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O que comer e o que evitar para tratar a gota

O que comer e o que evitar para tratar a gota

A gota é uma doença inflamatória que ocorre devido ao acúmulo de cristais de ácido úrico nas articulações, causando dor intensa e inchaço. Ela é frequentemente associada a dietas ricas em alimentos fonte de purinas, que são metabolizadas no corpo em ácido úrico. Compreender o que comer e o que evitar para tratar a gota é fundamental para o sucesso do tratamento.

Carne de boi e vísceras, alguns peixes, frutos do mar, bebidas alcoólicas e açucaradas e sal em excesso, devem ser evitados.

Boas opções para quem tem gota incluem as frutas, legumes, verduras, grãos e cereais integrais, ovos, aves, alguns peixes e gorduras de boa qualidade.

 

O que comer e o que evitar para tratar a gota

A gota é uma forma de artrite caracterizada por ataques repentinos e severos de dor, vermelhidão e inchaço em articulações. A articulação mais frequentemente afetada é a do dedão do pé, mas também pode ocorrer nos tornozelos, joelhos, mãos e punhos.

A causa subjacente da gota é a hiperuricemia, que é a presença de níveis elevados de ácido úrico no sangue, devido a uma produção aumentada de ácido úrico pelo organismo ou a uma excreção inadequada pelos rins. Este ácido úrico pode formar cristais que se depositam nas articulações, causando inflamação.

Estima-se que cerca de 1 a 2% da população do Brasil e do mundo tenha esta condição. Em geral, a prevalência tende a ser maior em homens e aumenta com a idade.

As principais causas incluem:

 

  • Genética: pessoas com histórico familiar de gota têm maior probabilidade de desenvolver a doença.

 

  • Alimentação: consumo excessivo de alimentos ricos em purinas, como carnes vermelhas, frutos do mar, e bebidas alcoólicas, especialmente cerveja.

 

  • Obesidade: o excesso de peso aumenta a produção de ácido úrico e dificulta sua excreção pelos rins.

 

  • Certos medicamentos: medicamentos como diuréticos e aspirina podem aumentar a concentração de ácido úrico.

 

  • Condições médicas: pressão alta, diabetes, síndrome metabólica e doenças renais crônicas também estão associadas à gota.

 

Os sintomas da gota geralmente aparecem de forma súbita e incluem:

 

  • Dor intensa nas articulações: a dor pode ser severa e geralmente ocorre durante a noite.

 

  • Inchaço e vermelhidão: a articulação afetada fica inchada, vermelha e quente.

 

  • Desconforto persistente: após a dor aguda inicial, pode haver desconforto articular prolongado.

 

  • Limitação de movimento: a articulação afetada pode ter seu movimento restringido.

 

O diagnóstico da gota é baseado em uma combinação de histórico clínico, exame físico e exames laboratoriais. Os principais métodos diagnósticos incluem:

 

  • Análise do líquido sinovial: coleta de líquido da articulação afetada para procurar cristais de ácido úrico.

 

  • Exames de sangue: medição dos níveis de ácido úrico no sangue. A hiperuricemia pode ser definida como um nível de ácido úrico no sangue superior a 7,0 mg/dL para homens e superior a 6,0 mg/dL para mulheres. Com o aumento da concentração de ácido úrico no sangue, ocorre a deposição de cristais de ácido úrico nos tecidos, principalmente nas articulações, produzindo o quadro de gota, causando inflamação e consequentemente dor e inchaço.

 

  • Ultrassonografia: pode ajudar a visualizar os cristais nas articulações.

 

  • Radiografia: embora não muito comum, pode ser usada para verificar danos nas articulações causados pela gota.

 

A gota não tem cura definitiva, mas com o tratamento adequado, pode ajudar a controlar os sintomas e prevenir ataques agudos.

O tratamento medicamentoso envolve duas abordagens principais: aliviar os sintomas dos ataques agudos e prevenir futuros ataques.

Os medicamentos mais comuns incluem antiinflamatórios não esteroidais, colchicina, corticosteróides, uricosúricos e outros medicamentos redutores de ácido úrico.

O manejo nutricional da gota é fundamental para o manejo dos sintomas e envolve a adoção de uma dieta que ajude a reduzir os níveis de ácido úrico, por isso saber o que comer e o que evitar para tratar a gota é essencial.

As estratégias nutricionais para a redução dos níveis de ácido úrico baseiam-se na perda de peso (no caso de sobrepeso/obesidade), redução do consumo de alimentos ricos em purinas, aumento da ingestão hídrica e aumento da ingestão de alguns alimentos que estão associados com a redução dos níveis de ácido úrico.

Além disso, a prática regular de exercícios físicos ajuda a manter o peso e a saúde geral das articulações. Sono adequado e manejo do estresse, podem ajudar a reduzir ataques de gota.

 

O que comer para tratar a gota:

 

  • Água: manter-se bem hidratado é essencial para ajudar na excreção de ácido úrico.

 

  • Frutas, legumes e verduras: por serem alimentos ricos em fibras, melhoram a sensibilidade à insulina, auxiliam no controle de peso, promovem a saúde renal e podem reduzir a absorção de purinas.

 

  • Ovos, aves e alguns peixes: ovos, aves e alguns peixes, como frango, peru, salmão, truta, atum e bacalhau, podem ser recomendados com moderação para pessoas com gota. Embora contenham purinas, sua quantidade é considerada moderada em comparação com outras fontes de proteína, como carnes vermelhas e frutos do mar.

 

  • Laticínios com baixo teor de gordura: iogurte e leite desnatado são fontes proteicas baixas em purinas, que podem ajudar a reduzir os níveis de ácido úrico. Caso seja necessária a perda de peso, uma opção são as versões com baixo teor de gordura.

 

  • Leguminosas: feijões, lentilha, ervilha e grão-de-bico são excelentes fontes de proteínas vegetais, mais seguras para pessoas com gota do que fontes de proteínas de origem animal, como carnes vermelhas e frutos do mar, que são ricas em purinas. As leguminosas são ricas em fibras, o que pode ajudar a melhorar a sensibilidade à insulina, promover a saciedade e auxiliar na perda de peso, fatores importantes no controle da gota.

 

  • Cereais integrais: são recomendados no tratamento da gota devido ao seu baixo teor de purinas e alto teor de fibras. Cereais integrais como aveia, arroz integral, milho e quinoa oferecem uma fonte saudável de carboidratos complexos, fibras e nutrientes essenciais, sem contribuir significativamente para o aumento dos níveis de ácido úrico no sangue.

 

  • Gorduras saudáveis e ômega 3: As gorduras de boa qualidade, como as mono e poliinsaturadas, são encontradas em alimentos como abacate, azeite, azeitona, nozes e sementes, e podem ajudar a reduzir a inflamação e melhorar a saúde cardiovascular, o que pode ser benéfico para quem tem gota. O salmão, rico em gorduras ômega-3, é uma excelente escolha, devido às suas propriedades antiinflamatórias, que podem ajudar a aliviar os sintomas da gota. O salmão é um peixe com baixo teor de purinas.

 

O que evitar para tratar a gota, incluem alimentos ricos em purinas ou que podem contribuir para o seu aumento no organismo, como:

 

  • Carnes vermelhas e vísceras: carne de boi, cordeiro, e vísceras como fígado e rins

 

  • Alguns peixes e frutos do mar: anchova, sardinha, arenque, cavala, camarão, lagosta e mariscos.

 

  • Bebidas alcoólicas: especialmente cerveja e destilados. As bebidas alcoólicas aumentam os níveis de ácido úrico, principalmente devido à interferência na sua excreção pelos rins, ao metabolismo das purinas contidas em algumas bebidas e à desidratação, que reduz a excreção de ácido úrico.

 

  • Bebidas açucaradas: refrigerantes e sucos industrializados ricos em frutose. O fígado converte a frutose em ácido úrico em maior quantidade do que quando consumimos outras formas de açúcar, como a glicose. Esse aumento na produção de ácido úrico pode levar a níveis elevados no sangue, predispondo à hiperuricemia e aumentando o risco de desenvolver gota.

 

  • Sal em excesso: pode contribuir para o aumento da pressão alta e problemas renais, associados ao aumento do ácido úrico e à gota.

 

Livia Freitas e Fernanda Furmankiewicz (CRN/SP 6042) – Nutrição e Curadoria da Boomi.

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