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Alimentação e os primeiros mil dias de vida

primeiros mil dias de vida

Os “primeiros mil dias de vida”, ou “intervalo de ouro”, significa a soma dos 270 dias da gestação aos 730 dias, quando o bebê completa dois anos de idade. É a fase na qual acontece o maior estirão de crescimento da vida do ser humano.

A contagem começa na gravidez, porque o período da gestação impacta na saúde física e mental do feto.

Durante este período, a alimentação desempenha um papel fundamental na formação saudável do indivíduo, influenciando não apenas seu crescimento, mas também sua saúde a longo prazo.

Nessa fase, são desenvolvidos o raciocínio lógico, a capacidade de aprendizado, a memória, a coordenação motora, a expansão dos neurônios, a criatividade, a formação do paladar e as preferências alimentares.

 

Alimentação e os primeiros mil dias de vida

A alimentação é decisiva nessa fase da vida, por isso, cuidar dos hábitos alimentares e de estilo de vida desde a gestação até a infância da criança, repercute em uma melhor qualidade de vida na vida adulta.

 

  • Na gestação

Uma alimentação equilibrada e nutritiva, na fase da gestação, impacta positivamente no desenvolvimento do feto, a nível físico e mental.

Priorizar o consumo de frutas, legumes, verduras, grãos e cereais integrais, ovos, carnes magras em geral e azeite, por exemplo, favorece o desenvolvimento adequado mental e cognitivo do feto, além de prevenir o aparecimento de condições como pressão alta, diabetes e obesidade na vida adulta.

 

  • Até os 6 meses de idade

Até os 6 meses de idade, o leite materno é considerado o alimento ideal para o bebê. Além de fornecer todos os nutrientes necessários para o seu crescimento, o leite materno contém anticorpos que ajudam a protegê-lo de doenças e infecções. A amamentação exclusiva até os 6 meses de idade é recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a melhor forma de alimentação para os bebês, contribuindo para a redução da mortalidade infantil e para o fortalecimento do vínculo afetivo entre mãe e filho.

Em caso de impossibilidade de amamentação, os bancos de leite humano são uma opção ou, em último caso, fórmulas infantis devidamente prescritas por um médico ou nutricionista.

 

  • A partir dos 6 meses de idade

A partir dos 6 meses de vida inicia-se a introdução alimentar e o aleitamento materno passa a ser complementar até os 2 anos de idade ou mais. Nessa fase, é importante oferecer uma variedade de alimentos ricos em nutrientes, como frutas, legumes, cereais e proteínas de origem animal e/ou vegetal.

A introdução de uma alimentação diversificada, desde o início, contribui para o desenvolvimento do paladar da criança e para a prevenção de deficiências nutricionais.

A alimentação durante os primeiros mil dias de vida não apenas influencia o crescimento físico da criança, mas também tem um impacto significativo em sua saúde a longo prazo.

Estudos científicos demonstram que uma nutrição inadequada durante esse período pode aumentar o risco de desenvolvimento de doenças crônicas na vida adulta, como obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares. Portanto, investir em uma alimentação saudável desde os primeiros mil dias de vida é fundamental para garantir um futuro mais saudável para as crianças.

Além da questão nutricional, a alimentação durante os primeiros mil dias de vida também desempenha um papel crucial no desenvolvimento cognitivo e emocional da criança.

Nutrientes como ômega-3, ferro, zinco e algumas vitaminas são essenciais para o desenvolvimento adequado do cérebro e para a formação de habilidades cognitivas, como a memória e a capacidade de aprendizado. Uma alimentação equilibrada durante esse período pode contribuir para o desenvolvimento intelectual da criança e para o seu desempenho acadêmico no futuro.

Os hábitos alimentares adquiridos durante os primeiros mil dias de vida tendem a se manter ao longo da vida. Portanto, promover uma alimentação saudável desde a infância pode ajudar a prevenir problemas de saúde relacionados à má alimentação na vida adulta, como a obesidade e as doenças crônicas não transmissíveis.

 

Por que não é interessante salgar ou adoçar os alimentos na fase de introdução alimentar?

Os alimentos oferecidos na introdução alimentar devem ser com o seu sabor natural, ou seja, sem salgar ou adoçar. Por exemplo: banana, abacate, cenoura, chuchu, brócolis, ovos cozidos ou mexidos, carne moída, entre outros.

Modular o paladar desde os primeiros mil dias de vida é importante porque, quando maiores, a preferência será por alimentos com o seu real sabor, que inclui o salgado, o doce, o amargo, o azedo e o umami (o quinto sabor reconhecido pelo paladar, descoberto recentemente), o que diminui a chance de optar por alimentos doces ou salgados demais.

Um paladar bem formado, com a ingestão de alimentos in natura, reduz a necessidade de adoçá-los ou salgá-los demasiadamente. Assim, opta-se, muitas vezes, pelo seu real sabor, que inclui o amargo, o azedo e o umami.

Umami é uma palavra de origem japonesa que significa “saboroso” e inclui alimentos como peixes, crustáceos, carnes, cogumelos, queijos, molho de soja e algumas hortaliças, como o tomate e o espinafre.

O impacto são boas escolhas alimentares e, consequentemente, melhor qualidade de vida – para a vida toda.

 

Conclusão

Os primeiros mil dias de vida representam uma janela de oportunidade única para promover o crescimento e o desenvolvimento saudável das crianças.

A alimentação é um aspecto decisivo nesse processo, influenciando não apenas o crescimento físico, mas também a saúde, o desenvolvimento cognitivo e emocional e os hábitos alimentares ao longo da vida.

Investir em uma alimentação adequada durante esse período é essencial para garantir um futuro mais saudável e promissor para as gerações futuras.

 

Livia Freitas e Fernanda Furmankiewicz (CRN/SP 6042) – Nutrição e Curadoria da Boomi.

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