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Alimentação da mulher na fase da amamentação

Alimentação da mulher na fase da amamentação

A alimentação da mulher na fase da amamentação, de modo geral, deve ser a mesma de sempre: frutas, legumes, verduras, carnes, aves, peixes, ovos, lácteos, azeite, oleaginosas – ainda que o leite materno, surpreendentemente, apresente composição semelhante para todas as lactantes do mundo, independente da sua alimentação.

Mas é claro que existem algumas particularidades, como o aumento do gasto energético e o aumento da sede, afinal, nessa fase, a demanda nutricional é maior.

Se você pretende engravidar, está grávida, amamentando, ou próximo de alguém que esteja, veja algumas curiosidades sobre essa fase muito especial na vida da mulher.

 

Aumento do gasto energético e hidratação

Para cada 100mL de leite o organismo gasta cerca de 85 calorias para produzi-lo.

Durante os 6 primeiros meses de lactação essa produção varia entre 550mL até 1200mL por dia, ou mais, pois depende da frequência, duração e intensidade da sucção, o que é muito individual.

A OMS recomenda o aleitamento materno até os 2 anos ou mais, e exclusivo até os 6 primeiros meses de vida. Já a livre demanda é imprescindível pelo menos até o primeiro ano, tendo diversos benefícios para a mãe e o bebê.

A título de curiosidade, as recomendações gerais de ingestão energética para as lactantes, são um adicional de 330 calorias no primeiro semestre da lactação e de 400 calorias no segundo semestre – o equivalente a uma refeição a mais, em média. Mas, como vimos, isso é muito individual e o número de calorias não deve ser uma preocupação durante a lactação.

O peso tende a retornar naturalmente, simplesmente ao obedecer, também de forma natural, aos sinais de fome e saciedade do corpo. Até porque, as reservas de gordura acumuladas durante a gestação têm sua contribuição para manter os primeiros meses de lactação.

Assim como deve-se obedecer aos sinais de fome e saciedade, é importante obedecer aos sinais de sede, o que também é natural. Afinal, se a ingestão de alimentos é aumentada, logicamente a de água também será. Por isso, se você está amamentando ou acompanhando alguém que esteja, não esqueça de levar sempre uma garrafinha de água com você.

 

A importância da alimentação saudável desde a gestação

Como sabemos, uma alimentação saudável é imprescindível em todas as fases da vida do ser humano, até mesmo antes do seu nascimento.

Existe uma teoria com comprovação científica sobre os primeiros mil dias de vida (que já comentamos em um outro post sobre a alimentação das crianças, clique aqui para conferir), que é a soma dos 270 dias da gestação aos primeiros 730 dias de vida, quando o bebê completa dois anos de idade.

E a contagem começa na gravidez pelo fato da gestação impactar na saúde física e emocional do feto.

Nos primeiros mil dias acontece o maior estirão de crescimento da vida do ser humano e desenvolve-se o raciocínio lógico, a capacidade de aprendizado, a memória, a coordenação motora, a expansão dos neurônios, a criatividade, e, inclusive, a formação do paladar.

Uma alimentação saudável e equilibrada é capaz de modular positivamente a microbiota intestinal da criança, a imunidade, evitar o desenvolvimento do sobrepeso, obesidade e outras doenças crônicas.

 

A fisiologia da lactação

No início da gestação ocorrem alterações hormonais responsáveis por aumentar significativamente os ductos e os alvéolos das mamas.

Já na metade da gestação, pequenas quantidades de colostro, um líquido leitoso, fino e amarelo, rico em anticorpos, podem ser liberadas até poucos dias após o parto. Inclusive, sua composição é bem parecida com a do leite materno, sendo totalmente possível atender à demanda de um bebê prematuro.

Após o nascimento há uma queda rápida nas concentrações dos hormônios estrogênio e progesterona, acompanhada por um aumento na secreção do hormônio prolactina, preparando o corpo da mulher para um grande fornecimento de leite.

O estímulo normal para a produção e secreção de leite é a sucção que, por sua vez, “avisa” ao hipotálamo para liberar mais prolactina e assim estimule a produção de leite pelas células alveolares.

Um outro hormônio que participa desse processo é a ocitocina, responsável por estimular a contração das células das glândulas mamárias, causando o movimento do leite através dos ductos.

A ocitocina pode ser liberada por estímulos visuais, táteis, olfativos, auditivos e até mesmo pelo ato de pensar no bebê.

Já o estresse emocional e físico, fadiga, ansiedade ou dor, podem inibir a ocitocina e causar o que se chama de ingurgitamento mamário.

É importante frisar que as mães que não conseguem amamentar não devem se sentir tristes ou frustradas, afinal, é normal e pode acontecer com qualquer mulher.

Um leite no copinho dado com amor, colo e olho no olho, é muito melhor que um peito dado com desconforto, insegurança e estresse. Afinal, nesse momento a ocitocina também é liberada e o bebê certamente sentirá o amor e o carinho ao ser cuidado.

 

Alimentação da mulher na fase da amamentação

O que e como consumir:

  • Não tem segredo. A alimentação da mulher na fase da amamentação deve conter frutas, legumes, verduras, carnes, aves, peixes, ovos, lácteos, azeite, oleaginosas.

 

  • Procure fazer refeições completas, com todos os nutrientes: carboidratos, proteínas, gorduras e fibras. O Guia Alimentar para a População Brasileira disponibiliza todas as informações sobre alimentação que precisamos saber, inclusive, com fotos para inspirar a montagem de lanches, almoço e jantar.

 

  • O conteúdo de vitamina D do leite está relacionado ao consumo de vitamina D materno (peixes gordurosos e lácteos), no entanto, a melhor fonte desta vitamina é a exposição ao sol. Caso necessário, converse com seu médico ou nutricionista para suplementar.

 

  • Os requisitos de zinco durante a lactação são maiores que na gestação e boas fontes deste mineral são as carnes, peixes, aves e ovos.

 

  • Poucas semanas após o parto e a lactação bem estabelecida, já é possível se exercitar: os bebês ganham peso normalmente e há uma melhora no sistema cardiovascular da mãe, no seu perfil lipídico e também na sua resposta à insulina.

 

O que evitar:

  • Bebidas alcoólicas podem modificar o odor e o sabor do leite materno levando a recusa do mesmo pelo bebê.

 

  • Medicamentos usados pela mãe podem transferir-se, ainda que pouco, para o leite materno

 

Amamentação não é responsabilidade exclusiva da mãe

Promover o aleitamento materno é dever de todos nós: familiares, empregadores, comunidades, governos e profissionais de saúde.

O aleitamento materno e os bancos de leite humano têm impacto positivo para a sustentabilidade e, consequentemente, para a sociedade como um todo.

Quando se opta pelo uso do leite humano em detrimento de fórmulas, evita-se a poluição ao meio ambiente causada pela cadeia produtiva de energia, fabricação, envase e transporte e venda, deixando de gerar substâncias nocivas ao meio ambiente – salvo em casos de determinadas patologias (galactosemia, HIV, dentre outros), cuja escolha do tipo de leite deve ser avaliada por um profissional de saúde.

 

Livia Freitas e Fernanda Furmankiewicz (CRN/SP 6042) – Nutrição e Curadoria da Boomi.

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