fbpx Skip to content

A importância da alimentação saudável na infância e adolescência

A importância da alimentação saudável na infância

Veja no post de hoje a importância da alimentação saudável na infância e na adolescência.

 

As fases da infância e da adolescência são marcadas por grandes transformações físicas, psicológicas e sociais.

E os bons hábitos de estilo de vida, em especial, a alimentação, têm papel fundamental para o crescimento e desenvolvimento adequados, os quais são indispensáveis para uma boa qualidade de vida, por toda a vida.

A puericultura (do latim puer, pueris, criança) é uma especialidade da pediatria que se dedica ao acompanhamento do desenvolvimento da criança e do adolescente.

Através da puericultura, detecta-se precocemente diversos distúrbios do crescimento estatural, da nutrição e do desenvolvimento neuropsicomotor.

Segundo o calendário da puericultura, a infância e a adolescência podem ser divididas em quatro fases:

  • Lactentes: até 2 anos de idade.
  • Pré-escolares: entre 2 e 6 anos de idade.
  • Escolares: entre 6 e 10 anos.
  • Adolescência: entre 10 e 19 anos.

Portanto, a importância da alimentação saudável na infância e na adolescência, pode ser melhor entendida considerando essas quatro faixas etárias.

 

Lactentes: até 2 anos de idade

Existe uma teoria com comprovação científica chamada “teoria dos primeiros mil dias de vida”, que significa a soma dos 270 dias da gestação aos 730 dias quando o bebê completa dois anos de idade.

Nesses primeiros mil dias acontece o maior estirão de crescimento da vida do ser humano.

A contagem começa na gravidez, porque o período da gestação impacta na saúde física e mental do feto.

São desenvolvidos o raciocínio lógico, capacidade de aprendizado, memória, coordenação motora, expansão dos neurônios, criatividade, e até mesmo a formação do paladar.

Cuidar dos hábitos alimentares e de estilo de vida desde a gestação e durante toda a infância da criança é essencial, afinal, repercute em uma melhor qualidade de vida durante a vida inteira.

Até os 6 meses de idade é recomendado pela Organização Mundial da Saúde, o aleitamento materno exclusivo, já que o leite materno é o único alimento completo que existe.

Em caso de impossibilidade de amamentação, os bancos de leite humano são uma opção ou, em último caso, fórmulas infantis devidamente prescritas por um médico ou nutricionista.

A partir dos 6 meses de vida inicia-se a introdução alimentar e o aleitamento materno passa a ser complementar até os 2 anos de idade ou mais.

Os alimentos oferecidos devem ser in natura ou minimamente processados, em consistência pastosa ou líquida, com o seu sabor natural, ou seja, sem salgar ou adoçar. Por exemplo, banana, abacate, cenoura, chuchu, brócolis, ovos cozidos ou mexidos, carne moída.

Assim, quando maiores, a preferência será por alimentos com o seu real sabor, que inclui o salgado, o doce, o amargo, o azedo e o umami (o quinto sabor reconhecido pelo paladar, descoberto recentemente), assim, a chance de optar por alimentos doces demais ou salgados demais é menor.

Umami é uma palavra de origem japonesa que significa “saboroso” e inclui alimentos como peixes, crustáceos, carnes, cogumelos, queijos, molho de soja e algumas hortaliças, como o tomate e o espinafre.

 

Pré-escolares: entre 2 e 6 anos de idade

Nessa fase, a criança continua em crescimento acelerado. Porém, como, muitas vezes, já ocorreu o desmame, ou está ocorrendo, é importante ter o dobro de atenção em relação à alimentação.

Quando a alimentação não consegue acompanhar a alta de demanda de nutrientes, como o leite materno, pode haver má desnutrição. É por esse motivo que a prevalência de anemia ferropriva, por exemplo, é alta em crianças menores que 5 anos de idade.

Por isso, dedicar um tempo exclusivo para sentar e comer, sem distrações, e deixar a criança participar do seu preparo, são ótimas estratégias.

Segundo dados do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN), 53% das crianças de 2 a 5 anos fazem refeições em frente à TV.

O Guia Alimentar para Crianças até 2 anos de idade, recomenda que as refeições não sejam feitas com distrações, e o mesmo vale para os adultos, pois, a longo prazo, prejudica os sinais de fome e saciedade, o que também acontece quando se força a criança a comer.

Outra recomendação do Guia é que a comida deve ser oferecida quando a criança demonstrar sentir fome e parar quando a criança demonstrar que está satisfeita.

Ao sentir fome, ela certamente avisará, e a probabilidade de preferir comida de verdade será muito maior, afinal, todo mundo quando está com fome sempre come o que tiver. Daí a importância em deixar sempre boas opções à mão.

É importante também evitar chantagens. Por exemplo, falar para a criança que só ganhará a sobremesa se comer toda a comida. Desse modo, a criança associa a comida a algo ruim, e a sobremesa a algo bom, prejudicando sua percepção sobre alimentação saudável.

Quando a criança recusa vegetais, pode haver falta de nutrientes como a vitamina A e a vitamina C, além de minerais e fibras.

Sendo assim, é importante acostumá-la desde cedo com as frutas, legumes e verduras.

Uma opção para ajudar no consumo de vegetais, é enriquecer as receitas, por exemplo, adicionando cenoura, tomate, ervilha, feijão, caldo de feijão, em uma carne moída refogada, garantindo assim, o aporte de ferro, vitamina A e outros nutrientes igualmente importantes.

Doces e salgadinhos devem ser evitados, mas, se a base da alimentação é saudável, eventualmente não fará mal algum, em especial, se a criança for ativa e praticar atividades e exercícios físicos.

 

Escolares: entre 6 e 10 anos

Nessa fase, o ritmo de crescimento é mais constante e o ganho de peso é mais acentuado próximo à idade da adolescência.

Crianças nessa faixa de idade criam maior independência e passam a socializar mais. No entanto, com o desenvolvimento tecnológico, é uma fase em que pode ocorrer o início de um comportamento sedentário, por exemplo, com o uso de videogames, televisão e celular.

Segundo dados do SISVAN, 62% das crianças entre 5 a 9 anos fazem refeições em frente à TV – um número maior que na idade pré-escolar.

Portanto, como o caso anterior, é importante desde cedo ensiná-la a dedicar alguns minutos apenas para se alimentar, sem distrações, como também a prática de atividades e exercícios físicos.

Essa é uma fase em que a criança apresenta um apetite voraz e o seu sistema gastrointestinal tende a aceitar melhor os alimentos. Como também já está apta a participar do preparo dos alimentos, como recomenda o Guia Alimentar.

Em contrapartida, é comum que a criança, nessa idade, não queira tomar café da manhã e diminua o consumo de leite, o qual pode ser substituído por outros lácteos, como queijos e iogurtes, ou consumido como vitamina de frutas.

O café da manhã, pelo seu conteúdo em nutrientes, como os carboidratos, proteínas, gorduras, fibras, cálcio, vitamina D, ferro, entre outros, geralmente alcançados pelo consumo de leite, pão integral e frutas, é uma refeição tão necessária quanto as demais, imprescindíveis para o crescimento e desenvolvimento adequado.

 

Adolescência: entre 10 a 19 anos

A fase da adolescência é marcada por diversas transformações somáticas, psicológicas e sociais.

A adolescência é considerada o segundo momento de velocidade do crescimento, uma vez que é a fase do pico da massa óssea e, portanto, há grande necessidade de cálcio, como também da maturação sexual, com a requisição de ferro e zinco, por exemplo.

Na fase da adolescência são comuns situações como distúrbios alimentares por imagem corporal, como anorexia e bulimia, sedentarismo ou atividade física excessiva, obesidade, anemia, entre outras.

O surgimento de alguns problemas, como má alimentação, estresse, uso de drogas, falta de atividade física, de sono e incapacidades por doenças crônicas, reflete em alterações na puberdade.

A puberdade é caracterizada pelo crescimento e desenvolvimento mental e físico, aceleração e desaceleração do peso e da altura, crescimento musculoesquelético, redistribuição da gordura corporal, desenvolvimento dos sistemas circulatório, respiratório, neuroendócrino e maturação sexual.

72% dos adolescentes informaram comer simultaneamente à realização de outra atividade, segundo dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE, 2019).

Portanto, todo o conjunto de bons hábitos de estilo de vida, estimulados pela família desde os primeiros mil dias, têm papel fundamental para uma boa qualidade de vida nesta, e ao longo de todas as fases da vida.

 

A importância da alimentação saudável na infância e na adolescência

Como vimos, uma pessoa forma o seu paladar, que perdura por toda a vida, desde a gestação.

Por isso, os bons hábitos alimentares e de vida, e o estímulo a uma alimentação saudável, bem como o exemplo, por partes dos pais, são tão importantes.

Em suma, os nutrientes de destaque para essas fases da vida e os respectivos alimentos fontes, são:

  • Cálcio: leite, iogurte, queijos, castanhas, pasta de gergelim, vegetais verde-escuros, tofu, sardinha.
  • Ferro: carnes, feijões, ervilha, grão de bico, soja, castanhas.
  • Zinco: carnes, castanhas.
  • Vitamina A: frutas de cor amarelo-alaranjada, leite, ovos.
  • Vitaminas do complexo B e folato: feijões, ervilha, grão de bico, soja, castanhas, amendoim, cereais integrais, laticínios, vegetais verdes.
  • Vitamina C: frutas.

 

Se você gostou de conhecer a importância da alimentação saudável na infância e adolescência compartilhe esse conteúdo para que ele chegue para mais pessoas.

 

Livia Freitas e Fernanda Furmankiewicz (CRN/SP 6042) – Nutrição e Curadoria da Boomi.

1
Loading...

Ver carrinho