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O consumo de leite é essencial?

consumo de leite é essencial

É verdade que o leite inflama? O consumo de leite é essencial? Mesmo depois de adulto? Essas dúvidas são muito comuns, por isso veja neste post o que de fato dizem as evidências sobre o leite.

O leite sempre foi considerado um alimento essencial para uma alimentação equilibrada, em todas as fases da vida.

Mas de uns tempos para cá, com denúncias envolvendo fraudes na sua qualidade, muitas pessoas deixaram de consumi-lo e vários mitos foram surgindo.

Veja abaixo como é o seu controle de qualidade, os tipos, valor nutricional, se o consumo é essencial e o que dizem as evidências sobre o leite e a inflamação.

 

O consumo de leite é seguro?

Segundo a legislação, o significado de leite é “o produto oriundo da ordenha completa e ininterrupta, em condições de higiene, de vacas sadias, bem alimentadas e descansadas”.

Existe um mito de que o conteúdo da caixinha é tudo menos leite, no entanto, não é bem assim. Há todo um controle de higiene em toda a cadeia de produção que precisa ser seguido conforme as normas, para garantir sua qualidade.

E a cadeia de produção inclui o controle sanitário, as dependências do local, o modo como a ordenha é feita, os locais onde pasta e dorme o animal, as manjedouras, o tipo de piso, a presença de câmaras frigoríficas, de laboratório no local, equipe veterinária para garantir a saúde dos animais, entre outros.

Além disso, diversos testes são feitos em laboratórios para avaliar a qualidade do leite, que deve estar de acordo com as normas. Por exemplo, em relação a presença ou não de microrganismos, teor de proteínas totais, gordura, acidez, etc.

Portanto, como qualquer outro alimento que existe no mercado, há uma fiscalização e com o leite, não é diferente.

Afinal, qualquer alimento pode contaminar-se no transporte ou no armazenamento, por exemplo.

Por isso é importante estar atento à embalagem dos alimentos. Caso esteja danificada, aí sim pode haver risco de contaminação ou entrada de microrganismos patógenos.

 

Os tipos de leite: leite tipo A x leite pasteurizado

Lembra quando, antigamente, os leites eram classificados em A, B e C? Hoje em dia não é mais assim e os leites passaram a ser classificados em leite tipo A e leite pasteurizado.

Essa classificação se deve à procedência do leite, como o tipo de rebanho, ordenha e processo de obtenção. Veja as diferenças:

  • Leite tipo A: é ordenhado mecanicamente a partir de um único rebanho. Após a ordenha, o leite segue por tubulações de inox até o local ao lado, onde é pasteurizado, envasado e refrigerado imediatamente. Sem contato manual.

 

  • Leite pasteurizado: a ordenha pode ser tanto mecânica, quanto manual e é obtido de rebanhos diferentes. Por isso, nem sempre é pasteurizado na mesma fazenda, podendo ser transportado desde que refrigerado a 5ºC e por até 48 horas.

 

Portanto, a diferença está no cuidado que se tem no processo de produção, já que, por não haver contato manual ou transporte, o leite tipo A apresenta mais frescor e melhor qualidade microbiológica – lembrando que são microrganismos benéficos, mais conhecidos como probióticos.

Embora suas denominações sejam diferentes, ambos passam por pasteurização, que é o aquecimento do leite a 75ºC por 15 segundos, seguido de resfriamento a 3ºC. Assim, a quantidade de bactérias é reduzida, suas propriedades nutritivas e sabor são mantidos e a validade passa de 48 horas para cerca de 2 a 5 dias.

E o leite UHT, vendido nos supermercados, que não é refrigerado?

O leite UHT (Ultra High Temperature) é feito com os mesmos tipos de leite acima, mas é esterilizado, ou seja, aquecido a uma temperatura muito mais alta (135ºC por 2 a 4 segundos).

Como qualquer outra esterilização, esse processo elimina todas as bactérias. Por isso, o leite UHT não pode ser considerado uma fonte de probióticos, como são os leites tipo A, os pasteurizados, os iogurtes e os queijos. No entanto, os seus nutrientes são mantidos.

Uma vantagem do leite UHT, é que pode ser envasado em embalagem tetra pack e sua validade aumenta bastante, para cerca de 4 meses. Mas ao abrir, é preciso ser consumido em até 3 dias, em média.

 

Valor nutricional: leite integral, semidesnatado, desnatado e sem lactose.

O leite é um alimento saudável e é uma fonte de cálcio e de proteínas com o melhor custo-benefício para a maior parte da população. Tanto que é o alimento mais consumido no mundo todo.

Apenas um copo americano duplo (240mL) de leite, contém 7g de proteína e 257mg de cálcio, praticamente 25% das necessidades diárias para um adulto entre 19 e 50 anos.

Já no que se refere à quantidade de gordura, é isso que determina se o leite é integral, semidesnatado ou desnatado.

Depois da pasteurização, o leite é homogeneizado, onde a gordura é retirada e incorporada na quantidade desejada.

Para o leite ser considerado integral, deve ter, ao menos 3% de gordura (3g de gordura em 100g de leite). O semidesnatado de 0,6 a 2,9% e o desnatado no máximo 0,5%.

A sobra da gordura é utilizada para outros fins, como a produção de manteiga, de creme de leite ou de requeijão.

Já em relação ao carboidrato do leite, que é a lactose, algumas pessoas podem ter intolerância, ou seja, seu organismo produz pouca enzima lactase para digeri-la.

E o leite sem lactose é feito, simplesmente, adicionando a enzima lactase ao produto. Já que a função da enzima é justamente quebrar a molécula de lactose em glicose e galactose.

 

O consumo de leite é essencial?

Se o consumo de leite é essencial, é dúvida de muitas pessoas. Mas, como qualquer outro alimento, o leite não é insubstituível.

O leite é a maior fonte de cálcio, mas este mineral pode ser obtido por fontes vegetais, como explicamos neste post que você pode conferir clicando aqui.

E as proteínas também, tanto por fonte animal (carnes, aves, peixe e ovos), quanto por fonte vegetal.

 

É verdade que o leite inflama?

Esse é outro mito que gira em torno do leite, mas os estudos têm mostrado justamente o contrário.

Diversos estudos avaliaram o consumo de leite e derivados por pessoas que apresentavam sobrepeso e obesidade, condições que induzem naturalmente um processo inflamatório no organismo. E os resultados mostraram que, com o consumo de lácteos, houve tanto efeitos neutros, como também melhora da inflamação nesses indivíduos.

O leite é considerado um alimento “in natura ou minimamente processado”, de acordo com o Guia Alimentar para a População Brasileira e, assim como todos os outros alimentos desse grupo (arroz, feijão, aveia, lentilha, ervilha, etc.), são conhecidos por diminuírem a inflamação.

Por outro lado, os alimentos ultraprocessados, ricos em gordura trans e açúcar, é que de fato causam um efeito inflamatório no organismo.

Embora algumas pessoas associem o leite à inflamação por conter lactose ou certa quantidade de gordura saturada, o que os estudos mostram, na verdade, são diversos benefícios para saúde, como:

  • Menor risco para doenças cardiovasculares.
  • Menor risco para resistência à insulina e diabetes tipo 2.
  • Melhora da composição corporal
  • Prevenção de osteoporose e fraturas ósseas.
  • Menor risco para desenvolvimento de sobrepeso e obesidade.
  • Ação antiinflamatória, principalmente em pessoas com sobrepeso ou obesas.
  • Menor risco para cânceres de mama, bexiga, de estômago e colorretal.

 

Livia Freitas e Fernanda Furmankiewicz (CRN/SP 6042) – Nutrição e Curadoria da Boomi.

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