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Como a alimentação pode ajudar no tratamento da epilepsia

Como a alimentação pode ajudar no tratamento da epilepsia

“Como a alimentação pode ajudar no tratamento da epilepsia? ”, é uma pergunta que desperta interesse em meio aos desafios enfrentados por quem tem esta condição neurológica.

A epilepsia é caracterizada por convulsões recorrentes, desencadeadas por atividade elétrica anormal no cérebro. Ela afeta pessoas de todas as idades e suas causas podem variar, desde lesões cerebrais traumáticas até condições congênitas.

Quando os medicamentos não são eficazes, uma alimentação cetogênica pode ajudar a regular a expressão de genes relacionados à neurotransmissão e à função neuronal, contribuindo para o manejo da epilepsia.

 

Como a alimentação pode ajudar no tratamento da epilepsia

A epilepsia afeta aproximadamente 1% da população no Brasil e no mundo.

Os sintomas incluem movimentos involuntários, perda de consciência e alterações comportamentais. Neste contexto, a abordagem nutricional, especialmente através da dieta cetogênica, pode ser uma potencial aliada no manejo da epilepsia.

O diagnóstico envolve uma avaliação clínica completa, que pode incluir exames de imagem do cérebro, eletroencefalograma (EEG) e análise do histórico médico do paciente.

O tratamento é feito através do uso de medicamentos antiepilépticos para controlar as convulsões. No entanto, em alguns casos, os medicamentos podem não ser eficazes o suficiente ou podem causar efeitos colaterais significativos. Nesses casos, a intervenção nutricional pode ser indicada como uma opção de tratamento adicional.

A alimentação pode ajudar no tratamento da epilepsia através de uma dieta pobre em carboidratos, moderada em proteínas e alta em gorduras saudáveis, como a dieta cetogênica. Ela tem sido usada há décadas como tratamento para epilepsia refratária, até mesmo em crianças.

A composição nutricional da dieta cetogênica leva o corpo a um estado metabólico conhecido como cetose, no qual a gordura se torna a principal fonte de energia, ao invés dos carboidratos.

A restrição de carboidratos leva o corpo a quebrar as reservas de gordura para produzir corpos cetônicos, uma fonte alternativa de energia que estabiliza a atividade elétrica cerebral e pode reduzir a incidência de convulsões.

Além disso, a dieta cetogênica pode afetar os neurotransmissores no cérebro, como o GABA, e regular a expressão de genes relacionados à neurotransmissão e à função neuronal, contribuindo para sua eficácia no manejo da epilepsia refratária.

Ao iniciar uma dieta cetogênica para o tratamento da epilepsia, é importante fazer isso sob a supervisão de uma equipe multidisciplinar especializada, que pode incluir um neurologista, um nutricionista e outros profissionais de saúde. Assim é possível  garantir todos os nutrientes necessários enquanto mantém os níveis adequados de cetonas no sangue.

A adaptação à dieta cetogênica leva entre três a quatro meses e é imprescindível que este período seja alcançado para que a equipe multidisciplinar discuta a viabilidade em mantê-la ou descontinuá-la.

Caso seja indicado mantê-la, a recomendação é que seja realizada durante dois a três anos, podendo ser estendida conforme a resposta clínica do paciente. Ao final do tratamento, a dieta será regredida progressivamente até atingir a proporção de macronutrientes de uma dieta convencional.

Veja abaixo o que comer e o que evitar, em geral, em uma dieta cetogênica no tratamento da epilepsia.

O que comer:

  • Frutas
  • Legumes
  • Verduras
  • Leguminosas em geral
  • Amendoim e castanhas em geral
  • Sementes
  • Azeite
  • Ovos
  • Carnes, aves e peixes em geral
  • Leite e derivados
  • Adoçantes naturais, como stevia e taumatina
  • Pão de forma integral, aveia, arroz integral, batatas, macarrão, inhame, dentre outras fontes de amido (em menor quantidade)

 

O que evitar:

  • Alimentos refinados e de alto índice glicêmico, como tapioca, bolos, biscoitos, salgadinhos, bebidas isotônicas, cereais matinais, barrinhas de cereais, sorvetes, biscoitos cream cracker, pães brancos, arroz branco, entre outros.
  • Doces
  • Açúcares em geral
  • Alimentos ultraprocessados
  • Adoçantes artificiais, como aspartame e sucralose
  • Refrigerantes em geral
  • Café
  • Chás com cafeína

 

A distribuição de macronutrientes em uma dieta cetogênica para o tratamento da epilepsia varia conforme as adaptações ao longo do tempo.

Se é o seu caso ou o de alguém que você conhece, consulte um nutricionista antes de fazer mudanças significativas na alimentação.

 

Livia Freitas e Fernanda Furmankiewicz (CRN/SP 6042) – Nutrição e Curadoria da Boomi.

Referências

Epilepsy Foundation. Nutrition and Seizure Control. USA, 2022. Disponível em: https://www.epilepsy.com/lifestyle/diet-exercise/healthy-eating/nutrition-seizure-control

Stafstrom CE. Dietary approaches to epilepsy treatment: old and new options on the menu. Epilepsy Curr. 2004 Nov-Dec;4(6):215-22. doi: 10.1111/j.1535-7597.2004.46001.x. PMID: 16059506; PMCID: PMC1176378.

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