Qual o melhor tipo de ferro para suplementar?

A deficiência de ferro é uma das mais comuns em todo o mundo e a suplementação costuma ser a forma mais eficaz para corrigi-la. Mas com tantas opções disponíveis, uma dúvida muito comum é “qual o melhor tipo de ferro para suplementar?”

Ao escolher um suplemento de ferro, é importante entender as diferenças entre os tipos disponíveis, que podem ser classificados basicamente entre inorgânicos e orgânicos.

O tipo de suplemento de ferro pode influenciar diretamente nos desfechos da suplementação. Além disso, é muito importante garantir a segurança e a eficácia da fonte de ferro, a fim de otimizar e garantir o tratamento adequado.

Por isso, é importante nunca suplementar por conta própria e procurar sempre um nutricionista para te auxiliar.

 

Qual o melhor tipo de ferro para suplementar?

O ferro é um mineral essencial para o corpo humano, cujas funções principais incluem a produção de hemoglobina, o transporte de oxigênio pelo sangue, a produção de energia e o funcionamento adequado do sistema imunológico.

Os principais sintomas da deficiência de ferro são cansaço constante, falta de apetite, palidez da pele e das mucosas, unhas quebradiças, dificuldade de aprendizagem e concentração, apatia, retardamento do crescimento em crianças e baixo peso ao nascer.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS, 2008), a prevalência é maior em crianças menores de 5 anos (50%), seguido de mulheres gestantes (40%) e não gestantes em idade reprodutiva (30%), devido à maior demanda do organismo ou à menor ingestão.

A deficiência de ferro também pode ocorrer em vegetarianos e veganos, já que as carnes em geral são a principal fonte de ferro e, muitas vezes, a ingestão através de alimentos fonte de ferro de origem vegetal pode não estar suficiente.

Por isso, ao corrigir a deficiência através da suplementação, independentemente se há o consumo de carnes ou não, um nutricionista irá também avaliar e ajustar a alimentação.

Se a sua dúvida é qual o melhor tipo de ferro para suplementar, veja abaixo algumas das formas mais comuns e suas características:

 

• Suplementos de ferro inorgânico

Os suplementos de ferro mais comuns são de natureza inorgânica. São suplementos que utilizam o ferro na sua forma inorgânica, chamado “ferro férrico”, como você pode ver com mais detalhes no post “Melhores alimentos para prevenir a anemia ferropriva”. Esses suplementos são amplamente utilizados devido à sua disponibilidade e baixo custo.

No entanto, esses compostos inorgânicos apresentam baixa biodisponibilidade e, em algumas pessoas, podem causar efeitos colaterais no trato gastrointestinal. Isso acontece porque esses sais de ferro liberam um íon de ferro que fica livre, e que, ao interagir com a mucosa gastrointestinal, ocasiona irritação local, podendo acarretar efeitos colaterais como náuseas, vômitos, diarreia ou constipação.

Os suplementos de ferro inorgânico mais comuns incluem:

• Sulfato ferroso: Esta é uma forma de ferro inorgânico comumente encontrada em suplementos. O sulfato ferroso é bem absorvido pelo corpo, mas pode causar efeitos colaterais gastrointestinais, como constipação, diarreia ou desconforto estomacal em algumas pessoas.
• Fumarato ferroso: em termos de tolerabilidade gastrointestinal, o fumarato ferroso pode ser mais suave em comparação com o sulfato ferroso, para algumas pessoas.
• Gluconato ferroso: geralmente tem uma menor concentração de ferro elementar em comparação ás outras formas de ferro inorgânico.

 

• Suplementos de ferro orgânico

Os suplementos de ferro orgânico consistem em formas de ferro que estão ligadas a moléculas orgânicas, como aminoácidos ou polímeros de maltose. Essas formas de ferro tendem a ser mais suaves para o estômago e têm uma absorção potencialmente melhor do que os suplementos de ferro inorgânico. Os tipos mais comuns de suplementos de ferro orgânico incluem:

• Ferro quelado: é uma forma de ferro ligada a uma molécula orgânica, como aminoácidos. A forma mais comum é o bisglicinato ferroso, que é uma molécula de ferro ligada ao aminoácido glicina. É a forma considerada mais suave para o estômago e mais biodisponível.
• Ferro polimaltosado: é uma forma de ferro ligada a polímeros de maltose. Esta forma de ferro orgânico tem um menor potencial de causar efeitos colaterais gastrointestinais em comparação com algumas formas inorgânicas de ferro, e absorção eficiente, porém menos eficaz que o bisglicinato ferroso.

 

Ao escolher o melhor tipo de ferro para suplementar, é importante considerar vários fatores, incluindo a tolerância gastrointestinal, a eficácia de absorção e as necessidades individuais:

• Tolerância: algumas pessoas podem ter efeitos colaterais gastrointestinais, como constipação ou diarreia, ao tomar suplementos de ferro inorgânico. Nesses casos, os suplementos de ferro orgânico são uma escolha melhor.

 

• Absorção: embora os suplementos de ferro inorgânico sejam amplamente utilizados, os suplementos de ferro orgânico, como o ferro quelado, tendem a ter uma absorção potencialmente melhor devido à sua ligação a moléculas orgânicas, o que pode ser importante para pessoas com deficiência de ferro significativa ou má absorção.

 

• Necessidades individuais: as necessidades individuais de ferro podem variar com base em fatores como idade, sexo, estado de saúde e alimentação. Por isso, é sempre recomendável consultar um nutricionista para avaliar as necessidades específicas e a melhor forma de suplementação.

 

Livia Freitas e Fernanda Furmankiewicz (CRN/SP 6042) – Nutrição e Curadoria da Boomi.