Comer carne vermelha afeta o coração? Essa é uma questão relevante quando se fala sobre a saúde cardiovascular.
A carne vermelha (bovina) pode sim fazer parte de um programa alimentar saudável e para prevenção de doenças cardiovasculares, pois são boas fontes de vitaminas, minerais e principalmente proteínas de alto valor biológico. Porém, existem alguns cuidados, para que não se torne um fator de risco cardiovascular:
Primeiro, devemos preferir o consumo de cortes de carnes magros e já preparados sem a gordura aparente (patinho, alcatra, contrafilé, lagarto etc), pois os cortes gordos contém maior quantidade de gorduras saturadas, que aumentam diretamente o LDL colesterol (“maus colesterol”), que se deposita nas artérias.O segundo aspecto, é atentar-se à forma de preparo. Prefira as carnes assadas, grelhadas, cozidas ou refogadas ao invés de fritas (imersão) e carbonizadas (churrasco).
Além disso, após o consumo de carnes, é produzida uma substância chamada TMAO (N-óxido de trimetilamina), que resulta da digestão e fermentação pelas bactérias intestinais e é excretada pela urina. No entanto, o consumo crônico de carne vermelha (bovina) — ou seja, consumo diário e porções excessivas — aumenta em três vezes a concentração de TMAO no sangue. Isso eleva o risco de grandes eventos cardiovasculares, piora o prognóstico e aumenta o risco de morte. O excesso de TMAO causa inflamação nas artérias, aumenta a produção de radicais livres, eleva a captação de LDL colesterol nas placas de gordura nas artérias do coração, impede a ação antiaterogênica do HDL-c, além de aumentar a coagulação e o risco de eventos trombóticos, como trombose venosa profunda, infarto e AVC.
Em resumo, comer carne vermelha não afeta o coração, pois depende da quantidade e da forma de consumo. A carne vermelha só fará mal à sua saúde do coração se consumidos cortes gordos, fritos em imersão ou churrasco e em excesso, com elevada frequência.
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Texto escrito por: Evie Mandelbaum – CRN 6037
Nutricionista formada pela USP, com Especialização em Cardiologia pelo InCor, Gerontóloga pela SBGG, com Especialização em saúde da mulher no Climatério pela USP.
Ministra Cursos de Extensão Universitária para Nutricionistas e outros profissionais da saúde há mais de 20 anos. Faz mentorias e já treinou mais de 10 mil Nutricionistas nesses anos, além de palestrante.
2 livros publicados na área e é Head do Núcleo de Ensino da Confraria, maior grupo de Networking feminino qualificado da ZN de SP.
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