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Qual a relação entre a microbiota intestinal e a saúde mental?

relação entre a microbiota intestinal e a saúde mental

Nos últimos anos, o interesse pela relação entre a microbiota intestinal e a saúde mental tem crescido na área da nutrição e da medicina. A microbiota, formada por bilhões de microrganismos que habitam o intestino, parece ter um papel significativo na saúde física e mental.

Estudos experimentais sugerem que a composição e a diversidade desses microrganismos podem influenciar nosso bem-estar emocional, contribuindo para o surgimento ou alívio de transtornos mentais.

A relação entre a microbiota e a saúde mental é um campo de estudo promissor, trazendo novas abordagens para o tratamento e prevenção de transtornos mentais. Ao cuidar da saúde intestinal, podemos abrir caminhos para uma vida mentalmente mais saudável, embora seja fundamental reconhecer a necessidade de uma abordagem integrada e multifatorial.

 

Qual a relação entre a microbiota intestinal e a saúde mental?

A relação entre a microbiota intestinal e a saúde mental é complexa e ainda não está totalmente esclarecida.

O que sabemos até o momento é que o eixo intestino-cérebro é o sistema de comunicação bidirecional que conecta o trato gastrointestinal ao sistema nervoso central.

O intestino é considerado um “segundo cérebro” devido à presença do sistema nervoso entérico, com cerca de 100 milhões de neurônios, semelhante à quantidade na medula espinhal.

Essa rede permite que o intestino opere de forma semi-autônoma na digestão e absorção de nutrientes. Ele se comunica constantemente com o cérebro, principalmente pelo nervo vago, que envia sinais sobre saciedade e regula o apetite e o comportamento alimentar. Em contrapartida, o estresse e o humor também afetam o intestino.

A microbiota intestinal, composta por trilhões de microrganismos, é outro fator que sustenta o conceito do intestino como “segundo cérebro”. Esses microrganismos não apenas auxiliam na digestão, mas também produzem metabólitos, como ácidos graxos de cadeia curta (AGCCs), que influenciam o cérebro. O butirato, por exemplo, possui propriedades anti-inflamatórias e pode afetar neurotransmissores, como a serotonina, essencial para o humor. Uma microbiota saudável reduz a inflamação sistêmica, o que pode beneficiar a saúde mental. Alterações na microbiota, ou disbiose, estão associadas a doenças mentais e neurodegenerativas, mas as pesquisas ainda são exploratórias e focadas em correlações.

 

Fatores que afetam a microbiota intestinal

 

  • Alimentação: dietas ricas em fibras, provenientes de frutas, verduras e grãos integrais, favorecem o crescimento de bactérias benéficas, enquanto dietas ricas em açúcar e alimentos processados podem promover o crescimento de microrganismos associados à inflamação de baixo grau, o que, supostamente pode afetar a saúde mental.

 

  • Estresse: o estresse crônico pode alterar a composição da microbiota, criando um ambiente que favorece a disbiose e potencialmente agravando transtornos mentais.

 

  • Uso de antibióticos: antibióticos podem matar bactérias benéficas e causar desequilíbrio na microbiota. A recuperação da microbiota pode ser lenta e, durante esse período, a saúde mental pode ser impactada.

 

A microbiota intestinal é composta por trilhões de microrganismos que desempenham funções essenciais para nossa saúde, como ajudar na digestão, fortalecer o sistema imunológico e produzir vitaminas.

Para manter o equilíbrio da microbiota intestinal, é essencial consumir alimentos naturais ricos em fibras e prebióticos, como legumes, frutas, grãos e cereais integrais, que alimentam as bactérias benéficas. Em seguida, a ingestão de alimentos probióticos, como iogurtes e kefir, contribui para a reposição de microrganismos saudáveis. Uma hidratação adequada também é fundamental para o funcionamento do intestino.

Além disso, é importante reduzir o consumo de alimentos refinados, açucarados e ultraprocessados, que podem prejudicar a microbiota. Evitar o uso excessivo de antibióticos, controlar o estresse e praticar exercícios físicos regularmente são práticas que ajudam a manter o equilíbrio intestinal.

Hábitos saudáveis não apenas reforçam o sistema imunológico e melhoram a digestão, mas também promovem o bem-estar mental, pois a saúde intestinal está diretamente ligada à saúde emocional. Dessa forma, cuidar da microbiota beneficia tanto o corpo quanto a mente.

 

Conclusão

Embora a relação entre a microbiota e a saúde mental ofereça novas perspectivas, é importante lembrar que a saúde mental é complexa e multifatorial. A inclusão de alimentos ou suplementos que promovam a saúde intestinal deve ser feita com orientação de um nutricionista. Os acompanhamentos nutricionais e psicológicos são essenciais para o manejo adequado de transtornos mentais.

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Livia Freitas (CRN/SP 3 82983) e Fernanda Furmankiewicz (CRN/SP 6042) – Nutrição e Curadoria da Boomi.

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