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O que comer e o que evitar na introdução alimentar

O que comer e o que evitar na introdução alimentar

Você sabe exatamente o que comer e o que evitar na introdução alimentar do bebê, e por que variar a alimentação é tão importante nesta fase?

A fase de introdução alimentar faz parte dos primeiros mil dias de vida, período que vai do primeiro dia de gestação até os 2 anos de idade, no qual acontece o maior estirão de crescimento da vida do ser humano.

A variedade de alimentos é que garantirá os nutrientes necessários para o crescimento das crianças, bom desenvolvimento cognitivo e prevenção de doenças no futuro. E ainda estimula escolhas alimentares melhores e mais conscientes na fase adulta.

Incluir pelo menos um alimento de cada grupo alimentar é a maneira ideal de garantir refeições completas e nutritivas para o desenvolvimento adequado. Além disso, é importante estar atento aos alimentos e bebidas que devem ser evitados até 1 ou 2 anos de idade, como sal, açúcares, adoçantes, cafeína, frituras e alimentos processados e ultraprocessados em geral.

 

O que comer e o que evitar na introdução alimentar

Os benefícios em variar a alimentação e introduzir certos alimentos e ingredientes apenas após 1 ou 2 anos de idade, incluem:

  • Menos seletividade em relação à comida.
  • Aceitam alimentos novos e diferentes mais facilmente
  • Fazem as refeições de forma mais prazerosa
  • Se interessam menos por alimentos doces ou salgados demais

 

Esses achados ressaltam também a ligação entre nutrição e desenvolvimento cerebral: cerca de 60% das calorias ingeridas pelos bebês são direcionadas para alimentar seus cérebros em rápido crescimento. Considerando que 80% do cérebro humano se desenvolve até os 2 anos de idade, fica claro como uma alimentação diversificada é crucial desde cedo.

A variedade de alimentos é que garantirá os nutrientes necessários para o crescimento das crianças, bom desenvolvimento cognitivo e prevenção de doenças no futuro. E ainda estimula escolhas alimentares melhores e mais conscientes na fase adulta.

Além disso, é importante transformar o momento das refeições em experiências positivas. Isso promove entusiasmo e encorajamento enquanto o bebê explora novos sabores e texturas, criando associações positivas com alimentos saudáveis desde cedo.

Lembre-se também que é importante respeitar os sinais de fome e de saciedade da criança, oferecendo o alimento quando ela demonstrar estar com fome, e deixar de oferecer quando ela demonstra estar satisfeita. Isso ajuda no controle do apetite na fase adulta, evitando ganho de peso e outras complicações de saúde.

Na introdução alimentar, aposte em alimentos, como:

 

  1. Água

A água deve ser oferecida em copo, principalmente nos intervalos entre as refeições. Oferecer água é importante, pois a criança não percebe que está com sede e não pede água. Deixar sempre um copo ou garrafinha com água tampada e acessível, é uma boa estratégia. Em lugares muito quentes, a necessidade de água é maior.

A quantidade ideal depende da idade, da alimentação, da estação do ano e do gasto de energia de cada criança. Mas, para ter uma referência, a recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) é de:

  • 6 meses: 600 mL por dia (~2 e ½ xícaras de chá)
  • 6 a 12 meses: 800 mL por dia (~3 e ½ xícaras de chá)
  • 1 a 3 anos: 1,3 L por dia (~5 e ½ xícaras de chá).

 

  1. Frutas

Ofereça uma variedade de frutas amassadas ou raspadas, como banana, maçã, caqui, mamão, pêra, abacate, entre outras. É essencial oferecer uma variedade de frutas em diferentes texturas, incentivando a mastigação e a coordenação motora. Evite adição de açúcar às frutas e esteja atento a possíveis reações alérgicas.

 

  1. Legumes

Escolha legumes variados, como cenoura, brócolis, chuchu, abóbora cabotiã, entre outros. Durante a introdução alimentar, é importante incluir uma variedade de legumes na dieta do bebê para garantir o fornecimento de nutrientes essenciais. Comece oferecendo legumes cozidos e amassados para facilitar a digestão e evitar o risco de engasgos. Evite adição de sal aos legumes e esteja atento a possíveis reações alérgicas.

 

  1. Verduras

A introdução de folhas na dieta, a partir dos 6 meses, pode ser feita gradualmente, mas é importante escolher folhas adequadas e prepará-las de forma apropriada. Folhas como espinafre, couve e acelga são boas opções para serem cozidas e amassadas, assim evita-se o risco de engasgos e facilita a digestão do bebê. É essencial introduzir novos alimentos de forma gradual e observar atentamente qualquer reação alérgica ou dificuldade digestiva.

 

  1. Proteínas

A partir dos 6 meses, é possível introduzir fontes de proteínas como carne desfiada ou amassada, frango bem cozido e desfiado, peixe sem espinhas e ovos cozidos e amassados. As proteínas desempenham um papel fundamental na introdução alimentar, contribuindo para o crescimento, desenvolvimento muscular e função imunológica.

 

  1. Cereais, raízes e tubérculos

Cereais e tubérculos amiláceos como arroz, batata-inglesa, batata-doce, mandioca, inhame e cará, por exemplo, desempenham um papel importante na introdução alimentar, pois são fontes de carboidratos complexos e fornecem a energia adequada para o crescimento e desenvolvimento dos bebês. É recomendado que sejam cozidos e amassados para facilitar a digestão.

 

  1. Leguminosas

Opções como feijão, lentilha, grão-de-bico e ervilha podem ser oferecidas durante a introdução alimentar. É recomendado cozinhá-las completamente e amassá-las para facilitar a digestão do bebê. As leguminosas são uma excelente fonte de proteínas, fibras e diversos nutrientes essenciais, especialmente nesta fase da vida, como o ferro e o folato, por exemplo.

 

  1. Alimentos alergênicos

Sim, alimentos alergênicos. Ao contrário do que muitas pessoas acreditam, alimentos alergênicos, como leite de vaca, ovos, soja, trigo, amendoim (pasta), peixes e frutos do mar, não precisam ser evitados. Na verdade, eles podem ser oferecidos, porém com um intervalo de 3 a 5 dias entre cada tipo de alimento alergênico, para que os sinais de alergia, caso surjam, possam ser identificados.

 

  1. Temperos naturais

A Sociedade Brasileira de Pediatria sugere evitar o sal até o primeiro ano de idade, tornando os temperos uma alternativa valiosa para realçar o aroma e sabor dos pratos. Aposte em:

  • Ervas como salsa, cebolinha, coentro, entre outras
  • Especiarias como cúrcuma e cominho
  • Legumes aromáticos como alho-poró e cebola.

 

Plantar esses temperos em casa é uma excelente ideia, pois oferece uma fonte orgânica e fresca, podendo ser cultivados até mesmo em espaços pequenos como apartamentos, proporcionando ingredientes saudáveis e livres de contaminação.

Caso opte por adquiri-los prontos, é importante que estejam em embalagens fechadas para garantir a qualidade e evitar possíveis contaminações por bactérias e fungos prejudiciais ao bebê.

Alguns alimentos e bebidas devem ser evitados, principalmente até 1 ou 2 anos de idade, como:

 

  1. Açúcares e adoçantes

Açúcares em geral, como açúcar refinado, mascavo, de coco, demerara, cristal, orgânico, invertido, mel, melado, melaço, agave, xarope de bordo, entre outros., devem ser evitados até os 2 anos de idade. O mesmo vale para adoçantes naturais, como xilitol e eritritol, e artificiais, como aspartame e sucralose, por exemplo. Além de estimular um paladar muito doce, esses ingredientes podem fazer com que a criança tenha dificuldade em aceitar verduras, legumes e outros alimentos saudáveis.

Além disso, podem aumentar a chance de ganho de peso excessivo durante a infância e, consequentemente, o desenvolvimento de obesidade e outras doenças na vida adulta.

 

  1. Sal

Após os bebês completarem 1 ano, uma pitada de sal pode ser adicionada durante o preparo das refeições para realçar o sabor dos alimentos. Apenas 1 pitada já é suficiente, pois os alimentos consumidos pelos bebês entre 6 meses e 2 anos de idade já oferecem a quantidade de sódio necessária.

Quando em excesso, o sal favorece a retenção de líquidos e o aumento do volume de sangue, fatores que elevam a pressão arterial, colaborando para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, obesidade e diabetes tipo 2, além de prejudicar os ossos e os rins.

 

  1. Temperos ultraprocessados e pimentas

Temperos e caldos ultraprocessados contém realçadores de sabor, corantes e aromatizantes artificiais e sódio em grandes quantidades, sendo contraindicados em qualquer fase da vida. Já a introdução da pimenta pode ocorrer de forma gradual e a partir dos 6 anos de idade, desde que a criança não tenha problemas gástricos, como refluxo, e não tenha nenhuma ferida na boca ou dentes nascendo, que possam causar desconforto. Após os 6 anos, recomenda-se iniciar com variedades mais leves, menos ardidas e mais aromáticas, apostando nas pequenas porções para evitar qualquer agressão no aparelho gástrico ou reação alérgica.

 

  1. Sucos de frutas e água de coco

O consumo de suco para bebês é sugerido apenas a partir de 1 de idade, devido ao risco de excesso de frutose, que pode afetar o pâncreas e contribuir para condições como obesidade e diabetes no futuro.

A Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda que apenas após 1 ano de idade, o consumo de sucos seja introduzido gradualmente, com uma quantidade máxima diária de 120ml. É preferível que a criança consuma frutas inteiras, ao invés de sucos, pois isso promove a mastigação, estimula a gengiva e permite o aproveitamento das fibras presentes nas frutas, proporcionando uma experiência mais agradável e saudável.

Em relação à água de coco, também é preciso cautela. Apesar de conter menos açúcares que a maioria dos sucos, pode prejudicar a aceitação da água mineral pelo bebê.

 

  1. Café e chás com cafeína e/ou açúcares

O consumo regular de chás e café não é recomendado. No entanto, bebês a partir de 6 meses podem ocasionalmente consumir pequenas quantidades de chás, desde que sem açúcares e sem cafeína, como forma de aliviar cólicas e promover o sono, mas apenas sob orientação profissional.

Antes de introduzir chás na dieta do bebê, é essencial buscar orientação de um nutricionista materno-infantil, para garantir uma abordagem segura e adequada às necessidades individuais do bebê.

 

  1. Alimentos processados e ultraprocessados

Alimentos processados incluem frutas em calda, manteiga com sal, queijos, entre outros. Já os ultraprocessados incluem embutidos, biscoitos, salgadinhos de pacote, macarrão instantâneo, entre outros. Além de serem pobres em nutrientes, levam ingredientes que devem ser evitados na introdução alimentar, como açúcares e sódio, além de ingredientes que devem ser evitados até mesmo na idade adulta, como corantes, aromatizantes, adoçantes, gorduras de má qualidade e diversos aditivos artificiais.

 

  1. Frituras

Além de favorecerem o acúmulo de gordura, por serem muito ricas em energia, as frituras tendem a ser extremamente crocantes e hiperpalatáveis, o que induz fortemente ao hábito ou mesmo cria uma preferência a este tipo de preparo, dificultando a aceitação dos alimentos preparados de formas mais saudáveis, como cozidos na água, no vapor, ou salteados, por exemplo.

 

Livia Freitas e Fernanda Furmankiewicz (CRN/SP 6042) – Nutrição e Curadoria da Boomi.

Referências

Departamento Científico de Nutrologia e Pediatria Ambulatorial. Guia Prático de Alimentação da Criança de 0 a 5 Anos. Sociedade Brasileira de Pediatria. São Paulo. Brasil. 2021. Disponível em: https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/23148cf-GPrat_Aliment_Crc_0-5_anos_SITE.pdf

 

Ministério da Saúde. Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de 2 Anos Versão Resumida. Brasília, DF. Brasil. 201. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_alimentar_crianca_brasileira_versao_resumida.pdf

 

Saramago, B. Guia Mima de Introdução Alimentar. Jornada Mima. Brasil. 2022. Disponível em: https://jornadamima.com.br/e-book/introducao-alimentar

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