fbpx Skip to content

É preciso suplementar vitamina D?

É preciso suplementar vitamina D?

A vitamina D atua na absorção e manutenção das concentrações de cálcio e fósforo, no metabolismo ósseo, na contração muscular, na condução nervosa, na imunidade e função celular geral. Uma dúvida comum, especialmente entre pessoas com pouca exposição ao sol ou com condições específicas de saúde, é se é preciso suplementar vitamina D.

Diferentemente de outras vitaminas, a vitamina D, algumas vezes, pode ser difícil de ser obtida em quantidades adequadas apenas por meio da exposição solar e da alimentação e do sol. No entanto, para saber se é preciso suplementar vitamina D, é essencial avaliar os seus níveis no organismo através de um exame de sangue.

 

É preciso suplementar vitamina D?

Para sabermos se é preciso suplementar vitamina D, vamos entender um pouco o papel desta vitamina no organismo e como ela pode ser obtida.

A vitamina D é um micronutriente essencial que age como um hormônio, regulando processos vitais no organismo. Ela auxilia na absorção e manutenção das concentrações de cálcio e fósforo, no metabolismo ósseo, na contração muscular, na condução nervosa, na imunidade e função celular geral.

Existem dois tipos principais de vitamina D:

  • Vitamina D2 (ergocalciferol): é a vitamina D de origem vegetal, encontrada em cogumelos, como shiitake e champignon.

 

  • Vitamina D3 (colecalciferol): é a vitamina D de origem animal, presente, principalmente, em peixes gordurosos, como óleo de fígado de bacalhau, gema de ovo, leite, queijos e iogurte.

 

A vitamina D3 é a forma mais biodisponível, ou seja, o corpo a utiliza de maneira mais eficiente.

As recomendações de ingestão diária variam conforme a idade e as condições de saúde:

  • 0 a 12 meses: 400 UI (10 mcg) por dia.
  • 1 a 70 anos: 600 UI (15 mcg) por dia.
  • Acima de 70 anos: 800 UI (20 mcg) por dia.
  • Gestantes e lactantes: 600 UI (15 mcg) por dia.

As fontes de vitamina D incluem:

 

  1. Exposição solar

A exposição solar é a melhor forma de manter os níveis de vitamina D no organismo. Ela é sintetizada na pele por meio da exposição à radiação ultravioleta B (UVB) do sol.

A pró-vitamina D3 (7-deidrocolesterol) é produzida naturalmente pela nossa derme e epiderme. Após a ação dos raios UV, várias reações fotoquímicas a transformam na sua forma biologicamente ativa, a vitamina D3 (calcitriol). No entanto, a quantidade produzida depende de vários fatores:

  • Horário do dia: Os níveis de UVB são mais altos entre as 10h e as 15h.
  • Localização geográfica: Quanto mais perto do equador, maior é a intensidade de UVB.
  • Clima: Céu nublado ou poluição podem reduzir a exposição à UVB.
  • Idade: Pessoas mais velhas têm menor capacidade de produzir vitamina D.
  • Área de pele exposta: Quanto mais pele está exposta, maior a produção.
  • Melanina: a melanina, o pigmento que dá cor à pele, age como um filtro natural da radiação UVB. Pessoas com pele mais escura (fototipos IV a VI) têm maior quantidade de melanina, o que reduz a capacidade de produção de vitamina D. Por isso, elas precisam de mais tempo ao sol para sintetizar a mesma quantidade de vitamina D que uma pessoa com pele clara (fototipos I a III). Portanto, pessoas de pele clara devem tomar de 15 a 20 minutos de sol, por dia, em áreas descobertas, como braços e pernas, sem protetor solar. Enquanto pessoas de pele escura: pode ser necessário de 30 minutos a 2 horas de exposição para produzir a mesma quantidade de vitamina D.

 

Lembre-se de utilizar o filtro solar, após esse tempo, pensando na saúde da pele.

 

  1. Alimentos

A alimentação costuma contribuir menos que a exposição solar, para manutenção dos níveis de vitamina D, especialmente em países próximos à linha do equador.

Por ser uma vitamina lipossolúvel, ela está presente em maior quantidade, em alimentos gordurosos. Segundo a Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (TBCA), a quantidade de vitamina D em 100g de alimento é de:

  • Salmão grelhado – 380 UI
  • Sardinha em conserva – 380 UI
  • Queijo minas frescal – 80 UI
  • Ovos inteiros cozidos (2 unidades) – 70 UI
  • Leite de vaca integral – 48 UI
  • Atum cru – 40 UI
  • Cogumelo shitake cozido – 28 UI
  • Queijo minas padrão – 24 UI
  • Queijo mussarela – 18 UI
  • Carnes (frango, peru, vísceras) – 12 UI
  • Cogumelo champignon cozido – 8 UI
  • Ricota – 5 UI
  • Iogurte integral – 2 UI

 

No entanto, para saber se é preciso suplementar vitamina D, é preciso avaliar os níveis no organismo através de um exame de sangue. Afinal, dependendo da rotina, muitas pessoas não conseguem se expor ao sol ou consumir os alimentos fonte regularmente, para atingir as necessidades diárias.

Vale ressaltar que a exposição ao sol e o consumo dos alimentos fonte, contribuem apenas para a manutenção dos níveis de vitamina D no organismo. Portanto, se houver deficiência ou insuficiência, a suplementação pode ser recomendada.

Os níveis de 25-hidroxivitamina D (25(OH)D) no sangue, usados para avaliar a quantidade de vitamina D no organismo, têm valores de referência amplamente discutidos, o que costuma gerar dúvidas se, em alguns casos, é preciso suplementar vitamina D ou não. Daí a importância em suplementar apenas com a orientação de um médico ou nutricionista.

Em geral, os valores de referência são:

  • Deficiência: Abaixo de 20 ng/mL (50 nmol/L).
  • Insuficiência: Entre 21 e 29 ng/mL (52 a 74 nmol/L).
  • Suficiência: Acima de 30 ng/mL (75 nmol/L).

 

Alguns especialistas defendem que níveis acima de 40 ng/mL (100 nmol/L) seriam ideais para maior proteção imunológica e saúde geral. No entanto, valores muito elevados (acima de 100 ng/mL ou 250 nmol/L) podem causar toxicidade, conhecida como hipervitaminose D.

A suplementação também costuma ser indicada para grupos com maior risco de deficiência, após avaliação dos exames bioquímicos:

  • Pessoas que vivem em locais com baixa incidência solar: no inverno ou em regiões de altas latitudes, a produção cutânea de vitamina D diminui significativamente.
  • Pessoas de pele escura: a melanina reduz a capacidade de síntese de vitamina D.
  • Idosos: com a idade, a capacidade da pele de produzir vitamina D é reduzida.
  • Gestantes e lactantes: a demanda por vitamina D aumenta durante esses períodos.
  • Pacientes com doenças específicas: osteoporose, insuficiência renal, doenças autoimunes ou condições gastrointestinais podem exigir suplementação.

 

Sintomas da falta de vitamina D no organismo podem variar de leves a graves e incluem:

  • Fraqueza muscular
  • Fadiga
  • Dores ósseas
  • Aumento do risco de osteoporose e fraturas ósseas
  • Aumentar do risco de infecções
  • Espasmos musculares (tetania), em bebês
  • Raquitismo, em bebês
  • Crânio macio, em bebês
  • Escoliose, em crianças
  • Joelho varo ou valgo, em crianças

 

Já a hipervitaminose D, pode causar:

  • Náuseas e vômitos
  • Perda de apetite
  • Fraqueza
  • Desidratação
  • Hipertensão arterial
  • Confusão mental
  • Dor abdominal
  • Prisão de ventre
  • Sede excessiva

 

Conclusão

Como vimos, nem sempre é preciso suplementar vitamina D.

A resposta depende de fatores como avaliação dos níveis no organismo, idade, exposição solar, alimentação e condições de saúde. Para muitas pessoas, especialmente as que pertencem a grupos de risco, a suplementação pode ser necessária.

Consulte um profissional de saúde, realize exames regulares e siga orientações personalizadas para manter os níveis ideais de vitamina D. Dessa forma, você estará investindo na prevenção de doenças e na promoção de uma vida mais saudável.

 

Livia Freitas (CRN/SP 3 82983) e Fernanda Furmankiewicz (CRN/SP 6042) – Nutrição e Curadoria da Boomi.

1
Loading...

Ver carrinho