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Dicas para bater uma clara em neve perfeita

bater uma clara em neve perfeita

Se você já tentou preparar um merengue, suflê ou mousse, sabe que bater uma clara em neve perfeita é um passo fundamental para garantir a leveza e a estrutura dessas receitas. Mas, apesar de parecer simples, esse processo exige atenção a detalhes que fazem toda a diferença no resultado final.

Para bater uma clara em neve perfeita escolha ovos frescos e em temperatura ambiente, separe apenas as claras, cuide para que todos os utensílios estejam bem limpos e secos e comece a bater na velocidade baixa, aumentando gradualmente. Para saber se deu certo, um teste simples é virar a tigela, lentamente, de cabeça para baixo. Se as claras não escorrem e permanecem firmes, o ponto ideal foi atingido.

 

Dicas para bater uma clara em neve perfeita

Bater uma clara em neve perfeita significa transformar a clara de ovo crua, em uma espuma firme e aerada, capaz de formar picos que não desmoronam. Essa técnica é essencial em muitas receitas, porque proporciona volume e estabilidade aos pratos. Alcançar esse ponto exige cuidados específicos desde a escolha dos utensílios até a temperatura dos ingredientes.

Bater uma clara em neve perfeita pode parecer desafiador nas primeiras tentativas, mas com prática e atenção aos detalhes, esse processo se torna intuitivo. Veja quais são os passos essenciais para bater uma clara em neve perfeita:

 

  1. Escolha ovos frescos

Ovos frescos são mais fáceis de separar a clara da gema e formam uma espuma mais estável. Isso acontece porque, quando frescos, a clara contém dióxido de carbono (CO₂) dissolvido, o que mantém o pH mais baixo (ácido). Nesse ambiente ácido, as proteínas da clara ficam mais firmes e coesas, facilitando a separação e a formação de espuma.

Com o tempo, o CO₂ escapa por pequenos poros que existem na casca, fazendo com que o pH da clara aumente e ela se torne mais alcalina. Esse aumento de pH enfraquece as proteínas, tornando a clara mais líquida e menos eficiente na formação de espuma. Além disso, a membrana que envolve a gema também perde elasticidade, o que pode tornar a gema mais propensa a se romper.

 

  1. Os ovos precisam estar em temperatura ambiente

Quando os ovos estão em temperatura ambiente, as proteínas da clara e da gema ficam mais flexíveis. Isso facilita a sua ação ao serem batidas, permitindo uma melhor incorporação de ar e resultando em uma espuma mais firme e estável. Se os ovos estiverem gelados, a clara pode demorar mais para atingir o ponto de neve, pois suas proteínas ficam mais rígidas e resistentes ao processo de batimento. Além disso, a temperatura ambiente ajuda a alcançar mais facilmente o ponto ideal de consistência.

 

  1. Separe apenas as claras

Quando se separa as claras da gema, é essencial que não se remova apenas a gema, mas também a chalaza, calaza ou  “cordão umbilical”, aquele fio branco gelatinoso, cuja função é manter a gema ou o embrião (em caso de ovos fertilizados) centralizados.

Para formar uma espuma estável e volumosa, é essencial que a clara esteja pura, sem “contaminação” da gema, da chalaza, ou de resíduos de óleo ou detergente dos utensílios, por exemplo. A albumina, que é proteína da clara, precisa estar pura, para se desenrolar completamente, formando uma rede que prenda o ar, criando a espuma. A gordura presente na gema ou outros resíduos, impedem que as proteínas da clara se desenrolem corretamente, tornando a espuma instável e líquida.

 

  1. Use utensílios bem limpos e secos

Use uma tigela de vidro ou inox, que são materiais que não retêm óleos. Evite plásticos, a menos que tenha certeza de que estão completamente livres de gordura.

Para que as claras se transformem em uma espuma estável, é essencial que a albumina, principal proteína da clara, esteja pura, sem resíduos de gordura ou detergente. A razão é que a formação da espuma depende do comportamento dessas proteínas, que se desenrolam e se reorganizam quando batidas, permitindo que o ar seja incorporado e preso na rede de proteínas.

Quando as claras são batidas, as proteínas passam por um processo chamado “desnaturação”, quando a estrutura tridimensional da proteína é “desfeita”, e ela perde sua forma original. A proteína se desenrola e se estira, o que facilita a formação de ligações entre as moléculas de proteínas. Essas ligações criam uma rede de proteínas que pode capturar as bolhas de ar, formando a espuma.

Durante a batida, as forças mecânicas fazem com que as moléculas de água (principal componente da clara) interajam com as proteínas. As proteínas, que são inicialmente mais solúveis em água (hidrofílicas, com afinidade pela água, ou polares), mudam sua estrutura e se tornam mais hidrofóbicas (apolares) em suas regiões externas, ou seja, as partes da proteína que estavam anteriormente envolvidas com a água começam a se afastar dela, criando uma parte apolar que prefere interagir com o ar (que também é apolar) ao invés da água (polar). Isso ajuda a incorporar e “prender” as bolhas de ar na rede de proteínas. Esse processo é essencial para a formação de uma espuma estável e durável.

Quando há gordura (como resquícios de gema ou óleos, na tigela), ela interfere nesse processo, pois a gordura se liga às proteínas e impede que elas se desnaturem corretamente e formem a rede necessária. Sem a formação adequada dessa rede, o ar não é bem incorporado, resultando em uma espuma instável ou difícil de formar.

Já o detergente pode alterar a carga elétrica das proteínas e, em algumas situações, dificultar o processo de desnaturação e a formação da rede.

 

  1. Velocidade gradual

Seja com o garfo, com o fouet ou com a batedeira, comece batendo as claras em velocidade baixa até que comece a formar uma espuma leve. Aumente gradualmente até atingir picos moles e, em seguida, continue batendo até que fiquem firmes. Esse processo lento ajuda a incorporar ar de forma homogênea.

Bater rapidamente desde o início pode criar bolhas grandes e instáveis e quebrar as estruturas das proteínas.

 

  1. Adicione gotas de limão ou de vinagre

O ácido ajuda a diminuir o pH da clara, aumentando a solubilidade das proteínas e ajudando a desenrolá-las mais facilmente. Esse processo faz com que as proteínas formem uma rede mais densa e firme, o que também contribui para uma espuma mais estável e resistente. Cerca de 1/4 a 1/2 colher de chá de suco de limão (aproximadamente 1 a 2,5 ml) por clara de ovo é o suficiente para reduzir o pH da clara e ajudar na estabilização. O sabor não será significativamente alterado, já que a quantidade é bem pequena.

 

  1. Atenção ao ponto

A clara em neve perfeita é caracterizada por picos firmes que não caem quando a tigela é virada de ponta-cabeça. Se passar do ponto, as claras podem talhar e perder volume, comprometendo a receita. Um teste simples é virar a tigela, lentamente, de cabeça para baixo. Se as claras não escorrem e permanecem firmes, o ponto ideal foi atingido. Outra dica é observar o brilho: claras em neve perfeitas são brilhantes e sedosas.

 

  1. Adição de açúcar, se necessário

Em receitas como merengues, por exemplo, adicionar açúcar gradualmente, em chuvas finas, quando as claras já atingirem picos moles,  é fundamental para garantir uma mistura homogênea e brilhante. Colocar antes pode dificultar o processo de aeração.

 

Livia Freitas (CRN/SP 3 82983) e Fernanda Furmankiewicz (CRN/SP 6042) – Nutrição e Curadoria da Boomi.

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