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Alimentação para a síndrome do intestino curto

Alimentação para a síndrome do intestino curto

A Síndrome do Intestino Curto (SIC) é uma condição que ocorre quando uma parte significativa do intestino delgado é removida em uma cirurgia ou não funciona adequadamente devido a condições como a doença de Crohn, e isquemia intestinal, por exemplo. Com a absorção de nutrientes essenciais comprometida, essa condição leva a uma série de desafios relacionados à alimentação, por isso entender como deve ser a alimentação para a síndrome do intestino curto é essencial para otimizar a nutrição e melhorar a qualidade de vida.

Algumas estratégias de alimentação para a síndrome do intestino curto incluem a reeducação alimentar e a adequação na frequência e tamanho das porções, além da suplementação de micronutrientes e monitoramento constante do estado nutricional.

 

Alimentação para a síndrome do intestino curto

O intestino delgado é responsável pela absorção da maioria dos nutrientes, incluindo proteínas, gorduras, carboidratos, vitaminas e minerais. Com a diminuição da superfície de absorção devido à remoção cirúrgica ou disfunção, é essencial implementar boas estratégias nutricionais no manejo desta condição.

A alimentação para a síndrome do intestino curto desempenha um papel fundamental no tratamento. Ela visa fornecer os nutrientes necessários de forma acessível, sem a necessidade de intervenções invasivas, como nutrição enteral ou parenteral. Ela é elaborada para atender às necessidades nutricionais específicas do paciente, considerando a extensão da ressecção intestinal, a presença de complicações associadas e as preferências individuais.

Considerando o déficit de absorção dos nutrientes e a velocidade de trânsito intestinal extremamente rápida desses pacientes, a alimentação para a síndrome do intestino curto fracionada, com composição nutritiva adequada e menor volume por refeição, facilita o processo de digestão e absorção dos nutrientes:

 

  1. Adequação na frequência e tamanho das refeições

Um dos principais aspectos na alimentação para a síndrome do intestino curto é adequar o número e tamanho das refeições ao intestino delgado remanescente para digestão e absorção. Refeições menores e mais frequentes aumentam a probabilidade de serem aproveitadas.

 

  1. Reeducação alimentar

Um dos fatores mais importantes em todo este processo, é a reeducação alimentar do paciente, que visa conscientizá-lo das mudanças necessárias relativas ao fracionamento da dieta, a quantidade e qualidade dos alimentos ingeridos. Isto envolve constantes orientações por parte da equipe multidisciplinar, tanto ao paciente quanto aos seus familiares. Mudanças de hábitos de tal magnitude somente se efetivam após longos períodos de treinamento e perseverança do paciente e seus familiares.

A adesão à alimentação para a síndrome do intestino curto pode ser um desafio para alguns pacientes devido a fatores como aversões alimentares, intolerâncias ou dificuldades financeiras. Estratégias personalizadas, como a variação nas texturas e sabores das formulações, o apoio nutricional domiciliar e a educação contínua sobre a importância da terapia, são fundamentais para superar esses obstáculos e garantir uma adesão consistente.

 

  1. Suplementação

Uma parte essencial do tratamento é a utilização de formulações específicas e suplementos nutricionais. Fórmulas líquidas densamente calóricas e enriquecidas com nutrientes são frequentemente prescritas para compensar a má absorção intestinal. Além disso, a suplementação de vitaminas lipossolúveis, como A, D, E e K, é essencial devido à sua absorção prejudicada.

 

  1. Monitoramento

Avaliações nutricionais regulares, incluindo análises laboratoriais e avaliação do estado nutricional, são fundamentais para ajustar a terapia conforme necessário. A colaboração interdisciplinar entre nutricionistas, médicos e outros profissionais de saúde é fundamental para otimizar os resultados e garantir uma abordagem completa no cuidado desses pacientes.

 

  1. Aspectos psicossociais

A SIC não afeta apenas o corpo, mas também pode ter impactos significativos na saúde mental e qualidade de vida. Por isso, o tratamento não se limita apenas à ingestão de nutrientes, mas também envolve apoio emocional e psicológico. A adaptação a novas rotinas alimentares e de estilo de vida são aspectos que devem ser abordados para promover uma adesão bem-sucedida à terapia.

 

Conclusão

A abordagem da alimentação para a síndrome do intestino curto é essencial para mitigar os desafios nutricionais enfrentados pelos pacientes, devido à diminuição da superfície de absorção intestinal.

A reeducação alimentar, a adequação na frequência e tamanho das refeições, aliadas à suplementação específica e monitoramento constante, são pilares fundamentais no tratamento. O fracionamento da dieta, combinado com orientações contínuas da equipe multidisciplinar, promove a adaptação do paciente às mudanças necessárias. A suplementação de nutrientes, especialmente vitaminas lipossolúveis, desempenha um papel importante na compensação da má absorção. Além disso, o monitoramento regular e a abordagem interdisciplinar são fundamentais para ajustar a terapia conforme necessário. Considerando os desafios psicossociais, a inclusão de apoio emocional e psicológico é imperativa para promover uma adesão bem-sucedida à terapia.

A alimentação personalizada para a SIC é uma abordagem que visa otimizar a nutrição e melhorar a qualidade de vida desses pacientes.

 

Livia Freitas e Fernanda Furmankiewicz (CRN/SP 6042) – Nutrição e Curadoria da Boomi.

Referências

Sociedade Brasileira de Nutrição  Parenteral e Enteral Associação Brasileira de Nutrologia. Terapia Nutricional na Síndrome do Intestino Curto – Insuficiência/Falência Intestinal. 8 de setembro de 2011. Brasil. Disponível em: https://amb.org.br/files/_BibliotecaAntiga/terapia_nutricional_na_sindrome_do_intestino_curto_insuficiencia_falencia_intestinal.pdf

 

NONINO, C. et. al. Terapia nutricional oral em pacientes com Síndrome do Intestino Curto. Revista De Nutrição, 14(3), 201–205. 2001. Brasil. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1415-52732001000300006

 

ZUBAIR MALIK, MD. Lewis Katz School of Medicine at Temple University. Short bowel syndrome. Março, 2003. Estados Unidos. Disponível em: https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-gastrointestinais/s%C3%ADndromes-de-m%C3%A1-absor%C3%A7%C3%A3o/s%C3%ADndrome-do-intestino-curto

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