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Tipos de diabetes, sintomas, tratamento e índice glicêmico

Tipos de diabetes e tratamento

Hoje, dia 14 de novembro é comemorado o Dia Mundial do Diabetes. Esta data é importante para a conscientização sobre esta doença e sobre sua prevenção e tratamento. Com certeza você já deve ter ouvido falar ou conhece alguém que tem essa doença, mas você sabe como ela funciona? No texto de hoje iremos explorar os tipos de diabetes, sintomas, tratamento e índice glicêmico dos alimentos.

O Diabetes Mellitus, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), atualmente afeta em torno de 422 milhões de pessoas no mundo. Dentro dessa estatística, o Brasil se encontra entre um dos 4 países que possuem mais casos, com dados de 2019 apontando para 16,8 milhões de pessoas com a doença e com estimativas indicando um crescimento de 55% desse número até 2045.

Dentro dessa estimativa, cerca da metade das pessoas desconhecem sua condição, permitindo a instalação de complicações tardias decorrentes da falta do adequado controle da doença.

Diabetes e suas complicações constituem as principais causas de mortalidade precoce na maioria dos países. Aproximadamente 4 milhões de pessoas com idade entre 20 e 79 anos morreram por diabetes em 2015. Dessa forma, entender melhor essa doença e saber sobre a sua prevenção é muito importante!

Veja agora os tipos de diabetes, seus principais sintomas, tratamentos da doença e o índice glicêmico dos alimentos.

 

Tipos de Diabetes: Qual a diferença do Diabetes Mellitus do tipo 1 e do tipo 2?

A Diabetes Melittus é classificada entre a do tipo 1 e a do tipo 2. Para entender essa diferença, é preciso saber um pouco sobre como é feita a digestão de carboidratos no nosso organismo.

Quando ingerimos carboidratos, eles são quebrados em moléculas menores até se transformarem em glicose para que possam ser absorvidos pelo nosso corpo.

A glicose é absorvida ao longo do intestino delgado e passa para a corrente sanguínea, elevando o nível glicêmico no sangue, popularmente conhecido como açúcar no sangue.

Para que as células consigam absorver a glicose e transformá-la em fonte de energia para o nosso corpo, temos a ajuda de um hormônio muito importante: a insulina, que é produzida no pâncreas. Quando temos uma elevação da glicemia, a insulina é liberada e faz com que nossas células absorvam a glicose.

Pessoas que têm Diabetes possuem uma deficiência na produção ou utilização da insulina.

 

  • Diabetes tipo 1: As pessoas que possuem diabetes tipo 1 não têm uma liberação adequada de insulina pelo pâncreas, ou seja, quando ingerem carboidratos eles não conseguem ser absorvidos corretamente por causa da falta da insulina. A diabetes tipo 1 representa de 5 e 10% do total de pessoas com diabetes. O tipo 1 aparece geralmente na infância ou na adolescência, mas pode ser diagnosticada também em adultos.

 

  • Diabetes tipo 2: Diferentemente da Diabetes do tipo 1, no tipo 2 o corpo consegue produzir insulina, porém o organismo não consegue utilizar essa insulina de forma adequada. Ou ela não é produzida em quantidade suficiente para conseguir controlar a glicemia no sangue. Cerca de 90% das pessoas com diabetes tem o tipo 2 e esta ocorre com mais frequência em adultos. Em geral, ela acontece em decorrência de uma alimentação desequilibrada, rica em carboidratos refinados e pobre em vegetais.

 

  • Diabetes gestacional: Embora a diabetes do tipo 1 e 2 sejam as mais comentadas, existe também um outro tipo de diabetes que pode acontecer com mulheres durante a gestação. Durante a gravidez, a mulher passa por várias mudanças em seu equilíbrio hormonal, sendo uma delas a redução da ação da insulina no organismo. Quando isso acontece, o pâncreas consequentemente aumenta a produção de insulina para poder compensar essa diminuição da ação e conseguir absorver a glicose corretamente.

No entanto, em algumas mulheres, o aumento da produção de insulina pelo pâncreas não ocorre, dando origem ao quadro de diabetes gestacional que ocorre em cerca de 2 a 4% das mulheres. Este quadro tende a passar após a gestação. É de extrema importância detectar a diabetes gestacional o quanto antes, pois quando não tratado corretamente, pode apresentar risco para o bebê e para a gestante.

 

Quais são os sintomas do Diabetes?

Os principais sintomas são:

  • Urinar excessivamente, inclusive acordar várias vezes a noite para isso;
  • Sede excessiva;
  • Aumento do apetite;
  • Perda de peso;
  • Cansaço;
  • Vista embaçada ou visão turva;
  • Infecções frequentes, sendo mais comum as infecções de pele.

No diabetes tipo 2, esses sintomas podem acontecer de maneira gradual e por causa disso, demoram a ser percebidos pelas pessoas. Já na diabetes tipo 1 os sintomas se instalam rapidamente.

Ao apresentar alguns dos sintomas, é muito importante fazer um exame de sangue para detectar a presença de diabetes, de acordo com a análise dos resultados dos exames de glicemia.

  • A glicemia normal em jejum não deverá ultrapassar os 100 mg/dL
  • Duas horas após uma refeição, a glicemia não deverá ultrapassar 140 mg/dL

 

Tratamento do diabetes:

O principal objetivo do tratamento do diabetes é controlar os níveis de glicose no sangue. Este controle é feito através de:

  • Medicação: A prescrição da medicação é feita por um médico endocrinologista, para que o medicamento se adapte ao perfil do paciente. Os medicamentos ajudam o pâncreas a produzir mais insulina, diminuem a absorção de carboidratos e aumentam a sensibilidade do organismo a ação da insulina. Em alguns casos, principalmente no tipo 1, será preciso a utilização de injeções de insulina.

 

  • Exercício físico: O benefício da atividade física sobre o diabetes tem sido descrito por muitos autores, relatando-se que a sensibilidade à insulina aumenta com o exercício físico. Assim, é fato que exercícios físicos regulares ajudam a baixar as taxas de glicemia.

 

  • Alimentação: A alimentação é uma ferramenta muito importante no controle e prevenção da diabetes, induzindo à perda de peso, que é um importante aliado para o controle da doença. Também existem orientações para que as taxas de glicemia possam sem controladas com a alimentação, visto que a terapia nutricional se concentra no equilíbrio dos macronutrientes para a manutenção do bom controle metabólico.

 

Já vimos que a alimentação é de extrema importância para o controle da diabetes e, portanto, a ajuda de um nutricionista se torna essencial.

Dentre as diversas estratégias que podem ser utilizadas na alimentação, a ingestão de alimentos com baixo índice glicêmico é uma delas.

 

O que é índice glicêmico?

O índice glicêmico (IG) indica a rapidez com que o organismo transforma o alimento em glicose. Todo carboidrato recebe uma pontuação de zero a cem de acordo com o seu IG e quanto mais alto o número, mais rapidamente ele é decomposto e transformado pelo organismo em glicose.

  • Os alimentos que apresentam IG menor que 75 são considerados de baixo IG.
  • Os alimentos que apresentam IG maior que 95 são considerados de alto IG.

 

Qual a importância do índice glicêmico?

Para entender a importância desse índice é necessário entender como o nosso corpo responde a cada tipo de índice glicêmico.

  • Alto índice glicêmico: Quando ingerimos um carboidrato com um alto IG, a glicemia se eleva rapidamente, fazendo com que ocorra uma alta liberação de insulina pelo pâncreas para que os níveis de glicose sanguínea voltem ao normal. Esse aumento na quantidade de insulina pode contribuir para algumas alterações no nosso organismo como, por exemplo, uma menor saciedade e consequentemente a necessidade de ingestão de mais comida, o que pode influenciar no ganho de peso.

Em estudos que comparam três tipos de refeições, compostas de alimentos com baixo, médio e alto IG, observa-se um aumento acima de 80% na ingestão alimentar após a refeição com alto IG, quando comparada com a ingestão de outras refeições com o mesmo valor energético, porém com baixo IG.

  • Baixo índice glicêmico: Já quando ingerimos alimentos com baixo IG, o pico de insulina não acontece e, portanto, nos sentimos mais saciados.

 

Como controlar o índice glicêmico dos alimentos?

Diversos fatores podem alterar o IG dos alimentos. Dentre eles podemos destacar o teor de fibras e de macronutrientes que compõem os alimentos da refeição, o grau de processamento do grânulo de amido, o método e o tempo de cocção.

Através disso é possível seguir algumas orientações para este controle.

  • Prefira alimentos integrais: os alimentos integrais possuem uma maior quantidade de fibras que auxiliam no controle e diminuição do índice glicêmico.
  • Prefira ingerir a fruta inteira ao invés do suco da fruta: quando a fruta passa por um processo que trituração, acabam se perdendo fibras e, portanto, aumentando o IG.
  • Procure sempre adicionar uma fonte de proteína ou gordura de boa qualidade na sua refeição: estes são macronutrientes que ajudam a aumentar o tempo de absorção dos carboidratos.
  • Procure não cozinhar demais o alimento: alimentos mais “al dente” possuem um IG menor do que aqueles que passam muito tempo cozinhando.
  • Evite ingerir frutas muito maduras: conforme as frutas vão amadurecendo, o IG delas vai aumentando.

 

Índice glicêmico de alguns alimentos

Baixo índice glicêmico:

 

Alto índice glicêmico:

  • Refrigerantes
  • Bebidas isotônicas (Gatorade)
  • Cereais matinais
  • Barrinha de cereais
  • Sorvete
  • Biscoito Cream Cracker
  • Bolacha de arroz
  • Pães brancos
  • Arroz branco
  • Purê de batata
  • Geleia
  • Tapioca

 

Livia Freitas e Fernanda Furmankiewicz (CRN/SP 6042) – Nutrição e Curadoria da Boomi


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