A inflamação crônica subclínica de baixo grau já é reconhecida como a base das principais doenças crônicas não transmissíveis. Esse processo inflamatório silencioso está diretamente relacionado a condições como obesidade, diabetes, câncer, doenças autoimunes, doenças hepáticas e doenças neurodegenerativas.
Manter uma alimentação adequada é uma das formas mais eficazes e acessíveis de combater esse quadro inflamatório. Uma dieta anti-inflamatória pode ajudar na prevenção e reversão dessas condições, reduzindo marcadores inflamatórios no organismo.
Um estudo publicado em janeiro de 2021 (Nutrients; 13(1): 222; 2021. doi: 10.3390/nu13010222) analisou o Healthy Eating Index-2015 de 1989 adultos e concluiu que uma alimentação de melhor qualidade está associada a menores níveis de PCR e IL-6, biomarcadores inflamatórios diretamente ligados a doenças metabólicas. Esses achados reforçam a importância de uma alimentação equilibrada na regulação da resposta inflamatória do corpo.
Outro estudo brasileiro (Br J Nutr; 125(8):851-862, 2021. doi: 10.1017/S0007114520003311), realizado por pesquisadores da UFRN e UFPB e publicado em abril de 2021, apontou a relação entre obesidade, inflamação, função imune e COVID-19. Os resultados sugerem que a inflamação crônica subclínica de baixo grau pode aumentar a virulência do vírus e favorecer complicações respiratórias.
Entre as principais causas desse estado inflamatório, destacam-se:
- Dieta pró-inflamatória: rica em açúcar, farinhas refinadas, alimentos ultraprocessados, gordura trans e gordura saturada;
- Sedentarismo;
- Estresse crônico;
- Alergias alimentares ou ambientais não diagnosticadas;
- Exposição prolongada a toxinas, como metais pesados e agrotóxicos.
Diante desse cenário, investir em estratégias nutricionais anti-inflamatórias é essencial. Uma sugestão prática para incluir alimentos anti-inflamatórios na rotina é consumir um suco rico em antioxidantes. Uma excelente combinação é açaí com frutas vermelhas, gengibre, própolis e ômega-3. Para potencializar os benefícios, você ainda pode adicionar cubos de couve, farinha de banana verde ou aveia, cúrcuma e limão, de acordo com a sua preferência e objetivos.
Essa é uma estratégia que passo para meus alunos e pacientes como uma forma de facilitar a rotina alimentar sem perder os benefícios nutricionais!
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Texto escrito por: Ana Beatriz Baptistella – CRN 3 9.674
Nutricionista pós-graduada em Nutrição Clínica Funcional.
Coordenadora do departamento científico da VP Consultoria Nutricional.
Membro do The Institute for Functional Medicine.
Membro do Conselho Fiscal do Instituto Brasileiro de Nutrição Funcional.
São Paulo – SP
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