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O que comer e o que evitar no hipotireoidismo

O que comer e o que evitar no hipotireoidismo

O hipotireoidismo é uma condição que pode impactar significativamente a qualidade de vida, manifestando-se através de sintomas como pele seca, queda de cabelo, alterações na composição corporal, problemas de concentração e fadiga constante. Apesar de o principal tratamento ser medicamentoso e não existir uma dieta específica, saber o que comer e o que evitar no hipotireoidismo pode ajudar no manejo dos sintomas.

Priorizar alimentos ricos em antioxidantes, zinco, selênio, vitamina A, ômega-3 e ferro pode ajudar a melhorar a função tireoidiana e reduzir a inflamação. Além disso, manter uma ingestão adequada de iodo, consumir alimentos pré e probióticos para uma boa saúde intestinal, evitar alimentos refinados e frituras e praticar exercícios físicos, são práticas recomendadas para aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida das pessoas com hipotireoidismo.

 

O que comer e o que evitar no hipotireoidismo

Hipotireoidismo é uma condição na qual a glândula tireoide produz uma quantidade insuficiente de hormônios tiroxina (T4) e triiodotironina (T3), que regulam o metabolismo.

O hipotireoidismo pode ser primário ou secundário. As causas primárias incluem:

  • Tireoidite de Hashimoto e outros tipos de tireoidites, permanentes ou temporárias, dependendo da causa, como doenças autoimunes, infecções por microrganismos ou tireoidite pós parto, por exemplo.
  • Tratamento de hipertireoidismo, com iodo radioativo ou tireoidectomia
  • Câncer de tireoide, devido ao tratamento ou devido à remoção da glândula.
  • Falta de iodo, devido ao baixo consumo de alimentos fonte e em países onde o iodo não é acrescentado ao sal.
  • Aplicação de radiação à cabeça e pescoço.
  • Distúrbios hereditários que impedem que a tireoide produza ou secrete uma quantidade suficiente de hormônios.

 

Já o hipotireoidismo secundário é muito mais raro que o primário e ocorre quando a hipófise falha em secretar o hormônio estimulante da tireóide (TSH) em quantidades necessárias para o estímulo normal da tireoide.

O diagnóstico é feito por exame de sangue, ao dosar o TSH, que estará elevado no caso da tireóide hipoativa. Nos raros casos de hipotireoidismo causados pela secreção inadequada de TSH, um segundo exame de sangue é necessário. Esse exame de sangue mede o nível do hormônio tireoidiano T4 (tiroxina ou tetraiodotironina). Níveis baixos dão respaldo ao diagnóstico de hipotireoidismo. Nesse caso, geralmente é realizada a avaliação da hipófise por meio de exames da função da hipófise e exames de imagem.

No Brasil, o hipotireoidismo afeta cerca de 15% das mulheres e 3% dos homens. Geralmente inicia entre os 30 e 50 anos de idade. No mundo, a prevalência varia conforme os países. Na Europa, varia entre 0,2% e 5,3% e nos Estados Unidos, entre 0,3% e 3,7%, por exemplo.

Os principais sintomas incluem:

  • Pele seca
  • Queda de cabelo
  • Ganho de peso
  • Olhos inchados
  • Tireóide aumentada
  • Mudança de humor
  • Problemas de concentração
  • Fadiga constante
  • Alterações na composição corporal
  • Distúrbios na movimentação intestinal.

 

O tratamento envolve a reposição do hormônio tireoidiano T4.

Muitas pessoas têm dúvidas se o hipotireoidismo pode desacelerar o metabolismo, causando ganho de peso ou dificuldade para perder peso. No entanto, o ganho de peso não costuma passar de 5kg no hipotiroidismo não sendo a principal causa do sobrepeso ou obesidade. Quando o tratamento é feito da forma correta, com a medicação ajustada, os sintomas cessam e a pessoa vive uma vida normal.

 

O que comer e o que evitar no hipotireoidismo

Apesar de não existir uma dieta específica para o hipotireoidismo, uma alimentação saudável e equilibrada é essencial para aliviar os sintomas associados à condição. Veja abaixo o que comer e o que evitar no hipotireoidismo:

 

  1. Priorize alimentos ricos em antioxidantes

Optar por uma dieta rica em antioxidantes, que têm efeito antiinflamatório no organismo, como frutas, legumes e verduras, pode ajudar a reduzir a inflamação e controlar os sintomas associados ao hipotireoidismo.

 

  1. Mantenha a ingestão adequada de zinco

O zinco é um mineral que participa da produção de hormônios tireoidianos, além de ter um papel fundamental na imunidade. Por isso, aposte em alimentos ricos neste nutriente, como carnes magras em geral e alimentos fonte de zinco de origem vegetal, como peito de frango, atum, feijão, ervilha, lentilha, grão de bico, arroz integral, castanhas, sementes e aveia.

 

  1. Mantenha a ingestão adequada de selênio

O selênio é um mineral importante para a saúde da tireoide e tem propriedades antioxidantes e antiinflamatórias, podendo melhorar a função da tireoide em pessoas com hipotireoidismo. Fontes alimentares de selênio incluem castanhas do Pará, sementes de girassol, ovos e carnes em geral.

 

  1. Aposte em alimentos fonte de Vitamina A

A vitamina A é importante para a regulação do sistema imunológico, auxiliando na prevenção de distúrbios autoimunes da tireoide.

Alimentos fonte de vitamina A incluem frutas e legumes amarelos e alaranjados e vegetais verde-escuros são ricos em carotenóides: manga, mamão, cajá, caju maduro, goiaba vermelha, abóbora/jerimum, cenoura, acelga, espinafre, chicória, couve, salsa etc.

 

  1. Modere o consumo de alimentos ricos em iodo

O iodo é um nutriente essencial na produção de hormônios tiroxina (T4) e tri-iodotironina (T3), sintetizados pela tireoide. A recomendação para o consumo de iodo, de acordo com as Dietary Reference Intakes (DRI) é de 150 mcg/dia para adultos de 19 a 70 anos. Sua deficiência pode levar ao hipotireoidismo, bócio endêmico e cretinismo. No entanto, o excesso (mais de 300 mcg/dia) pode ocasionar doenças autoimunes da tireoide. Portanto, é importante consumir alimentos ricos em iodo com moderação, como algas marinhas, frutos do mar, produtos lácteos e sal de cozinha.

 

  1. Não suplemente tirosina, ou qualquer outro nutriente, por conta própria

A tirosina é um aminoácido não essencial encontrado amplamente nas proteínas animais e vegetais. Junto ao iodo, ele auxilia na produção de hormônios tireoidianos. Muitas pessoas acreditam que os suplementos de tirosina podem ajudar na função da tireoide, quando, na verdade, podem atrapalhar. Assim como o iodo, a tirosina pode desencadear ou piorar os sintomas em algumas pessoas.

 

  1. Aposte em alimentos fonte de ômega 3

O ômega 3 é uma gordura poliinsaturada com efeito antiinflamatório no organismo. Os principais alimentos fonte são os peixes gordos, sementes e óleos de chia e de linhaça, ou suplementar, caso seja indicado por um médico ou nutricionista.

 

  1. Mantenha a ingestão adequada de ferro

Níveis adequados de ferro são essenciais para a síntese dos hormônios tireoidianos. Alguns estudos apontam que baixos estoques de ferro podem contribuir para a persistência dos sintomas. Alimentos fonte de ferro incluem as carnes em geral, ovos, e alimentos fonte de ferro de origem vegetal, como aveia, catalonha, leguminosas em geral, agrião, quinoa, tofu, castanhas e sementes.

 

  1. Aposte em alimentos pré e probióticos

Alimentos pré e probióticos podem ajudar na saúde intestinal, que está diretamente ligada ao sistema imunológico e à regulação hormonal. Os prebióticos, como fibras alimentares encontradas nas frutas, legumes, verduras e grãos integrais, promovem o crescimento de bactérias benéficas no intestino, enquanto os probióticos, como leite pasteurizado, iogurtes e kefir, introduzem diretamente essas bactérias. Um intestino saudável pode ajudar na absorção adequada de nutrientes essenciais para a função tireoidiana, como selênio e iodo, e reduzir a inflamação sistêmica, que pode ser um fator agravante no hipotireoidismo.

 

  1. Evite alimentos potencialmente alergênicos

Pessoas com hipotireoidismo podem se beneficiar ao evitar alimentos potencialmente alergênicos, especialmente se tiverem sensibilidades ou alergias alimentares diagnosticadas. Alimentos como trigo, soja, laticínios e nozes podem causar inflamação e problemas digestivos em algumas pessoas, o que pode afetar negativamente a função tireoidiana e a saúde geral. A inflamação crônica pode exacerbar os sintomas do hipotireoidismo e interferir na absorção de nutrientes essenciais, como iodo e selênio. Portanto, identificar e eliminar esses alimentos da dieta pode ajudar a reduzir a inflamação e melhorar a eficácia do tratamento para o hipotireoidismo.

Lembrando que antes de fazer qualquer alteração na alimentação, consulte um nutricionista de sua confiança.

 

  1. Evite alimentos ultraprocessados, açucarados e frituras

Alimentos como doces em geral, macarrão instantâneo, refrigerantes, entre outros,  são pobres em nutrientes. Além disso, costumam ser ricos em energia, em gorduras de má qualidade, açúcares e aditivos artificiais. Consumi-los em excesso pode contribuir para o ganho de peso e para processos inflamatórios no organismo, piorando os sintomas do hipotireoidismo.

 

  1. Outras recomendações

Além de prestar atenção em o que comer e o que evitar no hipotireoidismo, é importante seguir outras recomendações para controlar os sintomas, como:

  • Consumir de 35 a 50ml por quilo de peso de água;
  • Realizar atividade física regularmente, ao menos 3 vezes por semana durante 1 hora;
  • Consumir frutas e vegetais para cerca de 5 porções por dia.

 

Livia Freitas (CRN/SP 3 82983) e Fernanda Furmankiewicz (CRN/SP 6042) – Nutrição e Curadoria da Boomi.

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