Você já se perguntou por que o hambúrguer não é considerado uma opção saudável, mesmo quando parece conter tudo o que uma boa refeição precisa? Afinal, ele tem carne (proteína), pão (carboidrato), vegetais como alface e tomate (fontes de fibras e vitaminas). Se todos esses ingredientes são aceitáveis individualmente em uma alimentação equilibrada, por que o hambúrguer não é considerado uma opção saudável quando estão juntos no mesmo prato?
A resposta para essa dúvida comum vai muito além da simples composição dos ingredientes. Envolve o modo de preparo, a frequência de consumo, a presença de aditivos e a comparação com refeições mais completas e menos processadas.
Por que o hambúrguer não é considerado uma opção saudável?
Muitas pessoas acreditam que o hambúrguer não é considerado uma opção saudável, provavelmente, por associá-lo a fast-foods, frituras e calorias extras. Mas isso não é necessariamente verdade. Um hambúrguer artesanal, feito com carnes ou vegetais de boa qualidade, pão integral, vegetais frescos e molhos caseiros, pode ser bastante nutritivo. Ele oferece uma boa distribuição de macronutrientes (proteínas, carboidratos e gorduras), além de micronutrientes importantes como ferro, zinco, fósforo e vitaminas do complexo B e C.
Nesse sentido, o hambúrguer, quando bem preparado, pode até apresentar alta densidade nutricional, ou seja, fornece muitos nutrientes por caloria consumida. Então, por que o hambúrguer não é considerado uma opção saudável em tantas dietas e recomendações nutricionais?
- Ultraprocessados e frequência
A resposta está menos nos ingredientes básicos e mais no formato em que o hambúrguer é preparado e consumido. Os hambúrgueres mais populares, especialmente os de redes de fast-food, são ricos em sódio, gordura saturada, aditivos químicos, conservantes, realçadores de sabor e outros ingredientes ultraprocessados. Além disso, eles são frequentemente acompanhados de batata frita, refrigerante e molhos cheios de sódio, o que transforma a refeição em uma bomba calórica com má qualidade nutricional.
Outro ponto importante é a frequência de consumo. Um hambúrguer artesanal, preparado com ingredientes frescos e equilíbrio, dificilmente causará problemas de saúde, podendo fazer parte da dieta frequentemente. O problema é o hábito frequente de consumir hambúrgueres industrializados, que acabam substituindo refeições mais completas e variadas.
- Acompanhamentos e molhos
Muitas vezes, ao pensarmos em “hambúrguer”, também pensamos em refrigerante, batata frita, ketchup, mostarda, maionese, sobremesa… Então cuidado com os acompanhamentos.
Os refrigerantes, de fato, não são nada nutritivos, nem mesmo as versões zero. Quer evitar? Tem jeito! Confira o post com 6 opções de bebidas para quem quer evitar refrigerantes.
A batata frita tem má fama – e com razão, se pensarmos no excesso de óleo, calorias e sal envolvidos no preparo. No entanto, é verdade que ela também fornece potássio, vitamina C e fibras. O mesmo vale para o ketchup: apesar de, em geral, conter alto teor de sódio, ele também é fonte de licopeno, um antioxidante presente em alimentos como tomate, melancia, manga e cenoura.
Ou seja, mesmo os acompanhamentos e molhos do hambúrguer podem ter seus pontos positivos. Mas, novamente, tudo depende da qualidade dos ingredientes, modo de preparo e quantidade consumida.
Um hambúrguer artesanal, com molho de iogurte com ervas e bastante salada; batata palito assada com azeite e alecrim; água com gás saborizada, é bem diferente de um combo de fast-food.
- Comparação com refeições mais naturais
Outro motivo pelo qual o hambúrguer não é considerado uma opção saudável de forma geral, está na comparação com outras refeições mais completas e compostas por alimentos in natura. Um prato com arroz, feijão, uma carne magra grelhada, legumes refogados e azeite extra-virgem oferece maior variedade de nutrientes.
Além disso, um bom prato de comida tende a ser mais nutritivo, saciante e equilibrado, enquanto um combo com hambúrguer e batata frita, dependendo da composição, pode oferecer menor controle sobre o apetite e menos nutrientes.
Quando o hambúrguer pode fazer parte da alimentação?
A boa notícia é que o hambúrguer não precisa ser eliminado da alimentação. Preparado em casa ou adquirido de forma artesanal, com ingredientes de qualidade, ele pode ser incluído ocasionalmente, sem prejuízo à saúde. Para isso, vale seguir algumas dicas:
- Prefira versões artesanais, com carnes e vegetais frescos e sem aditivos;
- Escolha pães integrais;
- Inclua vegetais frescos, como alface, tomate, cebola ou rúcula;
- Evite exagerar nos molhos – prefira versões mais saudáveis, como ketchup e mostarda com baixo sódio e sem aditivos artificiais, ou caseiras, como creme de ricota, molho de iogurte com ervas e guacamole, por exemplo.
- Cuidado com o excesso de ingredientes mais gordurosos, como queijos e bacon;
- Se for preparar em casa, opte por grelhar ou assar os hambúrgueres.
- Acompanhe com legumes assados ou grelhados, no lugar das frituras, sempre que possível.
- Confira o post “Dicas de como montar um hambúrguer mais leve e saudável” para variar o preparo e manter a adesão a uma alimentação mais saudável, comendo bem e com prazer.
Conclusão
Gostou de saber por que o hambúrguer não é considerado uma opção saudável?
Na verdade, ele pode, sim, ser considerado uma refeição saudável – só depende do modo de preparo e do contexto da dieta.
A resposta para por que o hambúrguer não é considerado uma opção saudável não está apenas nos alimentos que o compõem, mas na forma como ele é preparado, consumido e, principalmente, na frequência com que aparece no cardápio.
Com escolhas conscientes, até mesmo um hambúrguer pode contribuir para uma dieta variada, nutritiva e saborosa.
Livia Freitas (CRN/SP 3 82983) e Fernanda Furmankiewicz (CRN/SP 6042) – Nutrição e Curadoria da Boomi.