Por que o sal é iodado e para que serve o sal sem iodo?

O sal de cozinha é um ingrediente essencial na alimentação, mas você já se perguntou por que o sal é iodado e para que serve o sal sem iodo? A adição de iodo ao sal tem razões importantes para a saúde pública, mas nem sempre esse mineral é necessário em todas as dietas. 

O iodo é adicionado ao sal de cozinha para garantir a saúde da tireoide e evitar problemas causados pela sua deficiência. No entanto, há condições de saúde, dietas restritivas para exames e tratamentos médicos, em que uma redução no consumo de iodo pode ser necessária.

 

Por que o sal é iodado e para que serve o sal sem iodo?

Por que o sal é iodado e para que serve o sal sem iodo, são dúvidas comuns de muitas pessoas que se deparam com duas versões de sal de cozinha: o sal iodado e o sal sem iodo.

O sal contém iodo naturalmente, assim como outros alimentos fonte, como peixes e frutos do mar, leite, ovos, banana, alface, arroz, entre outros. No entanto, a quantidade normalmente consumida não é suficiente para atender as necessidades do organismo. 

A adição de iodo ao sal começou no início do século XX como uma estratégia de saúde pública para combater a deficiência desse mineral. A decisão foi tomada após estudos mostrarem que a deficiência de iodo estava associada ao aumento de casos de bócio e outras doenças da tireoide. O primeiro país a adotar essa medida foi a Suíça, em 1922, seguida pelos Estados Unidos em 1924. No Brasil, a iodação do sal se tornou obrigatória na década de 1950. 

A medida foi importante, principalmente, devido a regiões afastadas do litoral, onde a população tinha pouco acesso a alimentos naturalmente ricos em iodo. O iodo está presente naturalmente no ambiente marinho. Ele pode ser encontrado na água do mar, nas algas marinhas e em frutos do mar, como peixes, camarões e mariscos. O sal marinho pode conter pequenas quantidades de iodo, mas sua concentração não é suficiente para suprir as necessidades diárias do organismo, o que levou à fortificação do sal de cozinha com iodo em muitos países.

O iodo é essencial para a produção dos hormônios da tireoide, que regulam o metabolismo e atuam no desenvolvimento neurológico e na manutenção do equilíbrio hormonal do organismo.

A deficiência de iodo pode causar problemas como:

• Bócio: Aumento da glândula tireóide, que pode levar a dificuldades respiratórias e ao comprometimento da função da tireoide.
• Hipotireoidismo: Condição caracterizada por fadiga, ganho de peso e dificuldades cognitivas.
• Deficiência intelectual em bebês e crianças: A falta de iodo durante a gestação e a infância pode causar danos irreversíveis ao desenvolvimento cerebral.

 

As necessidades diárias de iodo, de acordo com as DRIs (Dietary Reference Intakes) do National Institute of Health, são de 150mcg para homens e mulheres adultos, 220mcg para gestantes e 290mcg para lactantes.

O sal natural não iodado contém quantidades muito baixas de iodo. No sal marinho não refinado, por exemplo, a concentração de iodo pode variar entre 0,1 a 2 mg por quilo de sal, dependendo da origem e do processo de colheita. O sal iodado, por sua vez, contém iodo na proporção de 15 a 45 mg por quilo de sal.

Embora o iodo seja fundamental para a saúde, existem algumas situações em que o consumo de sal sem iodo pode ser indicado. Mas, afinal, para que serve o sal sem iodo?

 

• Dietas restritivas para exames e tratamentos médicos: pessoas que precisam realizar exames específicos, como a cintilografia da tireoide ou o tratamento com iodo radioativo, são frequentemente orientadas a evitar o consumo de iodo na alimentação. Nesses casos, o sal sem iodo é uma alternativa essencial.

 

• Pessoas com doenças autoimunes da tireoide: algumas condições, como hipotireoidismo ou hipertireoidismo, podem se agravar com um consumo excessivo de iodo. Em alguns casos, os médicos podem recomendar uma redução no consumo de alimentos ricos em iodo, incluindo o uso de sal sem iodo.

 

Conclusão

O sal de cozinha tem iodo porque esse mineral é essencial para a saúde da tireoide e a prevenção de doenças causadas por sua deficiência. No entanto, em algumas situações, o sal sem iodo pode ser uma alternativa necessária.

Apesar do sal iodado ser uma importante fonte deste mineral essencial, é preciso moderação no consumo de sódio, que não deve ultrapassar 2000mg por dia (ou 1 colher de chá, 5g). Se é o seu caso ou o de alguém que você conhece, não deixe de conferir as dicas para diminuir o consumo de sódio que separamos aqui no blog.

 

Livia Freitas (CRN/SP 3 82983) e Fernanda Furmankiewicz (CRN/SP 6042) – Nutrição e Curadoria da Boomi.