A busca do corpo perfeito e o risco de má alimentação

Veja nesse post os risco da má alimentação e a busca do corpo perfeito na adolescência. 

A adolescência é uma fase de crescimento, desenvolvimento e maturação sexual do ser humano, estabelecida entre a infância e a vida adulta. A definição dessa faixa etária, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde (MS), está entre 10 anos e 20 anos incompletos.

Marcada por significativas transformações físicas, hormonais, cognitivas, emocionais e sociais, é um momento que exige direcionamento e atenção especial, inclusive com a alimentação.

Os adolescentes estão em busca de autonomia, tendem a rejeitar as práticas da infância e da família e nesta fase, estão mais suscetíveis às pressões sociais e passam a sofrer grande influência da mídia e dos grupos a que pertencem.

A forma como o adolescente percebe a própria imagem corporal traz consequências para a sua saúde física e mental, com possíveis repercussões em suas relações pessoais e seu estado nutricional.

A busca do corpo perfeito na adolescência

Os adolescentes em busca do corpo perfeito têm uma preocupação acentuada em aproximar a sua forma física aos padrões de beleza que são influenciados pela mídia, amigos ou a própria sociedade, com diferentes objetivos como estética, estilo de vida ou para simplesmente não estar fora do padrão de beleza estipulado.

Por ser um período de grandes transformações corporais, muitos começam a não gostar da sua forma física, e percebem sua imagem corporal de forma distorcida, e com esta insatisfação iniciam a busca incansável pela perfeição, podendo levar a transtornos alimentares e compulsivos, sendo os mais comuns, a Bulimia, a Anorexia e a Vigorexia e Ortorexia.

• Bulimia: Consumo de grandes quantidades de alimentos, seguidos de praticas compensatórios para evitar o ganho de peso, tais como indução de vômitos, uso de laxativos e diuréticos, jejum e prática exaustiva de atividade física.

 

• Anorexia: Desejo constante de perder peso mesmo estando abaixo do adequado, através de práticas que compreendem restrição das escolhas alimentares, jejuns, prática excessiva de exercícios físicos, vômitos provocados e a utilização de laxantes e de diuréticos.

 

• Vigorexia: Caracterizado pela distorção da autoimagem (a pessoa, embora extremamente forte e musculosa, se enxerga fraca e magra), compulsão por atividade física, preocupação excessiva com alimentação (dietas hiperproteicas) e uso de anabolizantes.

 

• Ortorexia: Obsessão pela alimentação saudável e preocupação com a qualidade dos alimentos ingeridos que levam a comportamentos extremistas em relação à dieta.

 

Os riscos da má alimentação nesta fase

A alimentação insuficiente ou inadequada nessa fase pode retardar o crescimento, o desenvolvimento, a maturação sexual e levar a deficiências nutricionais ou até a desnutrição. O baixo consumo de leite e derivados, frutas, verduras e legumes podem explicar a inadequação no consumo de nutrientes na adolescência.

As necessidades energéticas e nutricionais aumentam com o rápido crescimento e as mudanças fisiológicas, principalmente durante o estirão. Por isso é importante garantir o aporte adequado de proteínas para a formação de tecidos, e de todos os minerais, especialmente cálcio (prevenção da osteoporose), ferro (prevenção da anemia) e zinco, pois sua deficiência esta associada a déficit de crescimento e hipogonadismo (se o inicio ocorrer antes da puberdade, o crescimento e o desenvolvimento poderão ser afetados. Após a puberdade, pode haver redução da fertilidade e ausência de menstruação).

 

Alimentos para esta fase

Nesta fase é de extrema importância a adoção de uma alimentação variada e balanceada, juntamente com um estilo de vida saudável. Ao montar refeições é necessário pensar na variedade e na combinação de alimentos energéticos, construtores e reguladores, tanto no café da manhã, como no almoço e no jantar.

Os alimentos energéticos são representados por alimentos ricos em carboidratos com a função de dar energia ao organismo, encontrados nos seguintes grupos de alimentos:

• Cereais: arroz, milho, cuscuz, macarrão, quinoa, cevada, centeio, aveia;
• Tubérculos e raízes: batata inglesa, batata doce, mandioca, macaxeira, inhame;
• Alimentos à base de trigo: pães, bolos, massas, biscoitos;

 

Os alimentos reguladores são ricos em vitaminas e minerais, essenciais para regular todas as funções do nosso organismo e são encontrados nos seguintes grupos de alimentos:

• Frutas: Banana, maça, pera, uva, morango, abacaxi, laranja;
• Hortaliças: Alface, couve, agrião, rúcula, repolho;
• Legumes: Beterraba, abobrinha, chuchu, cenoura, vagem.

 

Os alimentos construtores são aqueles ricos em proteína, que têm a função de construir tecidos, como massa muscular e cicatrização de ferimentos, além disso, auxiliam o crescimento durante a infância e adolescência e são encontrados nos seguintes grupos de alimentos:

• Carnes, peixes, frango, ovos e tofu;
• Leite e derivados, como iogurte e queijo;
• Leguminosas: Feijões, ervilha, soja, lentilha e grão-de-bico.

 

Os lipídeos (gorduras), desempenham funções importantes em nosso corpo, como o transporte das vitaminas lipossolúveis A, D, E e K e a produção de hormônios sexuais (estrógeno e testosterona), devendo compor as principais refeições juntamente com os alimentos energéticos, construtores e reguladores. São encontrados nos seguintes alimentos:

• Azeite de oliva extravirgem, manteiga, óleo de coco e abacate;
• Oleaginosas: Castanhas, amêndoas, nozes;
• Sementes: Semente de chia, semente de linhaça e gergelim.

 

Ainda são necessárias orientações gerais, em relação aos hábitos alimentares, entre as quais se destacam as seguintes recomendações:

• Preferir sempre alimentos naturais e comida caseira a produtos prontos para consumo e evitar produtos ultraprocessados;
• Variar os alimentos;
• Aumentar o consumo de frutas, legumes e verduras;
• Evitar substituir refeições por lanches;
• Evitar a omissão do café da manhã;

 

Por fim, é importante lembrar que a realização de dietas sempre deve ser acompanhada por profissionais, pois somente eles sabem avaliar as necessidades nutricionais individuais e como supri-las.

 

Livia Freitas e Fernanda Furmankiewicz (CRN/SP 6042) – Nutrição e Curadoria da Boomi.