Verdade que alimentos transgênicos fazem mal à saúde?
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mesmo reconhecendo seus potenciais riscos, não há provas de que alimentos transgênicos fazem mal à saúde, mas afirmam serem necessárias mais pesquisas para averiguar.
Produzidos no Brasil e no mundo há mais de 20 anos, os alimentos transgênicos são aqueles modificados em laboratório, que recebem ao menos um material genético de outra espécie no seu embrião.
Resistência a fungos, vírus, bactérias, pragas e ao uso de herbicidas são alguns motivos pelos quais são feitas modificações genéticas nesses alimentos.
Em contrapartida, a tecnologia permite favorecer o crescimento das atividades agropecuárias, ao produzir variedades de plantas com potencial medicinal, com maior teor nutritivo, com maior adaptação a quaisquer ambientes e que exijam menos cuidados, reduzindo os custos de produção.
Alimentos transgênicos fazem mal à saúde?
Existe um forte debate sobre se realmente os alimentos transgênicos fazem mal à saúde ou não, e sobre a sua inserção no mercado.
Alguns países, como o Japão, Áustria, Alemanha, Hungria e França não permitem a comercialização desses alimentos. Já outros países da Ásia, Europa, América do Sul e do Norte aprovam o seu comércio.
Já foram realizadas mais de duas mil pesquisas sobre o tema. Apenas na União Europeia foram feitas cerca de 130 pesquisas nos últimos 25 anos, seguindo padrões rigorosos definidos pela OMS e pela Food and Agriculture Organization (FAO). Nenhuma delas encontrou evidências sobre se os alimentos transgênicos fazem mal à saúde humana, animal, ou do meio ambiente.
Porém, muitos estudos alegam malefícios para a saúde humana, para a biodiversidade e para a economia.
Ainda que a OMS tenha declarado não ter provas de que esses alimentos causem danos à saúde, também alegam que não há provas de que não causem.
Estudos experimentais feitos em animais relatam distúrbios relacionados a alimentação com transgênicos, como alterações no sistema imunológico, alergias, desenvolvimento de tumores, infertilidade, malformações congênitas e altas taxas de mortalidade.
Mas os estudos em humanos são escassos, de forma que não há comprovação sobre seus danos à saúde.
Estudos feitos em animais costumam ter baixo nível de evidência científica, pois não se pode extrapolar os resultados de estudos feitos em animais, para os humanos, já que o funcionamento do organismo, o estilo de vida, as dosagens utilizadas, a duração dos estudos, são muito diferentes, além de terem vieses e limitações.
Assim, muitos estudos afirmam que alimentos transgênicos fazem mal à saúde, enquanto outros afirmam serem inofensivos, por isso a polêmica é grande.
No Brasil, os principais alimentos transgênicos aprovados e cultivados atualmente são a soja, o milho, o algodão e a cana-de-açúcar. Os dois primeiros representam 81% de toda a área cultivada com variedades transgênicas no país.
Por isso, o Decreto n° 4680/2003 obriga as empresas que comercializam esses produtos, com mais de 1% de matéria prima transgênica, a identificá-los com o selo T, no rótulo frontal.
Qual a diferença entre transgênico e organismo geneticamente modificado?
Você sabe qual a diferença entre transgênico e organismo geneticamente modificado?
Organismo geneticamente modificado (OGM) é um organismo que teve o seu genoma modificado em laboratório, mas sem receber material genético (RNA ou DNA) de outro organismo.
Já um transgênico é um organismo que foi submetido à técnica específica de inserção de material genético de um organismo que pertence a uma espécie diferente.
Por isso, todo transgênico é um OGM, mas nem todo OGM é um transgênico.
Existe também o termo cisgênico. O cisgênico é um organismo que passou por um procedimento que envolve a tecnologia do DNA recombinante, mas com o uso de genes de espécies que podem ser cruzadas naturalmente, podendo ser considerado um OGM, mas não um transgênico.
Conclusão
De fato, a polêmica em torno dos alimentos transgênicos é grande, e não é possível afirmar se fazem mal à saúde ou não.
Por isso, sempre que possível, é importante optar por alimentos orgânicos, como os que você encontra aqui na Boomi, por exemplo.
Mas caso não seja possível adquirir alimentos orgânicos, o consumo dos não orgânicos ainda é válido. Os nutrientes dos alimentos oferecem benefícios à saúde que superam os possíveis malefícios que eventualmente alimentos transgênicos ou não orgânicos possam ter.
Livia Freitas e Fernanda Furmankiewicz (CRN/SP 6042) – Nutrição e Curadoria da Boomi.