Já ouviu falar no termo “clean label”? Produtos clean label estão super em alta, por isso fizemos este post contando um pouco sobre esse conceito.
O termo “clean label” ou “rótulo limpo”, é uma tendência que vem ganhando espaço entre as pessoas que buscam uma alimentação mais natural, embora esse conceito também tenha se estendido a outros itens, como cosméticos e produtos de limpeza.
Sabe quando você lê um rótulo e se depara com ingredientes descritos por códigos e nomes estranhos? São aditivos químicos artificiais, mas nos produtos clean label eles não entram.
Os aditivos químicos artificiais são utilizados para conservar, espessar, aromatizar, os produtos alimentícios, dentre outras características sensoriais. Mas por serem artificiais podem tornar o produto não tão saudável.
E os produtos clean label surgiram justamente pela necessidade de entender melhor o que se está consumindo, substituindo esses aditivos artificiais por ingredientes naturais, a fim de conseguir os mesmos efeitos, mas sem possíveis riscos à saúde.
Como surgiu
O termo clean label apareceu pela primeira vez na década 1980, quando consumidores europeus e americanos começaram a evitar os produtos contendo aditivos químicos artificiais, por serem associados a efeitos negativos para a saúde.
Mas o clean label explodiu mesmo há 10 anos, quando uma das principais revistas científicas de alimentos, a “Food Technology Magazine”, o citou em seus artigos 2 vezes no ano 2000, 18 vezes em 2011 e 77 vezes em 2016.
De fato, nos últimos anos, a busca por um estilo de vida e alimentação saudáveis vem crescendo, e tem movimentado a indústria para oferecer produtos 100% naturais.
Em relação aos alimentos, o próprio Guia Alimentar para a População Brasileira, em sua primeira edição publicada em 2008, pelo Ministério da Saúde, trouxe orientações em relação aos nomes dos ingredientes para auxiliar na identificação dos produtos que devem ser evitados.
O Guia classifica os alimentos da seguinte forma:
- In natura: são aqueles adquiridos para consumo sem que tenham sofrido qualquer alteração depois de deixarem a natureza, obtidos diretamente de plantas ou animais, como frutas, legumes, verduras, ovos e leite.
- Minimamente processados: são alimentos in natura que, antes de serem adquiridos, sofreram alterações mínimas para serem utilizados nas preparações, como arroz, feijão, macarrão, vegetais e cortes de carne resfriados ou congelados, leite pasteurizado, manteiga sem sal, azeite, óleo de cozinha, açúcar e sal.
- Processados: alimentos que foram adquiridos fabricados com a adição de sal ou açúcar, como legumes em conserva, frutas em calda, manteiga com sal, queijos e pães.
- Ultraprocessados: produtos cuja fabricação envolve muitas etapas e técnicas de processamento, ingredientes de uso exclusivamente industrial (aqueles com nomes estranhos), como refrigerantes, biscoitos recheados, salgadinhos de pacote, macarrão instantâneo, salsicha, bisnaguinhas, balas e chicletes, etc.
O Guia recomenda que a base da alimentação seja feita de alimentos in natura e minimamente processados.
Os alimentos processados devem, de preferência, ser parte das preparações culinárias. Enquanto os ultraprocessados devem ser evitados.
Qual a definição de produtos clean label?
Ainda não existe uma definição de produtos clean label determinada pela ANVISA, mas, na indústria alimentícia, para que um produto seja considerado clean label, deve ter basicamente essas 3 características:
- Ser 100% natural (ingredientes devem ser de origem natural).
- Lista de ingredientes curta, com ingredientes facilmente identificáveis.
- Ter sofrido poucas transformações até chegar ao consumidor final.
O principal norteador deste movimento, nacional e internacionalmente, é a reformulação dos produtos alimentícios, através da substituição dos aditivos artificiais por ingredientes que usam termos mais familiares ao consumidor e que sejam mais naturais.
Os ingredientes que compõe os produtos clean label, ao mesmo tempo que desempenham uma função tecnológica, são conhecidos pelo consumidor.
Por exemplo, o uso do suco de maçã ou da tâmara para adoçar, o uso do sal para conservar, o alecrim em produtos de base oleosa para prevenir a oxidação, dentre outros.
Dessa forma, o produto alimentício deixa de ser considerado ultraprocessado e passa a ser considerado processado, segundo a classificação do Guia.
Por que optar pelos produtos clean label?
Optar por produtos clean label, como os chips de vegetais e grãos e barras de frutas secas e nuts, por exemplo, certamente é muito melhor para a saúde do que optar por produtos ultraprocessados.
Por isso, todos os produtos da Boomi são clean label. Todos eles passam por uma curadoria, em que banimos mais de 600 ingredientes comumente utilizados em alimentos, suplementos, cosméticos, e produtos de limpeza, pensando na sua saúde e na saúde do planeta.
Na página Ingredientes Banidos você pode ver quais são eles.
Mas, mesmo assim, é importante consumir esses alimentos com cautela, como recomenda o Guia, pois embora sejam saudáveis, não significa que não possam ter alta densidade energética, o que contribui para o desequilíbrio da dieta e ganho de peso indesejado.
Como também, se estiver com vontade, consumir um alimento ultraprocessado eventualmente não irá prejudicar todo o seu plano alimentar, se a base da alimentação é saudável, rica em alimentos in natura e minimamente processados.
De qualquer forma, ainda que os produtos clean label ajudem a entender melhor o que se está ingerindo, saber interpretar o rótulo de qualquer alimento é muito importante.
Inclusive, fizemos um post sobre como interpretar o rótulo dos alimentos que vale a pena a leitura.
Quando sabemos o que estamos ingerindo e a quantidade adequada (o que é muito individual), temos muito mais autonomia na nossa alimentação.
Se precisar, procure um nutricionista para te orientar.
Livia Freitas e Fernanda Furmankiewicz (CRN/SP 6042) – Nutrição e Curadoria da Boomi.