os mesmos alimentos e quantidades.

 

  1. Descobrir o fator satisfação

Ter satisfação não significa se desconectar de um equilíbrio nutricional, mas, sim, gostar daquilo que se come e não comer só porque está prescrito ou faz bem à saúde. Quanto mais se atende a fome e percebe-se a saciedade e a satisfação com a refeição, mais a comida atende suas funções fisiológicas, emocionais e sociais e menos se exagera.

 

  1. Lidar com as emoções com gentileza

Todos somos influenciados pelas emoções com relação à nossa maneira de comer. Mas é preciso encontrar, experimentar e usar maneiras de se alimentar, distrair e resolver questões sem usar a comida. Comer emocional é quando a comida é usada para regular emoções. Cada vez mais pessoas recorrem à alimentação para lidar com situações difíceis da vida, por isso identificar se isso ocorre pode ajudar a diferenciar as situações para que possa se agir de forma diferente e comer para atender às necessidades do corpo.

 

  1. Respeitar o seu corpo

É muito difícil comer de forma intuitiva quando não se tem respeito pelo próprio corpo. Mesmo quando há insatisfação e desejo de mudar, é preciso avaliar metas realistas. Deve-se respeitar o corpo independentemente de seu tamanho e peso e entender e refletir sobre as diferentes funções e possibilidades do corpo que vão além da estética.

É importante aceitar e reconhecer a genética e ser grato pelo seu corpo mesmo com suas insatisfações, além de praticar uma atitude compassiva e de respeito ao próprio corpo e parar de se comparar com outras pessoas, pois somos únicos e devemos ser nossa própria referência.

 

  1. Movimentar-se – sentindo a diferença

O exercitar-se deve ser guiado pelas sensações que temos ao fazê-lo, e não para queimar calorias, emagrecer ou ficar malhado, pois a mudança estética pode acontecer como consequência, e não como objetivo principal. O exercício também pode ser intuitivo, assim como o comer. É quando deixamos nossas sensações e nosso corpo nos guiarem pelo que nos dá mais prazer, pelo que nos faz bem em vez de escolher uma atividade física pelos seus efeitos. É importante fazer um exercício que possa ser desafiador, mas também para ter satisfação e prazer. Saiba mais em: www.exerciciointuitivo.com.br

 

  1. Honrar a sua saúde com uma nutrição gentil

O Comer Intuitivo não desconsidera nenhuma das recomendações nutricionais sobre diretrizes para alimentação saudável, mas defende uma nutrição gentil. Quando são abandonadas as dietas e se honra a fome, a saciedade é percebida e a satisfação é encontrada. Quando as pazes são feitas com a comida e o próprio corpo é respeitado, a consequência será uma alimentação equilibrada em relação a uma variedade de alimentos e nutrientes e uma quantidade que atenda à saciedade.

É possível ampliar e melhorar o repertório alimentar, sugerindo mais alimentos in natura e menos alimentos ricos em gorduras e açúcares simples. Mesmo as restrições decorrentes de uma patologia podem ser feitas de forma não impositiva e restritiva.

 

Livia Freitas e Fernanda Furmankiewicz (CRN/SP 6042) – Nutrição e Curadoria da Boomi.

 

Referências

DERAM, S. Comer intuitivo: O que é? Como funciona? Como praticar? Comportamento Alimentar. São Paulo. 02 de julho de 2021. Disponível em: https://sophiederam.com/br/comer-intuitivo/

FIGUEIREDO, M. Comer intuitivo. Brasil. 2022. Disponível em: https://pt.scribd.com/document/599599808/E-book-Comer-Intuitivo-Nestle-2022-Final

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