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O Café do Sr Carlinhos em Grãos é certificado por fair trade (comércio justo) de origem singular e especial – classificado acima de 80 pontos pela Associação Internacional de Cafés Especiais – SCA (Specialty Coffee Association).
Região: Cava – Boa Esperança, Sul de Minas
Variedade: Mundo Novo
Processamento: Natural
Altitude: 950 metros
Safra: 19/20
Torra: Média
Notas sensoriais: Chocolate e frutas amarelas
O Sr. Carlinhos é cafeicultor há 30 anos e é a cafeicultura que sustenta economicamente a família. Dona Fatinha e Sr. Carlinhos colhem todo o café manualmente. Durante muito tempo eles colhiam e carregavam os sacos nas costas até o terreiro, hoje eles têm uma moto com carretinha que ajuda no transporte até o terreiro. Além do café, eles plantam milho, feijão e outros alimentos para o consumo da família, com isso eles evitam buscar as coisas na cidade e comem o que plantam, alimentos íntegros e sem uso de agrotóxicos. Das terras da Cava, na região de Boa Esperança, o Senhor Carlinhos enfatiza a importância da valorização da agricultura familiar e do trabalho do pequeno produtor porque é “o produtor é que leva o pão de cada dia para a cidade”.
O plano de empreender e fundar o Café Abraço surgiu em 2010. Eu (Débora) trabalhei em um projeto na área da cafeicultura em uma região do estado de MG, conhecida como Matas de Minas. Tínhamos por objetivo entender como aquela região poderia se tornar mais reconhecida e competitiva no setor. Em uma das minhas idas à região visitamos uma Associação de café Fair Trade (comércio justo). Fiquei muito tocada com todos os desafios e obstáculos que os produtores compartilharam conosco. Saí emocionada da reunião, com lágrimas nos olhos e refletindo sobre como eu poderia, de fato, ajudar os pequenos cafeicultores a serem melhor remunerados e reconhecidos para poderem trabalhar de forma digna e saudável em suas propriedades.
As dores sentidas na agricultura familiar pelo pequeno agricultor fizeram o Café Abraço nascer. A dor do uso excessivo do veneno e do envenenamento massivo da terra, dos ecossitemas e das pessoas, a dor do pequeno cafeicultor – de ser um agente invisível, remunerado na maioria dos casos injustamente e sem reconhecimento justo de seu trabalho. A dor de não ver a assistência técnica e tecnologia serem acessíveis ao pequeno produtor, na maioria dos casos. A dor de ver a desconexão das pessoas com a origem dos alimentos. A dor de ver a pouca consciência no consumo dos alimentos e no conhecimento do que é saudável, limpo e justo. A dor de sermos o maior produtor de café do mundo e ainda conhecermos pouco sobre a qualidade e diversidade dos cafés que produzimos nessa terra riquíssima que é o Brasil.
Café torrado em grãos. NÃO CONTÉM GLÚTEN.
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