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Razões para evitar o consumo de alimentos ultraprocessados

razões para evitar o consumo de alimentos ultraprocessados

Muito se fala da importância em priorizar alimentos in natura e minimamente processados, mas você já parou para pensar quais as razões para evitar o consumo de alimentos ultraprocessados para além do seu baixo valor nutricional, densidade calórica e aditivos químicos?

Existem várias razões para evitar o consumo de alimentos ultraprocessados.

Primeiro, eles geralmente são ricos em açúcares, gorduras trans, aditivos e outros ingredientes artificiais, que podem levar a problemas de saúde como obesidade, diabetes e doenças cardíacas.

Além disso, esses alimentos são pobres em nutrientes essenciais e fibras, resultando em uma dieta desequilibrada e falta de saciedade, o que pode levar ao aumento do consumo calórico.

Também contribuem para a degradação ambiental, pois em geral são embalados em materiais não sustentáveis e frequentemente produzidos em grandes quantidades, gerando resíduos.

Portanto, evitar alimentos ultraprocessados e optar por alimentos frescos e naturais é fundamental para promover uma alimentação saudável e sustentável.

 

8 razões para evitar o consumo de alimentos ultraprocessados

Veja quais são as principais razões para evitar o consumo de alimentos ultraprocessados segundo o Guia Alimentar para a População Brasileira, do Ministério da Saúde:

 

  1. Afeta os mecanismos de fome e saciedade

Devido à sua composição nutricional com altos teores de açúcares e gorduras, os alimentos ultraprocessados “enganam” os dispositivos de que nosso organismo dispõe para regular o balanço de calorias, afetando os mecanismo de fome e saciedade. Em essência, esses dispositivos (situados no sistema digestivo e no cérebro) são responsáveis por fazer com que as calorias ingeridas por meio dos alimentos equalize as calorias gastas com o funcionamento do organismo e com a atividade física. Dito de modo bastante simplificado, esses dispositivos tendem a subestimar as calorias que provêm de alimentos ultraprocessados e, nesta medida, a sinalização de saciedade após a ingestão desses produtos não ocorre ou ocorre tardiamente. Ou seja, estimulam um alto consumo calórico. Além disso, alimentos ultraprocessados costumam ser pobres em fibras, essenciais para o controle do apetite.

 

  1. Induz ao consumo excessivo de calorias e, consequentemente, ao ganho de peso de forma fácil

Como consequência, quando consumimos alimentos ultraprocessados, tendemos, sem perceber, a ingerir mais calorias do que necessitamos; e calorias ingeridas e não gastas inevitavelmente acabam estocadas no nosso corpo na forma de gordura. O resultado é a obesidade.

A elevada quantidade de calorias por grama, comum à maioria dos alimentos ultraprocessados, é um dos principais mecanismos que desregulam o balanço de energia e aumentam o risco de obesidade.

 

  1. Hiperpalatabilidade

Uma alimentação mais saudável pode ser para lá de saborosa e palatável, no entanto, com a “ajuda” de açúcares, gorduras, sal e vários aditivos, alimentos ultraprocessados são formulados para que sejam extremamente saborosos, garantindo maciez e crocância sem igual, o que induz fortemente ao hábito ou mesmo cria uma espécie de dependência. A própria publicidade desses produtos comumente chama a atenção (com razão) para o fato de que eles são “irresistíveis”.

 

  1. Comer sem atenção

A maioria dos alimentos ultraprocessados é formulada para ser consumida em qualquer lugar e sem a necessidade de pratos, talheres e mesas. É comum o seu consumo em casa enquanto se assiste a programas de televisão, na mesa de trabalho ou andando na rua. Essas circunstâncias, frequentemente lembradas na propaganda de alimentos ultraprocessados, também prejudicam a capacidade de o organismo “registrar” devidamente as calorias ingeridas. Veja mais detalhes sobre o comer com atenção acessando o post Mindful eating – A importância da alimentação consciente.

 

  1. Tamanhos gigantes

Em face do baixo custo dos seus ingredientes, é comum que muitos alimentos ultraprocessados sejam comercializados em recipientes ou embalagens gigantes e a preço apenas ligeiramente superior ao de produtos em tamanho regular. Diante da exposição a recipientes ou embalagens gigantes, é maior o risco do consumo involuntário de calorias e maior, portanto, o risco de obesidade.

 

  1. Calorias líquidas

No caso de refrigerantes, refrescos e muitos outros produtos prontos para beber, o aumento do risco de obesidade é em função da comprovada menor capacidade que o organismo tem de “registrar” calorias provenientes de bebidas adoçadas. Como a alta densidade calórica e os demais atributos que induzem o consumo excessivo de calorias são intrínsecos à natureza dos alimentos ultraprocessados, a estratégia de reformulação aqui é pouco aplicável. Saiba mais sobre o impacto das bebidas adoçadas na alimentação no post “Por que parar de adoçar bebidas?”.

 

  1. Impacto na cultura

Marcas, embalagens, rótulos e conteúdo de alimentos ultraprocessados tendem a ser idênticos em todo o mundo. As marcas mais conhecidas são promovidas por campanhas publicitárias milionárias e muito agressivas, incluindo o lançamento, todos os anos, de centenas de produtos que sugerem falso sentido de diversidade. Diante dessas campanhas, culturas alimentares genuínas passam a ser vistas como desinteressantes, especialmente pelos jovens. A consequência é a promoção do desejo de consumir mais e mais para que as pessoas tenham a sensação de pertencer a uma cultura moderna e superior.

 

  1. Impacto na vida social

Alimentos ultraprocessados são formulados e embalados para serem consumidos sem necessidade de qualquer preparação, a qualquer hora e em qualquer lugar. O seu uso trás uma percepção de que a preparação de alimentos, a mesa de refeições e o compartilhamento da comida são mais difíceis de serem feitos. Afinal, seu consumo ocorre com frequência sem hora fixa, muitas vezes quando a pessoa vê televisão ou trabalha no computador, quando ela caminha na rua, dirige um veículo ou fala no telefone, e em outras ocasiões de relativo isolamento. A “interação social” usualmente mostrada na propaganda desses produtos esconde essa realidade.

 

  1. Impacto no ambiente

A manufatura, distribuição e comercialização de alimentos ultraprocessados são potencialmente danosos para o meio ambiente e, conforme a escala da sua produção, ameaçam a sustentabilidade do planeta. Isso fica simbolicamente demonstrado nas pilhas de embalagens desses produtos descartadas, muitas não biodegradáveis, que desfiguram a paisagem e requerem o uso crescente de novos espaços e de novas e dispendiosas tecnologias de gestão de resíduos. A demanda por açúcar, óleos vegetais e outras matérias primas comuns na fabricação de alimentos ultraprocessados estimula monoculturas dependentes de agrotóxicos e uso intenso de fertilizantes químicos e de água, em detrimento da diversificação da agricultura.

A sequência de processos envolvidos com a manufatura, distribuição e comercialização desses produtos envolve longos percursos de transporte e, portanto, grande gasto de energia e emissão de poluentes. A quantidade de água utilizada nas várias etapas da sua produção é imensa. A consequência comum é a degradação e a poluição do ambiente, a redução da biodiversidade e o comprometimento de reservas de água, de energia e de muitos outros recursos naturais.

 

Livia Freitas e Fernanda Furmankiewicz (CRN/SP 6042) – Nutrição e Curadoria da Boomi.

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