fbpx Skip to content

Inhame e cará: diferenças e benefícios

Veja nesse post qual a diferença entre o inhame e o cará, além de seus benefícios para a saúde.

 

Desde que Pero Vaz de Caminha confundiu a mandioca com o cará que, naquela época, chamou de inhame, não há quem não se atrapalhe para dizer a diferença entre o inhame e o cará.

Mas enquanto a mandioca ficou muito mais popular e inconfundível, o inhame e o cará, por serem plantas alimentícias não convencionais (PANCs), ainda causam confusão para saber qual é qual.

Isso se deve ao fato de que a raiz conhecida como inhame, na verdade, é oficialmente chamada de “taro” (sem acento), palavra de origem taitiana, por ser um alimento tradicional da Polinésia e África ocidental, amplamente consumido por essas populações.

Enquanto o cará, que desempenha um papel importante na alimentação das regiões da África, Ásia, Oceania, ilhas da Macronésia e América latina, é referido como inhame ou inhame-cará, geralmente no Norte, Nordeste e Sul do Brasil. Daí a confusão.

 

A diferença entre o inhame e o cará

A principal diferença entre o inhame e o cará é que o inhame tem a casca semelhante à da mandioca, mas a metade do seu tamanho. E o cará é alongado como a mandioca, mas a casca é lisa.

Veja mais curiosidades sobre essas raízes:

 

  • Inhame

O inhame é a raiz da planta Colocasia esculenta, também chamada de taro ou de taioba, cujas folhas são muito parecidas (e confundidas) com a taioba verdadeira (a Xanthosoma sagittifolium).

Mas ao contrário da taioba verdadeira, que também é uma PANC, as folhas do inhame não são comestíveis, pois podem causar toxicidade, aproveitando-se, então, apenas a sua raiz. E, a título de curiosidade, a raiz da taioba verdadeira também é comestível e muito parecida com o inhame.

Mas como se não bastasse toda a confusão entre o inhame e o cará, existe uma enorme variedade de plantas da mesma família do taro e da taioba verdadeira, como, por exemplo, o mangarito (Xanthosoma riedelianum), cujas folhas têm estrutura muito semelhante às “taiobas” de modo geral, e que produzem raízes comestíveis não convencionais também parecidas com o inhame.

 

  • Cará 

O cará é a raiz da planta Dioscorea alata, mas em muitas regiões é comum referir-se a espécies dos gêneros Alocasia, Colocasia (taro), Xanthosoma e Ipomoea (batata-doce) como inhame.

Isso porque a palavra “inhame” provém de um do idioma nativo da África e significa “para comer”. Já em inglês, a palavra “yams” é utilizada como referência às raízes em geral, como batata, batata-doce, inhame, cará.

Ou seja, a palavra “inhame” parece significar qualquer raiz comestível, e isso pode explicar tanto a confusão sobre a diferença entre o inhame e o cará, como também o motivo pelo qual Pero Vaz de Caminha se referiu à mandioca como inhame.

 

Os benefícios do inhame e do cará para a saúde

Como você pode ver nesse comparativo, a diferença entre o inhame e o cará no que se refere ao valor nutricional, é quase nula.

benefícios do inhame e do cará para a saúde

Ambas raízes se destacam por ser fontes de carboidratos de boa qualidade.

O cará contém mais fibras que o inhame, que corresponde à 5% e 24% das necessidades diárias de um adulto, respectivamente. Porém, se você prefere o inhame, basta combiná-lo a uma salada de folhas e/ou de legumes.

Já o inhame contém mais potássio que o cará, correspondendo à 17% e 7% respectivamente. Mas se você prefere o cará, não há problema algum, já que as frutas são também ótimas fontes de potássio, por isso é tão importante variar o consumo dos alimentos.

O inhame também se destaca por ter mais que o dobro de magnésio que o cará, e ajudam a atingir 6% e 2,6% das necessidades diárias.

Agora em relação aos compostos bioativos, o inhame e o cará são fontes de carotenoides pró-vitamina A, pigmentos responsáveis pela coloração laranja, amarela e vermelha dos vegetais, com função antioxidante.

Sendo assim, os benefícios do inhame e do cará para a saúde são praticamente os mesmos, e muito semelhantes aos das batatas, podendo ser substituídos na mesma proporção para variar a alimentação.

Esses benefícios incluem:

 

  • Controle da glicemia: por serem carboidratos de boa qualidade (o seu índice glicêmico gira em torno de 51 a 53) e ricos em fibras, são ótimas opções para manter a glicemia e o apetite controlados. O magnésio também desempenha um papel importante no controle da glicemia, e o inhame e o cará ajudam a atingir as necessidades desse mineral.

 

 

  • Bom funcionamento do sistema imune: tanto as fibras, quanto os carotenoides, o zinco e a vitamina C têm papel fundamental para o bom funcionamento do sistema imune. As bactérias que fermentam as fibras têm papel fundamental para o sistema imune, protegendo o organismo das bactérias patogênicas. Os carotenoides, por sua vez, têm função antioxidante que garante a saúde dos tecidos e da pele, prevenindo contra diversos tipos de câncer. Já o zinco e a vitamina C participam de reações químicas importantes para a imunidade.

 

  • Controle do colesterol e prevenção de doenças cardiovasculares: o produtos da fermentação das fibras pelas bactérias intestinais, são ácidos graxos de cadeia curta (AGCC) que são, em parte, absorvidos pelo fígado, agindo no controle do colesterol.

 

Como consumir

Tanto o inhame quanto o cará podem ser consumidos cozidos, assados, fritos e em produtos de panificação, como pães e bolos.  Ou seja, na cozinha, a diferença entre o inhame e o cará simplesmente não existe.

O inhame, em especial, é muito utilizado em receitas veganas com temperos, como substituto de queijos e requeijão. Mas o cará também pode substituí-lo, já que ambos têm sabor neutro, aproveitando, assim, os benefícios do inhame e do cará para a saúde.

Na horta da Boomi você encontra ambos (e muito mais).

Aproveite para visitar o nosso Caderno de Receitas e se inspirar.

 

Livia Freitas e Fernanda Furmankiewicz (CRN/SP 6042) – Nutrição e Curadoria da Boomi.

 

Referências:

RIGO, N. Taro ou Inhame. Coluna do Paladar de 21/02/2013. Come-se. Disponível em: https://come-se.blogspot.com/2013/02/taro-ou-inhame-coluna-do-paladar-de.html#:~:text=Por%20Neide%20Rigo&text=%C3%89%20que%20o%20car%C3%A1%2C%20raiz,Norte%20e%20Nordeste%20do%20Brasil.

MACEDO, SCF. Daquilo que se come. Histórias da Alimentação e Receitas Afetivas. 21/06/2021. Disponível em: http://daquiloquesecome.blogspot.com/2020/06/mandioca-e-pero-vaz-de-caminha.html

BRASIL; MINISTÉRIO DA SAÚDE (MS). Alimentos regionais brasileiros. Brasília, DF. 2a ed. 2015. Disponível em:

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/alimentos_regionais_brasileiros_2ed.pdf

RANIERI, G. Taiobas, a confusão: Guia Definitivo de Identificação. Matos de Comer. 27/06/2014. Disponível em: http://www.matosdecomer.com.br/2014/06/taiobas-confusao-guia-definitivo-de.html

1
Loading...

Ver carrinho