Você já ouviu falar sobre os 10 passos para uma alimentação adequada e saudável do Guia Alimentar para a População Brasileira?
O Guia Alimentar para a População Brasileira é um documento elaborado pelo Ministério da Saúde, com o objetivo de oferecer orientações sobre uma alimentação adequada e saudável para a população.
Ele foi lançado em 2006 e passou por uma atualização em 2014, sendo considerado uma referência para a promoção da saúde e prevenção de doenças relacionadas à alimentação.
O guia foi desenvolvido com base em evidências científicas e tem como princípio a valorização da comida de verdade, ou seja, alimentos naturais, minimamente processados e preparados preferencialmente em casa. Ele busca incentivar a adoção de práticas alimentares saudáveis, levando em consideração os aspectos culturais, sociais, econômicos e ambientais.
10 passos para uma alimentação adequada saudável
O documento apresenta diretrizes gerais para uma alimentação equilibrada e recomendações específicas, abordando diferentes grupos populacionais, como crianças, adolescentes, adultos, idosos e gestantes. Além disso, ele também traz informações sobre os grupos de alimentos, como cereais, leguminosas, frutas, legumes, carnes, leites e derivados, óleos e gorduras, entre outros.
O Guia Alimentar para a População Brasileira tem como objetivo principal promover uma alimentação saudável, variada e equilibrada, além de combater o consumo excessivo de alimentos ultraprocessados, ricos em açúcares, gorduras saturadas, sódio e aditivos químicos, que estão associados a diversas doenças, como obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer.
O documento enfatiza a importância da variedade de alimentos, o consumo de frutas, legumes e verduras, a preferência por alimentos frescos e naturais, a redução do consumo de sal e açúcar adicionados, a promoção do aleitamento materno, entre outros aspectos que contribuem para uma alimentação mais saudável.
O Guia Alimentar para a População Brasileira serve como um instrumento de referência para profissionais de saúde, educadores, gestores e também para a população em geral, buscando promover hábitos alimentares adequados, prevenir doenças e melhorar a qualidade de vida da população brasileira.
Por isso, o guia inclui 10 passos para uma alimentação adequada e saudável para a compreensão de forma prática, sobre como se alimentar de forma saudável e equilibrada. São eles:
- Fazer de alimentos in natura ou minimamente processados a base da alimentação
Em grande variedade e predominantemente de origem vegetal, alimentos in natura ou minimamente processados são a base ideal para uma alimentação nutricionalmente balanceada, saborosa, culturalmente apropriada e promotora de um sistema alimentar socialmente e ambientalmente saudável. Variedade significa alimentos de todas as categorias – grãos, raízes, tubérculos, farinhas, legumes, verduras, frutas, castanhas, leite, ovos e carnes – e variedade dentro de cada categoria – feijão, arroz, milho, batata, mandioca, tomate, abóbora, laranja, banana, frango, peixes, etc.
- Utilizar óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades ao temperar e cozinhar alimentos e criar preparações culinárias
Utilizados com moderação em preparações culinárias com base em alimentos in natura ou minimamente processados, óleos, gorduras, sal e açúcar contribuem para diversificar a tornar mais saborosa a alimentação sem torná-la nutricionalmente desbalanceada.
- Limitar o consumo de alimentos processados
Os ingredientes e métodos usados na fabricação de alimentos processados – como conservas de legumes, compota de frutas, pães e queijos – alteram de modo desfavorável a composição nutricional dos alimentos dos quais derivam. Em pequenas quantidades, podem ser consumidos como ingredientes de preparações culinárias ou parte de refeições baseadas em alimentos in natura ou minimamente processados.
- Evitar o consumo de alimentos ultraprocessados
Devido a seus ingredientes, alimentos ultraprocessados – como biscoitos recheados, “salgadinhos de pacote”, refrigerantes e “macarrão instantâneo” – são nutricionalmente desbalanceados e ricos em aditivos artificiais. Por conta de sua formulação e apresentação, tendem a ser consumidos em excesso e a substituir alimentos in natura ou minimamente processados. Suas formas de produção, distribuição, comercialização e consumo afetam de modo desfavorável a cultura, a vida social e o meio ambiente.
- Comer com regularidade e atenção, em ambientes apropriados e, sempre que possível, com companhia
Procure fazer suas refeições em horários semelhantes todos os dias e evite “beliscar” nos intervalos entre as refeições. Coma sempre devagar e desfrute o que está comendo, sem se envolver em outra atividade. Procure comer em locais limpos, confortáveis e tranquilos e onde não haja estímulos para o consumo de quantidades ilimitadas de alimento.
Sempre que possível, coma em companhia, com familiares, amigos ou colegas de trabalho ou escola. A companhia nas refeições favorece o comer com regularidade e atenção, combina com ambientes apropriados e amplia o desfrute da alimentação. Compartilhe também as atividades domésticas que antecedem ou sucedem o consumo das refeições.
- Fazer compras em locais que ofertem variedades de alimentos in natura ou minimamente processados
Procure fazer compras de alimentos em mercados, feiras livres e feiras de produtores e outros locais que comercializam variedades de alimentos in natura ou minimamente processados. Prefira legumes, verduras e frutas da estação e cultivados localmente. Sempre que possível, adquira alimentos orgânicos e de base agroecológica, de preferência diretamente dos produtores.
- Desenvolver, exercitar e partilhar habilidades culinárias
Se você tem habilidades culinárias, procure desenvolvê-las e partilhá-las, principalmente com crianças e jovens, sem distinção de gênero.
Se você não tem habilidades culinárias – e isso vale para homens e mulheres –, procure adquiri-las. Para isso, converse com as pessoas que sabem cozinhar, peça receitas a familiares, amigos e colegas, leia livros, consulte a internet, eventualmente faça cursos e comece a cozinhar.
- Planejar o uso do tempo para dar à alimentação o espaço que ela merece
Planeje as compras de alimentos, organize a despensa doméstica e defina com antecedência o cardápio da semana. Divida com os membros de sua família a responsabilidade por todas as atividades domésticas relacionadas ao preparo de refeições.
Faça da preparação de refeições e do ato de comer momentos privilegiados de convivência e prazer. Reavalie como você tem usado o seu tempo e identifique quais atividades poderiam ceder espaço para a alimentação.
- Dar preferência, quando fora de casa, a locais que servem refeições feitas na hora
No dia a dia, procure locais que servem refeições feitas na hora e a preço justo. Restaurantes de comida a quilo podem ser boas opções, assim como refeitórios que servem comida caseira em escolas ou no local de trabalho. Evite redes de fast-food.
- Ser crítico quanto a informações, orientações e mensagens sobre alimentação veiculadas em propagandas comerciais
Avalie com crítica o que você lê, vê e ouve sobre alimentação em propagandas comerciais e estimule outras pessoas, particularmente crianças e jovens, a fazerem o mesmo.
Livia Freitas e Fernanda Furmankiewicz (CRN/SP 6042) – Nutrição e Curadoria da Boomi