A introdução alimentar é um marco importante no desenvolvimento de um bebê, mas também é um desafio para todos que estão envolvidos, o que demanda bastante empenho e organização. Por isso, ter em mãos algumas dicas para uma introdução alimentar de sucesso, torna o processo mais prático e leve.
Ao incorporar essas dicas à rotina diária, você estará não apenas promovendo uma introdução alimentar tranquila para seu filho, mas também garantindo que ele desenvolva hábitos alimentares saudáveis desde cedo.
Dicas para uma introdução alimentar de sucesso
A introdução alimentar é um momento emocionante, mas também muito desafiador para os pais e cuidadores. No entanto, com as estratégias certas, é possível transformar esse processo em uma jornada mais tranquila e prazerosa para todos os envolvidos.
- A criança aprende por imitação
Os hábitos alimentares da criança são adquiridos através dos hábitos alimentares da família. Por isso, uma das dicas para uma introdução alimentar de sucesso é rever como anda a alimentação da família e se há algo a melhorar. Assim como na dieta do bebê, a dieta dos adultos também deve priorizar alimentos naturais, como frutas, legumes, verduras, grãos, cereais integrais, ovos e carnes frescas em geral.
Além de oferecer esses alimentos à criança, consumi-los próximo à ela, pode fazê-la se interessar e querer provar por vontade própria.
- Comer bem exige planejamento e organização
Planejamento e organização também é uma das dicas para uma introdução alimentar de sucesso imprescindíveis.
Faça uma lista de compras e planeje o cardápio com antecedência para que seja variado. Aproveite os alimentos da época, que costumam estar mais nutritivos e saborosos. Organize os horários de todos, para que, se possível, façam o maior número de refeições junto com o bebê. Organizar o ambiente também é essencial, como posicionar bem o caldeirão e os demais utensílios, permitindo mais interação do bebê com os alimentos.
- Alinhe as expectativas
Alguns bebês estarão mais prontos e interessados, enquanto outros vão se animando com o tempo. A fase da introdução alimentar é período de muitas descobertas, tanto para os cuidadores quanto para o bebê.
Cabe à família prover os alimentos, ofertar uma porção aproximada, organizar o local das refeições, oferecer a comida gentilmente e parar de oferecer quando a criança se sentir satisfeita. À criança, cabe a responsabilidade de determinar a quantidade que vai comer e se vai comer. Lembre-se de que respeitar os sinais de fome e de saciedade da criança, é fundamental para que ela desenvolva uma boa relação com a comida.
- Organize a rotina da casa
Se você gosta de ir para a cozinha, escolha um dia da semana para o preparar os alimentos e envolva as crianças sempre que possível. Prepare diferentes alimentos (frango desfiado, carne moída, legumes cozidos, arroz, feijão, etc.) e congele para facilitar a rotina. A perda de nutrientes pelo congelamento não é significativa. Lembre-se de que a Sociedade Brasileira de Pediatria libera o sal apenas a partir do primeiro ano de vida.
Se você não gosta de ir para a cozinha, deixe instruções claras sobre o preparo de cada alimento, cortes e temperos que você deseja para o seu bebê.
- Busque por informações com respaldo científico
Informe-se através de materiais confiáveis, como o Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de 2 anos, do Ministério da Saúde, e o Guia Prático de Alimentação Para Crianças de 0 a 5 anos, da Sociedade Brasileira de Pediatria.
Pesquise sobre os métodos de introdução alimentar, mas lembre-se de que o melhor método é aquele que os pais e o bebê melhor se adaptarem. O importante é que a família esteja segura e tranquila, e que a criança faça registros positivos dessas experiências.
- Programe a rotina do bebê
Programe a rotina do bebê para que na hora de comer, ele não esteja com fome demais, cansado, com sono ou irritado. O aleitamento materno segue em livre demanda, mesmo antes ou depois da refeição principal. Quanto à fórmula infantil, a menos que o bebê tenha comido muito pouco, é recomendado aguardar de 1 a 2 horas após a refeição, para não atrapalhar na absorção de nutrientes.
- Higienize os alimentos corretamente
Frutas e vegetais que serão consumidos crus podem ser lavados em água corrente e esfregados com uma escovinha. Depois disso, deixe-os em uma solução clorada (1 colher de sopa de hipoclorito de sódio a 2% para cada litro de água) por 15 minutos e finalize lavando-os, novamente, em água corrente.
- Varie o cardápio
Varie os alimentos de acordo com cada grupo alimentar. Assim, a criança pode ter contato com diferentes sabores, texturas e nutrientes. Os pigmentos dos alimentos são importantes indicadores da sua variedade nutricional, por isso quanto mais coloridos, melhor. Utilize temperos naturais como alho, cebola, salsão e ervas em geral.
- Comece devagar
O esperado é que o bebê comece comendo algo em torno de uma a três colheres de sopa, e vá progredindo no volume das porções, aos poucos. Há quem coma menos e há quem coma mais. À medida que o bebê se habitua, curte o processo e o organismo se acostuma a fazer a digestão e a absorção dos alimentos sólidos, os tamanhos das porções e o número de refeições, aumenta, conforme a fome do bebê. O mesmo vale para as consistências, que devem avançar junto com as habilidades do bebê em manejar e mastigar os alimentos.
- Comece pelos alimentos que a família está mais habituada a comer
Se ainda não sabe com qual alimento iniciar a introdução alimentar, opte por algo mais familiar, que a mãe consumiu bastante durante a gestação e amamentação. Provavelmente as nuances dos sabores já sejam conhecidas, aumentando as chances de sucesso na introdução alimentar. Se não der certo, basta ir testando outros alimentos.
Livia Freitas e Fernanda Furmankiewicz (CRN/SP 6042) – Nutrição e Curadoria da Boomi.