Afinal, o óleo de coco é o mais saudável? Ajuda a emagrecer? Veja 4 mitos e verdades sobre o óleo de coco.
O óleo de coco, azeite de coco ou manteiga de coco é um óleo vegetal obtido através da prensagem da polpa do coco.
Por ser extraído a frio, mantém suas propriedades nutricionais, como o conteúdo em vitaminas, minerais e antioxidantes, se tornando muito popular nos últimos anos, graças aos supostos benefícios à saúde.
Mas o óleo de coco é mesmo o mais saudável a ser utilizado? É verdade que ajuda a emagrecer? Veja mais detalhes sobre a composição nutricional e mais 4 mitos e verdades sobre o óleo de coco.
Composição nutricional
O óleo de coco é composto 100% por gorduras, das quais 80 a 90% correspondem a gorduras saturadas, o que lhe confere uma textura firme no frio e um pouco mais fluida em temperatura ambiente.
Existem vários tipos de gorduras saturadas no óleo de coco e a mais predominante é o ácido láurico (47%), com os ácidos mirístico e palmítico, presentes em quantidades menores.
Também presentes em quantidades bem menores estão as gorduras monoinsaturadas e poliinsaturadas, essas sim, consideradas de boa qualidade por regularem o colesterol e prevenirem doenças cardiovasculares.
O óleo de coco não contém colesterol ou fibras, embora contenha pequenos vestígios de vitaminas, minerais e antioxidantes.
Tendo isso em vista, entenda mais sobre os mitos e verdades sobre o óleo de coco.
4 mitos e verdades sobre o óleo de coco
1- É saudável já que é um óleo de origem vegetal: MITO
Na verdade, depende de quais tipos de gorduras ou óleos estão presentes no vegetal.
Por exemplo, óleos como o azeite e o de soja são ricos em gorduras mono e poliinsaturadas, que são gorduras de boa qualidade.
Já o óleo de coco é rico em gorduras saturadas, como o ácido láurico, mirístico e palmítico, que mostraram aumentar os níveis de colesterol ruim (LDL), segundo um estudo publicado pela American Heart Association (AHA) em junho de 2017, tendo o mesmo efeito na saúde que gordura animal e manteiga (também ricos em gorduras saturadas).
O estudo mostra que aproximadamente 82% da gordura do óleo de coco é saturada, percentual maior do que o da manteiga (63%), da gordura bovina (50%) e da banha de porco (39%).
Inclusive, devido ao alto teor de gorduras saturadas e próinflamatórias que contém o óleo de coco, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO) não recomendam o seu uso como óleo de cozinha.
O recomendado é que óleos vegetais com maior teor de gorduras insaturadas, como soja, milho, oliva, canola e linhaça, sejam usados com moderação, afim de reduzir o risco de doenças cardiovasculares.
A OMS recomenda que as gorduras saturadas não ultrapassem 10% das calorias totais da dieta.
2- Ajuda a emagrecer: MITO
É bem comum a utilização de 1 colher de chá de óleo de coco no café, por acreditar que o ácido láurico, um triglicerídeo de cadeia média (TCM), teria algum efeito no aumento do metabolismo basal.
No entanto, o ácido láurico é uma gordura como outra qualquer, que contém calorias (energia), aumentando apenas o valor calórico do café.
A SBEM e a ABESO também se posicionam quanto ao uso do óleo de coco para o emagrecimento, considerando que tal conduta não tem evidências científicas de eficácia e apresentam potenciais riscos para a saúde.
3- É uma fonte de energia rápida: VERDADE
Devido a característica de cadeia média do ácido láurico, essa gordura pode ser oxidada como fonte de energia mais rapidamente por não necessitar de um transportador.
No entanto, em geral, não significa que haja necessidade, já que alimentos fontes de carboidratos, como as frutas, aveia, batata e mel, por exemplo, são mais efetivos para fornecer energia rápida para as atividades, sem o risco de elevar o colesterol ruim e ainda fornecendo fibras na maior parte das vezes.
Como também, se a intenção é utilizar gorduras como fonte de energia, é melhor optar pelas insaturadas, presentes no abacate, azeite e castanhas, por exemplo.
4- Contém mais nutrientes que outros óleos vegetais: VERDADE
O óleo de coco, por ser prensado a frio, contém mais antioxidantes, vitaminas e minerais que óleos vegetais refinados, como o óleo de soja, de canola, de girassol, por exemplo.
No entanto, não significa que deva ser utilizado como uma fonte desses nutrientes, já que existem alimentos melhores para este fim, como os vegetais – frutas, legumes e verduras. A vantagem também é que os vegetais, por serem ricos em fibras, ajudam a controlar o colesterol, diferente do óleo de coco.
Conclusão
Gostou de saber mais sobre os mitos e verdades sobre o óleo de coco?
Alimentação é sempre um contexto.
Se a sua dieta é rica em frutas, legumes, verduras, ovos, peixes, carnes, azeite e castanhas, consumir uma preparação que contenha óleo de coco eventualmente não fará mal algum.
O próprio Conselho Federal de Nutricionistas atenta ao fato de que o óleo de coco não é recomendado para o tratamento de hipercolesterolemia, mas que, “quando utilizado, deve seguir os princípios da variedade, equilíbrio, moderação e prazer. A recomendação é de que seja usado em pequenas quantidades e em preparações culinárias, preferencialmente compostas por alimentos in natura ou minimamente processados”.
Porém, para grelhar carnes, por exemplo, que já são ricas em gorduras saturadas, utilizar o azeite virgem ou óleos vegetais, como o de soja, milho ou canola, possa ser mais vantajoso. E ainda que possa haver perda das propriedades nutricionais desses óleos pelo calor ou pelo refinamento, não há problemas, pois os nutrientes serão garantidos pelo consumo de vegetais.
A vantagem em consumir esses óleos vegetais é o seu conteúdo em gorduras do tipo mono e poliinsaturada.
Já se o óleo de coco for utilizado para grelhar carnes ou outras preparações com frequência, o conteúdo total em gorduras saturadas da dieta pode se elevar, causando aumento do colesterol ruim, e ainda mais se a dieta for pobre em vegetais.
Livia Freitas e Fernanda Furmankiewicz (CRN/SP 6042) – Nutrição e Curadoria da Boomi.