O consumo de embutidos é uma prática comum em muitas culturas, mas é importante estar ciente dos riscos associados a esses alimentos. Os embutidos são processados e podem trazer consequências negativas à saúde quando consumidos regularmente.
A origem dos embutidos remonta a milhares de séculos. Ela está intimamente ligada à dominância do fogo pelo homem e, portanto, ao uso de processos de cozimento. A mistura de carne magra e gorduras foi criada para preservar a carne para um consumo posterior. Esse processo foi sendo melhorado ao longo dos séculos, quando o ser humano começou a adicionar especiarias que alongaram ainda mais sua vida útil. Os embutidos surgiram, então, da necessidade de achar alternativas para conservar a carne por mais tempo.
São produzidos à base de carne de bovinos, suínos, caprinos, ovinos, equinos, de aves, peixes e frutos do mar, além das vísceras e até sangue dos animais; as carnes são processadas (picadas ou trituradas). De maneira geral são carnes aromatizadas com diferentes especiarias e ervas aromáticas, introduzidas em tripas de animais (naturais) ou em tripas artificiais.
São ricos em proteínas, mas também em gorduras saturadas, que elevam os níveis do LDL colesterol (aquele que se deposita nas artérias formando placas de gordura e que é risco para infarto e AVC), além de alterar a microbiota intestinal, pela grande quantidade de gorduras saturadas, conservantes, corantes, aromatizantes, estabilizantes etc.
O consumo de carnes processadas está relacionado com maior risco de câncer e é dose-dependente, ou seja, quanto maior o consumo, maior o risco. Por ex. o consumo diário de 50 gramas de carne processada (embutidos), o equivalente a uma salsicha, aumenta o risco de câncer colorretal em 18% porque são defumados e contém nitritos e nitratos. Inclusive, os produtos pretensamente considerados saudáveis ou light, como peito de peru ou blanquet, são tão nocivos à saúde quanto o bacon ou a salsicha.
As carnes processadas estão agora classificadas no grupo 1 de carcinogênicos. Significa que já há evidência suficiente de sua ligação com o aumento do risco de câncer, e as coloca no mesmo patamar de carcinógenos conhecidos, como tabaco, amianto e fumaça de óleo diesel. Ainda de acordo com o alerta da OMS, as carnes vermelhas em geral (boi, porco, carneiro e bode) são um fator de risco provável para o câncer.
Então, o consumo regular na rotina de embutidos, NÃO É INDICADO. Para evitar os riscos do consumo de embutidos, é essencial buscar alternativas mais saudáveis, como proteínas frescas e minimamente processadas, garantindo uma alimentação mais equilibrada e segura.
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Texto escrito por: Evie Mandelbaum – CRN 6037
Nutricionista formada pela USP, com Especialização em Cardiologia pelo InCor, Gerontóloga pela SBGG, com Especialização em saúde da mulher no Climatério pela USP.
Ministra Cursos de Extensão Universitária para Nutricionistas e outros profissionais da saúde há mais de 20 anos. Faz mentorias e já treinou mais de 10 mil Nutricionistas nesses anos, além de palestrante.
2 livros publicados na área e é Head do Núcleo de Ensino da Confraria, maior grupo de Networking feminino qualificado da ZN de SP.
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