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Alimentação para quem tem doença celíaca

Alimentação para quem tem doença celíaca

Nem todo mundo sabe, mas a alimentação para quem tem doença celíaca não se resume apenas à retirada do glúten da alimentação. Ela deve ser baseada em alimentos in natura limitando a ingestão de alimentos refinados e açucarados, o que promove mais nutrição para o organismo e para a saúde intestinal.

A doença celíaca é uma condição autoimune em que o consumo de glúten, desencadeia uma resposta inflamatória no intestino delgado. Para aqueles que enfrentam essa condição, a busca por uma alimentação adequada torna-se essencial não apenas para evitar o glúten, mas também para promover a saúde como um todo.

Infelizmente, muitas opções de alimentos sem glúten no mercado são ricas em açúcares e outras farinhas refinadas sem glúten, o que pode comprometer a qualidade nutricional da alimentação.

 

Alimentação para quem tem doença celíaca

No post “Doença celíaca: sintomas, diagnóstico e tratamento” falamos mais sobre quais alimentos devem ser excluídos da alimentação no tratamento da doença celíaca.

A eliminação do glúten é a chave do tratamento, mas é importante frisa que a simples exclusão dessa proteína não garante automaticamente uma alimentação mais saudável.

Muitos produtos sem glúten disponíveis no mercado são formulados com ingredientes alternativos, como farinhas de arroz, amido de milho e batata, além de adoçantes e açúcares refinados para melhorar a textura e o sabor. Essa abordagem pode ser tentadora para aqueles que buscam substitutos familiares aos alimentos convencionais, mas é essencial considerar os impactos dessas escolhas na saúde a longo prazo.

Assim como as pessoas que não tem doença celíaca, a alimentação para quem tem doença celíaca deve ser baseada em alimentos in natura, limitando a ingestão de alimentos refinados e açucarados (não importa qual a farinha ou o açúcar utilizado), como orienta o Guia Alimentar para a População Brasileira.

A ênfase na alimentação in natura para pessoas com doença celíaca é justificada por vários motivos: alimentos frescos e não processados tendem a ser mais nutritivos, fornecendo diversas vitaminas, minerais, fibras e antioxidantes essenciais para o bom funcionamento do organismo. Optar por frutas, verduras, legumes, proteínas magras, grãos integrais e oleaginosas contribui para uma dieta equilibrada, beneficiando não apenas a saúde do intestino, mas também a saúde cardiovascular, imunológica e metabólica.

Em contrapartida, uma alimentação rica em alimentos sem glúten processados pode levar a um consumo excessivo de açúcares adicionados e carboidratos refinados. Esses ingredientes têm sido associados a diversos problemas de saúde, como ganho de peso, resistência à insulina e aumento do risco de doenças cardiovasculares. Para pessoas com doença celíaca, que já enfrentam desafios nutricionais específicos, a escolha de alimentos in natura torna-se ainda mais importantes para evitar complicações adicionais e promover a saúde do intestino.

Além disso, a abordagem baseada em alimentos in natura permite maior diversidade na dieta, proporcionando uma variedade de nutrientes que podem estar ausentes em dietas restritas a produtos processados sem glúten. A combinação de diferentes alimentos não só melhora a palatabilidade das refeições, mas também garante uma oferta mais completa de macro e micronutrientes e fibras.

Muitos produtos sem glúten carecem de fibras, prejudicando o controle glicêmico. Por isso, optar por grãos integrais sem glúten, como quinoa, arroz integral e aveia certificada sem contaminação cruzada, juntamente com uma variedade de frutas e vegetais, ajuda a garantir uma ingestão adequada de fibras, promovendo a saúde intestinal e auxiliando na regulação do açúcar no sangue.

 

Contaminação cruzada

Outra vantagem em basear a dieta em alimentos in natura quando o assunto é alimentação para quem tem doença celíaca, é que a chance de se deparar com um alimento contendo glúten por contaminação cruzada diminui bastante.

A contaminação cruzada pode ocorrer em qualquer etapa da produção de alimentos: plantio, colheita, pré-preparo, tratamento, armazenamento, transporte, serviço, utensílios, manipulação, etc.

Todas as etapas de produção de alimentos como aveia, castanhas e cervejas, por exemplo, precisam ser feitas totalmente a parte de alimentos com glúten, como em locais separados fisicamente, para poderem ser considerados totalmente sem glúten.

Muitas vezes um produto sem glúten pode ficar acondicionado ao lado de um produto com glúten, como sacos de farinha de arroz ou de farinha de trigo, por exemplo, o que é um problema, já que existem pessoas menos e mais sensíveis ao glúten, e mesmo o pó da farinha de trigo pode ser nocivo à saúde de quem tem essa alergia.

Portanto, basear a alimentação em alimentos frescos e limitar a ingestão de alimentos mais refinados é a chave, não apenas para o tratamento da doença, mas para garantir mais saúde e qualidade de vida como um todo.

 

Conclusão

Como vimos, a alimentação para pessoas com doença celíaca vai além da simples exclusão de alimentos fonte de glúten e de alimentos com contaminação cruzada.

Optar por alimentos in natura, em detrimento de uma dieta centrada em produtos sem glúten processados, é fundamental para promover a saúde a longo prazo.

Essa abordagem não apenas atende às necessidades nutricionais específicas daqueles com doença celíaca, mas também oferece benefícios mais completos para a saúde.

 

Livia Freitas e Fernanda Furmankiewicz (CRN/SP 6042) – Nutrição e Curadoria da Boomi.

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