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Dia Mundial da Alimentação 2022: não deixe ninguém para trás

Dia Mundial da Alimentação 2022: não deixe ninguém para trás

Todo dia 16 de outubro é comemorado o Dia Mundial da Alimentação. E o tema do Dia Mundial da Alimentação 2022, definido pela Food And Agriculture Organization da Organização das Nações Unidas (FAO / ONU) é: “não deixe ninguém para trás”.

Segundo a FAO, apesar de termos progredido na construção de um mundo melhor, muitas pessoas foram deixadas para trás. Pessoas que não podem se beneficiar do desenvolvimento humano, inovação ou crescimento econômico.

Realmente, milhões de pessoas em todo o mundo não podem pagar uma dieta saudável, o que as coloca em alto risco de insegurança alimentar e desnutrição.

Mas acabar com a fome não é apenas uma questão de oferta. Hoje, alimentos suficientes são produzidos para alimentar todos no planeta.

O problema é o acesso e a disponibilidade de alimentos nutritivos, que são cada vez mais impedidos de chegar até essas pessoas, devido a vários desafios, como a, conflitos, mudanças climáticas, desigualdade, aumento de preços e tensões internacionais pandemia de COVID-19.

Pessoas ao redor do mundo sofrem com os efeitos dominó de desafios que não conhecem fronteiras.

Em todo o mundo, mais de 80% dos extremamente pobres vivem em áreas rurais e muitos dependem da agricultura e dos recursos naturais para sobreviver. Eles geralmente são os mais atingidos por desastres naturais causados ​​pelo homem e, muitas vezes, marginalizados devido ao seu gênero, origem étnica ou status.

Segundo o 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, em 2022, 33,1 milhões de pessoas não têm o que comer, o equivalente a 15% da população do país.

 

Segurança Alimentar e Nutricional (SAN)

A SAN se define por estratégias e ações que assegurem o abastecimento regular de alimentos, por meio do acesso a terras e água, do fortalecimento da agricultura familiar e da agroecologia, da garantia de serviços públicos adequados à saúde, à prevenção e tratamento da obesidade, à educação, ao transporte, dentre outros.

Infelizmente, muitas pessoas no Brasil e no mundo vivem situação de insegurança alimentar, sem acesso a uma alimentação saudável, de qualidade e em quantidade suficiente permanentemente.

Portanto, as ações em SAN são imprescindíveis, afinal, a insegurança alimentar não abrange apenas o problema da fome, mas a produção, comércio e publicidade de alimentos ultraprocessados, o uso de agrotóxicos nocivos à saúde e o desrespeito ao meio ambiente e a biodiversidade.

Já a FAO/ONU lidera esforços internacionais para o enfrentamento da insegurança alimentar no planeta. O objetivo é alcançar a segurança alimentar de todos e garantir que as pessoas tenham acesso regular a alimentos de alta qualidade, direitos básicos para que se tenha uma boa qualidade de vida.

Tanto que o seu lema é fiat panis, do latim, “haja pão”.

A data do Dia Mundial da Alimentação foi escolhida para lembrar a sua fundação, em 16 de outubro de 1945.

Porém, a primeira comemoração do Dia Mundial da Alimentação ocorreu em 1981, cujo tema abordado foi “A comida vem primeiro”.

No Brasil, o enfrentamento dessas questões se dá pelo Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN), proposto pela sociedade civil organizada, a fim de garantir a segurança alimentar e nutricional da população.

O SISAN foi instituído por meio da Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional (LOSAN, Lei nº 11.346/2006), cuja meta é garantir, através de ações públicas intersetoriais, participativas e articuladas, o Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA).

Sua criação deu-se através da Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (PNSAN), cujo instrumento é o Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (PLANSAN).

 

Dia Mundial da Alimentação 2022: não deixe ninguém para trás

Com objetivo semelhante ao Dia Mundial da Alimentação de 2021, haja vista o quadro atual de fome e desnutrição que persiste em todo Brasil e no mundo, principalmente após o surgimento da pandemia de Covid-19, o tema do Dia Mundial da Alimentação 2022 definido pela FAO é “não deixe ninguém para trás”.

Segundo a FAO, atualmente, mais de 3 bilhões de pessoas – o equivalente a quase 40% da população mundial – não podem pagar por uma dieta saudável.

E esse é o ponto em que a fome e a obesidade se encontram: a desnutrição.

A fome, por não haver ingestão suficiente de qualquer tipo de alimento. E a obesidade, pela alta ingestão de alimentos ricos em energia e pobres em nutrientes.

Muitas pessoas que têm obesidade, não tem acesso a alimentos in natura, devido à falta de acesso e disponibilidade, tendo que optar por alimentos ultraprocessados, cujo preço tende a ser menor e o tempo de prateleira, maior.

Conflitos, problemas climáticos e questões econômicas são os principais motivos que retardam o progresso para a erradicação da desnutrição, principalmente onde a desigualdade social é alta. E a pandemia de COVID-19 tornou o caminho mais íngreme.

Somado a isso, ainda há o problema do desperdício e da má distribuição de alimentos, afinal, muitas terras são utilizadas para o plantio de soja e milho, para a produção de alimentos de origem animal, que nem todos têm condições financeiras de adquirir.

Como também, muitas terras são utilizadas por grandes indústrias para o plantio de cana de açúcar, milho, trigo, dentre outros alimentos utilizados na produção de ultraprocessados, como biscoitos e macarrão instantâneo.

Quando, na verdade, essas terras poderiam abrigar o plantio diversificado de vegetais ricos em nutrientes, para que assim, fossem mais bem distribuídos dentre as populações, atenuando o problema da desnutrição.

E é nessa tecla que o Dia Mundial da Alimentação 2022 está batendo: em um sistema agroalimentar sustentável.

Sistema agroalimentar significa a soma total de operações que envolvem um alimento: disponibilização de insumos, produção, armazenamento, transformação, distribuição e consumo.

Portanto, os alimentos que escolhemos e a forma como os consumimos impactam na forma como os sistemas agroalimentares funcionam, afetando a nossa saúde e a saúde do planeta.

Um sistema agroalimentar sustentável é aquele em que uma variedade de alimentos suficientes, nutritivos e seguros estão disponíveis a um preço acessível para todos. Assim, ninguém passa fome ou sofre de qualquer forma de desnutrição.

Por exemplo, em um sistema agroalimentar sustentável, as prateleiras são estocadas no mercado local, menos alimentos são desperdiçados e a cadeia de abastecimento de alimentos fica mais resistente a choques, como condições meteorológicas extremas, picos de preços ou pandemias, degradação ambiental e mudanças climáticas.

Os sistemas agroalimentares sustentáveis ​​proporcionam segurança alimentar e nutricional para todos, sem comprometer as bases econômicas, sociais e ambientais, para as gerações futuras. Assim, levando a uma melhor produção, melhor nutrição, melhor meio ambiente e uma vida melhor para todos.

Para isso, a FAO propõe que os governos adotem novas políticas que promovam a produção sustentável de alimentos nutritivos a preços acessíveis e também a participação dos agricultores.

As políticas devem promover a igualdade e a aprendizagem, estimular a inovação, aumentar a renda rural, oferecer redes de segurança aos pequenos produtores e construir resiliência climática.

Como também, considerar as diversas ligações entre as áreas que afetam os sistemas alimentares, como educação, saúde, energia, proteção social, finanças dentre outras, de modo que as soluções se encaixem.

Os governos, o setor privado, a sociedade civil e as organizações internacionais precisam influenciar o que é produzido, aumentando a demanda por alimentos nutritivos produzidos de forma sustentável e, ao mesmo tempo, sermos mais sustentáveis ​​nas nossas ações diárias, por exemplo, reduzindo a perda e o desperdício de alimentos.

Também temos a responsabilidade de divulgar, conscientizando sobre a importância de um estilo de vida saudável e sustentável.

Afinal, os esforços para mitigar as mudanças climáticas, a degradação ambiental e nosso bem-estar dependem disso.

 

Livia Freitas e Fernanda Furmankiewicz (CRN/SP 6042) – Nutrição e Curadoria da Boomi.

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