É comum ouvir frases como: “comi muito hoje, amanhã vou compensar comendo menos” ou “exagerei no final de semana, então vou fazer um treino mais longo”. No entanto, evitar fazer compensação quando nos alimentamos mal é essencial para construir uma relação mais saudável com a comida e com o corpo.
A prática da compensação, embora popular, pode ter efeitos negativos tanto no aspecto físico quanto no emocional. Ao deixar de lado a culpa e focar na consistência, promovemos uma boa relação com a comida, com o corpo e com o emocional.
Não se trata de buscar a perfeição, mas de retomar uma alimentação equilibrada na próxima refeição e seguir em frente, criando hábitos que, com o tempo, se tornam naturais e mais fáceis de manter. Embora o início possa exigir esforço e adaptação, a prática constante transforma o que antes parecia um desafio em parte do dia a dia.
Por que evitar fazer compensação quando nos alimentamos mal
Evitar fazer compensação quando nos alimentamos mal é essencial para construir uma relação mais saudável com a comida e com o corpo. Isso não significa que não se possa optar por escolhas mais leves e equilibradas depois de um exagero, mas evitar compensações extremas que podem trazer consequências negativas para a saúde física e emocional.
Compensar excessos com restrições severas ou exercícios intensos pode gerar estresse físico e emocional. Estudos mostram que esse comportamento contribui para um ciclo de culpa e compulsão, dificultando o processo de manter uma alimentação equilibrada a longo prazo.
Ao invés disso, ao perceber um deslize, não devemos lamentar ou tentar “pagar” pelo erro. Apenas volte ao ritmo habitual. Essa mentalidade simples, mas eficaz, ajuda a prevenir o ciclo de culpa e promove a construção de novos hábitos de forma mais leve e sustentável.
Adotar a postura de “voltar já para uma alimentação saudável” é uma forma de desenvolver autonomia nas escolhas diárias, sem se prender à culpa ou ao perfeccionismo. Esse hábito fortalece a confiança em si mesmo e permite que as decisões sejam baseadas em objetivos de longo prazo.
Por exemplo, após um exagero em uma refeição, basta fazer escolhas mais equilibradas na próxima, sem necessidade de compensação extrema. Essa abordagem reduz o peso emocional dos deslizes e reforça uma relação mais saudável com a comida e o corpo.
Criar hábitos saudáveis envolve reconhecer momentos de conflito interno e desenvolver estratégias práticas para lidar com eles. Se ao chegar em casa cansado surge a vontade de pular o treino, pense em alternativas como treinar diretamente do trabalho ou marcar um compromisso com um amigo. Da mesma forma, em eventos sociais, optar por porções menores ou priorizar o convívio ao invés do excesso alimentar contribui para um equilíbrio sem sacrifícios.
Reconhecer esses momentos e agir com flexibilidade ajuda a evitar compensações desnecessárias. A prática de retomar o equilíbrio sem culpa fortalece hábitos sustentáveis e melhora a relação com a alimentação.
Vale lembrar que saúde e alimentação não se resumem a contar calorias ou compensar deslizes. Ao entender que exageros podem acontecer e que tudo bem, criamos um ciclo positivo de escolhas conscientes e consistentes.
Comer de forma saudável não significa eliminar prazeres ou alimentos favoritos, mas encontrar um ponto de equilíbrio que permita aproveitar momentos sem prejudicar o bem-estar. Desenvolver essa mentalidade é um passo essencial para fortalecer a relação com a comida e construir hábitos saudáveis duradouros que, embora possa parecer difícil hoje, amanhã se torna o seu novo normal.
Dicas para evitar o ciclo de compensação
- Planeje suas refeições: inclua alimentos que você gosta em porções adequadas para evitar sentimentos de privação.
- Evite mentalidade de tudo ou nada: entenda que cada refeição é uma nova oportunidade para fazer boas escolhas.
- Pratique a compaixão: seja gentil consigo mesmo ao cometer exageros, ao invés de se punir com restrições ou exercícios excessivos.
- Identifique os gatilhos emocionais: perceba se você tende a compensar por culpa ou estresse e busque estratégias saudáveis para lidar com esses sentimentos. Nesse caso, procurar a ajuda de um psicólogo, além de um nutricionista, é essencial.
- Treine a “volta”: sempre que se desviar do seu plano, lembre-se: “apenas volte”. Esse lema simples pode ser transformador.
- Procure um nutricionista: o profissional de nutrição auxiliará com diversas estratégias comportamentais e cardápios variados, diminuindo episódios de exagero alimentar (o que, eventualmente, é comum e normal), além de estratégias para equilibrar a alimentação de forma saudável, sem compensações malucas.
Livia Freitas (CRN/SP 3 82983) e Fernanda Furmankiewicz (CRN/SP 6042) – Nutrição e Curadoria da Boomi.