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O que comer e o que evitar para tratar a pancreatite crônica

O que comer e o que evitar para tratar a pancreatite crônica

A pancreatite crônica é uma inflamação do pâncreas que pode levar a alterações permanentes na forma e no funcionamento do pâncreas. O pâncreas é um órgão responsável por produzir enzimas que participam da digestão dos alimentos, por isso saber o que comer e o que evitar para tratar a pancreatite crônica é essencial.

Na pancreatite crônica, é essencial evitar alimentos que estimulam o pâncreas, como café, pimentas e alimentos doces e gordurosos. O recomendado é optar por uma dieta de fácil digestão e baixo teor de gordura, incluindo laticínios magros, carboidratos simples, carnes magras, leguminosas, frutas, legumes e verduras.

Além de buscar saber mais sobre o que comer e o que evitar para tratar a pancreatite crônica, o acompanhamento com um nutricionista é fundamental para ajustar a dieta conforme a evolução do tratamento.

 

O que comer e o que evitar para tratar a pancreatite crônica

A pancreatite pode ser dividida em dois tipos: pancreatite aguda e pancreatite crônica. A pancreatite aguda ocorre repentinamente e a curto prazo. Já a pancreatite crônica é uma condição de longa duração, na qual a glândula pancreática é substituída por tecido fibroso.

Assim como na pancreatite aguda, as principais causas da pancreatite crônica incluem os cálculos biliares e o consumo abusivo de álcool. Os cálculos biliares podem inflamar o pâncreas por ficarem na alça biliar ou no ducto pancreático. Já o álcool estimula o órgão a produzir e liberar enzimas digestivas em quantidades fora do comum, o que pode causar a pancreatite.

 

Outras causas incluem:

  • Pancreatite hereditária
  • Fibrose cística
  • Medicamentos
  • Infecções
  • Lesões abdominais
  • Câncer de pâncreas
  • Colangiopancreatografía retrógrada endoscópica (CPRE)
  • Altos níveis de gorduras ou cálcio no sangue
  • Bloqueios no ducto pancreático

 

Os principais sintomas de pancreatite crônica são:

  • Dor frequente na parte superior do abdômen que irradia para as costas;
  • Dor abdominal que piora depois de comer;
  • Barriga inchada e dolorida;
  • Náuseas e vômitos;
  • Diarreia;
  • Fezes gordurosas e claras;
  • Perda de peso sem causa aparente;
  • Sede excessiva;
  • Cansaço constante;
  • Sensação de falta de ar;
  • Diabetes tipo 1, se o pâncreas deixar de secretar o hormônio insulina.

 

O diagnóstico é feito por exames como hemograma completo e outros exames de sangue para avaliar a quantidade de enzimas do pâncreas e verificar a função dos rins e do fígado. Além disso, também é feito o exame físico, avaliação do histórico de saúde e hábitos de vida.

O gastroenterologista também pode solicitar exame de fezes para verificar os níveis de gordura nas fezes, podendo ser um sintoma de que o corpo não está absorvendo bem este e outros nutrientes da alimentação.

Outros exames podem incluir raio X, ultrassonografia, tomografia computadorizada ou ressonância magnética e/ou ultrassom endoscópico, que permitem verificar sinais de inflamação e imagens detalhadas do pâncreas.

O tratamento envolve o uso de medicamentos antiinflamatórios e analgésicos para aliviar dor e inflamação.

Além disso, o tratamento pode envolver a suplementação de enzimas pancreáticas, para ajudar a melhorar a absorção dos alimentos e nutrientes, aliviando sintomas como diarreia, fezes gorduras, perda de peso e desnutrição. Caso o pâncreas tenha deixado de secretar insulina, o tratamento também pode incluir o uso de insulina.

O tratamento também pode incluir terapia endoscópica para remover pedras ou para corrigir alterações nos canais pancreáticos, bloqueio nervoso para aliviar a dor, e cirurgias.

Em relação à alimentação, saber o que comer e o que evitar para tratar a pancreatite crônica é essencial para o manejo dos sintomas, e inclui:

 

  1. Hidratação adequada

A hidratação é essencial no tratamento da pancreatite crônica porque ajuda a manter o equilíbrio dos fluidos corporais, prevenindo a desidratação, que pode agravar os sintomas e a inflamação do pâncreas. Além disso, uma hidratação adequada auxilia no bom funcionamento dos órgãos digestivos e na absorção de nutrientes, contribuindo para o manejo dos sintomas da doença.

A recomendação é de 35 a 50ml por quilo de peso, por dia.

 

  1. Frutas, legumes e verduras

Frutas, legumes e verduras são importantes no tratamento da pancreatite crônica devido ao seu conteúdo de vitaminas, minerais e fibras. Embora na pancreatite aguda seja recomendado consumi-los cozidos ou sem casca e sem bagaço para facilitar a digestão e evitar irritações no pâncreas, na pancreatite crônica essa recomendação pode variar conforme a tolerância individual de cada paciente. Ajustes na dieta devem ser feitos sob orientação de um nutricionista ou médico.

 

  1. Laticínios magros

Laticínios magros fornecem proteínas e cálcio com baixo teor de gordura, ajudando a evitar a sobrecarga do pâncreas. Consumir versões magras, como leite desnatado, iogurte desnatado e queijos com baixo teor de gordura, é recomendado para reduzir a ingestão de gorduras, que podem agravar os sintomas da pancreatite e dificultar a digestão.

 

  1. Carboidratos de fácil digestão

Carboidratos de fácil digestão, como arroz branco, macarrão branco, pão branco e purê de batata podem ajudar a minimizar os sintomas gastrointestinais e a melhorar a tolerância alimentar em pacientes com pancreatite crônica.

 

  1. Leguminosas

Leguminosas como feijões, ervilha, lentilha e grão-de-bico podem ser consumidos com moderação. Embora sejam ricas em fibras, que podem ser difíceis de digerir para algumas pessoas, elas também são uma fonte importante de proteína vegetal e outros nutrientes essenciais. A melhor abordagem é introduzi-las gradualmente, ajustando a quantidade conforme a tolerância e recomendação nutricional.

 

  1. Carnes magras

Carnes gordas podem provocar ou piorar os sintomas gastrointestinais. Por isso, boas fontes incluem ovos com moderação, peixes magros, como atum e tilápia, peito de frango e patinho, por exemplo.

 

  1. Evitar alimentos gordurosos, frituras e fastfoods

Alimentos gordurosos e frituras exigem uma maior produção de enzimas digestivas pelo pâncreas, o que pode sobrecarregar o órgão já comprometido. Além disso, esses alimentos podem aumentar os sintomas gastrointestinais, como dor abdominal, náuseas e diarreia, e também contribuir para agravar a inflamação pancreática. Por isso, evite carnes e queijos gordos, manteiga, margarina, salgadinhos de festa e de pacote, biscoitos, sorvete, salsicha, linguiça, bacon, presunto, mortadela, entre outros.

 

  1. Evitar alimentos ricos em açúcar

No tratamento da pancreatite crônica, evitar alimentos ricos em açúcar é importante porque o consumo excessivo de açúcar pode desencadear picos de glicose no sangue, o que pode sobrecarregar o pâncreas já comprometido. Além disso, altos níveis de açúcar no sangue podem afetar negativamente a função pancreática e a produção de insulina, aumentando o risco de complicações como diabetes. Manter uma dieta equilibrada, com baixo teor de açúcar, ajuda a minimizar o estresse sobre o pâncreas e a controlar os sintomas da pancreatite crônica.

 

  1. Evitar alimentos que estimulam o intestino

Como café, pimentas, curry e outros molhos picantes, laticínios integrais, alimentos ricos em fibras (como farelos, arroz integral, folhas cruas). Esses alimentos podem aumentar a produção de sucos digestivos e a motilidade intestinal, o que pode sobrecarregar o pâncreas já inflamado e aumentar os sintomas gastrointestinais como dor abdominal, náuseas e diarreia.

 

  1. Evitar bebidas alcoólicas e tabaco

O álcool pode estimular o pâncreas a produzir enzimas digestivas em excesso, causando inflamação adicional e piorando os sintomas da pancreatite. Além disso, o consumo de álcool pode levar à formação de cálculos biliares, que são um fator de risco para a pancreatite. O tabaco contém substâncias químicas que podem prejudicar diretamente o pâncreas e aumentar o risco de desenvolver pancreatite crônica.

Na pancreatite crônica, é essencial cuidar da quantidade de proteína ingerida e avaliar constantemente os níveis de vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K), para evitar a desnutrição.

O acompanhamento constante com um nutricionista é fundamental para ajustar a dieta conforme a evolução do tratamento.

 

Livia Freitas (CRN/SP 3 82983) e Fernanda Furmankiewicz (CRN/SP 6042) – Nutrição e Curadoria da Boomi.

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