Conhecer os sinais comuns de deficiência de iodo é essencial para identificar o problema precocemente e buscar orientação nutricional adequada. A deficiência de iodo ainda é uma realidade em algumas regiões do mundo.
Sinais comuns de deficiência de iodo incluem o aumento da tireóide, hipotireoidismo, cansaço e fraqueza, ganho de peso, problemas cognitivos e dificuldades na gravidez.
Sinais comuns de deficiência de iodo
Para entendermos os sinais comuns de deficiência de iodo, é importante destacar qual o seu papel no organismo.
O iodo é um mineral fundamental para a produção dos hormônios tireoidianos, como a tiroxina (T4) e a triiodotironina (T3), que regulam o metabolismo, o crescimento e o desenvolvimento cerebral, especialmente durante a gestação e a infância. Além disso, o iodo também é importante para a fertilidade e a saúde da pele e dos cabelos.
O iodo está presente naturalmente na água do mar e chega ao solo próximo às regiões costeiras através da chuva. No entanto, áreas distantes do mar ou em altitudes elevadas têm solos pobres em iodo, o que aumenta o risco de deficiência. Por isso, em muitos países do mundo, como o Brasil, o sal de cozinha, além de já ser uma fonte natural de iodo, é enriquecido com 150 a 450mcg/kg de iodeto para garantir uma ingestão adequada.
A ingestão diária recomendada (IDR) de iodo é 150 mcg por dia para a maioria dos adultos para uma boa nutrição. Mulheres grávidas e lactantes devem consumir 220 e 290 mcg, respectivamente.
Os sinais comuns de deficiência de iodo variam de leves a graves, dependendo do nível de deficiência. Entre os mais frequentes, destacam-se:
- Hipotireoidismo
A deficiência de iodo pode levar à redução da produção de hormônios tireoidianos, resultando em hipotireoidismo. Isso pode causar sintomas como cansaço extremo, pele seca e escamosa, cabelos grossos e esparsos, rouquidão e até mesmo inchaço na pele.
- Cansaço e fraqueza
A baixa produção de hormônios tireoidianos desacelera o metabolismo, levando a uma sensação constante de fadiga e perda de força muscular.
- Ganho de peso inexplicável
Com o metabolismo mais lento, o corpo queima menos calorias, o que pode resultar em ganho de peso, mesmo sem mudanças na alimentação.
- Aumento da tireóide (bócio)
Com a falta de iodo, a tireóide se esforça para produzir hormônios suficientes, aumentando de tamanho. Esse inchaço na parte da frente do pescoço é visível e pode causar desconforto ao engolir ou respirar.
- Sensação de frio constante
Como o iodo influencia o metabolismo e a produção de energia, sua deficiência pode fazer com que a pessoa sinta mais frio do que o normal, mesmo em ambientes quentes.
- Dificuldades cognitivas
A deficiência de iodo pode prejudicar a função cerebral, resultando em dificuldade de concentração, perda de memória e até menor desempenho intelectual em crianças.
- Problemas na gravidez
A gestação é um período em que o iodo se torna ainda mais essencial. A falta do mineral pode aumentar o risco de aborto espontâneo, morte fetal e parto prematuro. Além disso, o feto pode ter o crescimento prejudicado e apresentar atrasos no desenvolvimento neurológico. Em casos graves, o bebê pode nascer com cretinismo — uma condição marcada por deficiência intelectual, baixa estatura, surdez e mutismo.
Diagnóstico da deficiência de iodo
O diagnóstico da deficiência de iodo é feito por meio de exames clínicos e laboratoriais. Os exames de sangue avaliam os níveis de iodo e de hormônios tireoidianos (T3 e T4), e o hormônio estimulante da tireoide (TSH). Em adultos, a presença de bócio também serve como sinal de diagnóstico. Exames de imagem, como ultrassonografia da tireoide, podem ser solicitados para avaliar o tamanho da glândula e identificar anomalias.
O teste do pezinho, em recém-nascidos, não detecta diretamente a deficiência de iodo, mas identifica o hipotireoidismo congênito, que pode, em alguns casos, ser causado por essa deficiência.
Como prevenir e tratar a deficiência de iodo
A boa notícia é que a deficiência de iodo pode ser facilmente prevenida com uma alimentação equilibrada. Alguns alimentos ricos em iodo incluem:
- Peixes e frutos do mar;
- Laticínios;
- Ovos;
- Algas marinhas.
- Sal iodado (principal fonte em muitos países) (consumo recomendado por dia, segundo a OMS: até 1 colher de chá, ou 5g)
Gestantes e lactantes devem ter atenção redobrada, pois suas necessidades de iodo são maiores, mas não exagerar no sal, pois existe o risco de elevar a pressão arterial. Recomenda-se o uso de vitaminas pré-natais contendo pelo menos 250 microgramas de iodo diariamente para garantir a saúde da mãe e do bebê, com acompanhamento médico e nutricional.
Conclusão
Estar atento aos sinais comuns de deficiência de iodo é fundamental para manter a saúde em dia. Ao perceber algum desses sintomas, vale a pena procurar um nutricionista para investigar e ajustar a alimentação, se necessário.
Manter uma alimentação variada e equilibrada, rica em fontes naturais de iodo, é o melhor caminho para prevenir essa deficiência e garantir o bom funcionamento do organismo.
Livia Freitas e Fernanda Furmankiewicz (CRN/SP 6042) – Nutrição e Curadoria da Boomi.